segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A independência estratégica

A actual situação vivida no Cáucaso vem fortalecer o clima de instabilidade política e económica que assistimos a nível mundial.
O conflito teve início a 7 de Agosto, quando o governo Georgiano decidiu pôr fim à autonomia das regiões separatistas da Abecásia e Ossétia do Sul através da força. Por outro lado, invocando o discurso tantas vezes proferido por Washington nos últimos anos, Moscovo rejeita a hipótese de ter invadido território da Geórgia, alegando estar a proteger os seus cidadãos (dado que a Rússia deu cidadania à esmagadora maioria da população dos dois territórios separatistas, em meados da década de 90) e a preservar os direitos daqueles povos, reconhecendo-lhes a independência relativamente à Geórgia. Deste modo, a Rússia posiciona-se internacionalmente como defensora da liberdade, da democracia e dos direitos das minorias.
Apesar das declarações de Moscovo relativamente às causas da sua intervenção no Cáucaso, continuam a surgir especulações de que o conflito do Cáucaso foi orquestrado pela Rússia por factores comerciais e geopolíticos, dado que a região é muito rica em combustíveis fosseis e é também uma das principais rotas de distribuição petrolífera da Europa.
No entanto, a intervenção Russa não é aceite pela comunidade internacional e o presidente Francês, Nicolas Sarkozy, que é também o actual presidente em exercício da União Europeia (UE), salientou a "urgente necessidade" de diminuir a tensão, sublinhando a importância da retirada dos contingentes militares Russos em zonas tampão à volta das regiões separatistas georgianas da Abecásia e da Ossétia do Sul.
A cimeira realizada no passado dia 1 de Setembro, em Bruxelas, ficou marcada pela incapacidade da União Europeia tomar uma posição firme e unificada quanto às possíveis sanções a aplicar a Moscovo. Este desfecho foi fortemente influenciado pela excessiva dependência petrolífera da UE relativamente a Moscovo. Mais propriamente, a Eslováquia, Hungria, Polónia e Letónia têm uma dependência petrolífera da Rússia superior a 90%. A Alemanha e a Suécia importam cerca de 35% do petróleo da Rússia. Portugal e a Dinamarca situam-se no fundo da tabela no que respeita à dependência petrolífera relativamente a Moscovo, com 1% e 0% respectivamente. Em matéria de gás natural, a situação é igualmente desmotivante, pois 25% do gás consumido pela União provém da Rússia.
Perante este cenário, é compreensível a divergência de opiniões no seio da UE bem como a posição prudente adoptada pelos seus dirigentes, pois uma tentativa de aplicar sanções a Moscovo teria um impacto brutal a nível da economia europeia, com a possibilidade de Moscovo suspender o fornecimento de petróleo e gás natural.
No entanto, após a reunião com Dmitry Medvedev, o presidente Francês Nicolas Sarkozy conseguiu obter de Moscovo o compromisso de retirada das tropas russas presentes em torno do porto de Poti, no prazo máximo de um mês. Contudo, o contingente militar russo em torno das regiões separatistas da Abecásia e Ossétia do Sul irá permanecer no local, dado que a Rússia reconheceu a independência dessas regiões.
Apesar do aparente sucesso das negociações, Moscovo teima em não abdicar de “proteger” as regiões da Abecásia e Ossétia do Sul pois esse avanço geoestratégico é fundamental para reforçar a sua influência nestas áreas política e economicamente importantes.
A Europa não tem conseguido construir uma relação de confiança com a Rússia e muito desse fracasso deve-se ao facto da atitude arrogante demonstrada por Moscovo nas relações comerciais. A política de crescimento conduzida por Vladimir Putin, direccionada para o incremento das exportações, e o seu distanciamento em relação à UE e o mundo revelam essa sede de imposição.
De facto, tudo indica que esta situação irá continuar, pois a Rússia, que parece não ter recuperado do golpe sofrido em 1989, vem, desde então, tentado recuperar a sua influência no panorama internacional.
Paulo Carvalho
(artigo de opinião)

Sumário das aulas de 2ª feira, 29 de Set.

Sumário
1. Inflação e desemprego: evolução das séries nos últimos 30 anos; quadro comparativo com a média da União Europeia (países do euro); a aplicabilidade da curva de Phillips ao caso português.
2. O desemprego em Portugal nos últimos 10 anos: caracterização por género, idade e qalificações; o peso do desemprego estrutural.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

"Uma nova etapa no sector da carga: CP perde exclusivo no transporte ferroviário de mercadorias"

(título de notícia do Público-online, datada de Quarta-feira, 24 de Outubro de 2008, disponível aqui e versão pdf no elearning da disciplina)

"Europa está a pagar o preço da ausência de regulação dos mercados nos EUA "

(título de notícia do Público-online, datada de Quinta-feira, 25 de Outubro de 2008, disponível aqui e versão pdf no elearning da disciplina).

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio - 2005

A norte: o desastre em matéria de estratégia de desenvolvimento e de ordenamento do território

(título de mensagem, datada de Terça-feira, 23 de Outubro de 2007, disponível em Planeamento Territorial)

Sumário das aulas de 2ª feira, 22 de Set.

Portugal e a União Europeia: 20 anos de integração

Sumário:
1. Retrato de situação
2. Do passado para o futuro: o QREN – Quadro de Referência Estratégica Nacional (2007 – 2013)
3. QREN – Diversidade Territorial
4. "A norte: o desastre em matéria de estratégia de desenvolvimento e de ordenamento do território"

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Os malefícios da moeda única

Portugal, em conjunto com vários países do mundo, está a atravessar uma crise económica. No caso português, muitos especialistas na matéria atribuem a culpa desta crise à moeda única, isto é, o abrandamento económico português piorou com a adesão ao euro. Será isto verdade? Afinal o que é que o euro nos trouxe de bom e de mau?
Com a adesão ao euro, Portugal deixou de ter controlo sobre a política cambial e a política monetária. Ambas as políticas eram bastante importantes na manutenção da economia portuguesa.
Sem a política cambial os governos deixaram de poder desvalorizar o escudo (moeda portuguesa antes do euro) com o intuito de tornar a economia portuguesa mais competitiva nos mercados internacionais, isto é, ao desvalorizarem a moeda, as exportações tornavam-se mais baratas o que atraía mais clientes. Este aumento de competitividade era utópico uma vez que a produtividade mantinha-se a mesma. Actualmente se Portugal quer ter ganhos de competitividade terá de ser pela via da inovação e aumento de produtividade.
A política monetária foi outro dos instrumentos que Portugal perdeu com a sua adesão ao euro. Sem esta política Portugal ficou impossibilitado de decidir o seu futuro monetário, perdeu o poder de injectar ou não moeda na economia, e alterar as taxas de juro.
Além de termos perdido o controlo desta duas políticas, passamos a ter que prestar contas da nossa política fiscal, isto é, qualquer país da zona euro tem de controlar a sua dívida pública (não ultrapassar os 60% do PIB) e o défice (não ultrapassar os 3% do PIB). Caso não cumpram têm penalizações.
A partir de 1999 (ano de adesão às taxas de câmbio fixas) observa-se em Portugal um declínio acentuado nas exportações de têxteis. Entre 1995 e 2004 as exportações de têxteis passaram de 23,3% para 14,7%. Com estes dados podemos dizer que o euro teve um impacto no nosso abrandamento.
Como diz Álvaro Santos Pereira, economista português, “a nossa adesão ao euro impediu-nos de utilizar toda uma serie de aspirinas que tomávamos em tempos de crise”. Ou seja, pegando na ideia de Álvaro Santos Pereira, o problema conjuntural que Portugal tem deixou de ser “escondido” com injecções de moeda e diminuição de impostos, por isso o euro até nos trouxe uma coisa boa que foi “abrir os olhos” do português, isto é, acabaram se as “aspirinas” é preciso inovar, é preciso qualificar os nossos trabalhadores para que estes se tornem mais produtivos e desta forma aumentar a competitividade de Portugal lá fora. Basta de acharmos que somos o país que tem de estar sempre na cauda da Europa, que o nosso país não tem volta a dar, este pensamento é errado, temos que agir já.
Apesar dos males que o euro nos trouxe, como diz o ditado “há males que vêm por bem”.
Juliana Narciso
julianarciso@gmail.com
(artigo de opinião)

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Taxa de inflação em Agosto de 2008

Taxa de inflação homóloga diminui para 3,0% - Agosto de 2008

(título de Destaque(s) do INE, datado de 12 de Setembro de 2008, disponível em INE)

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Revista de imprensa: clima económico

«O indicador de sentimento económico do Instituto Nacional Estatística (INE) voltou a agravar-se em Agosto, fixando o nível mais baixo desde Maio de 2006. Nem mesmo a queda acentuada do preço do petróleo nos mercados internacionais, que se encontra já a negociar na casa dos 94 dólares por barril, contra os máximos de 147,5 dólares atingidos pelo Brent, em Julho, no mercado londrino, foram suficientes para restaurar parte da confiança perdida pelos agentes económicos portugueses nos últimos meses.
De acordo com os dados divulgados ontem pelo INE, o indicador de clima económico abrandou para 0,2 pontos em Agosto, após os 0,4 pontos registados no mês anterior Por seu lado, o indicador de actividade económica registou, em Julho (último mês para o qual existem dados disponíveis), uma degradação ligeira, de apenas uma décima face a Junho, para 0,6 pontos.
A retracção da economia da Zona Euro no segundo trimestre e os receios crescentes de uma possível recessão no Velho Continente estão a dinamitar a confiança dos agentes económicos e a adiar decisões de investimentos por parte dos empresários, o que explica que a degradação do sentimento e do indicador da actividade económica não seja algo exclusivo de Portugal, mas antes uma tendência que se observa no conjunto da Zona Euro.
Com a crise financeira internacional a agravar-se nos últimos dias e as taxas de juro do mercado interbancário (Euribor) a voltarem a disparar - ontem renovaram os máximos de oito anos -, o acesso ao crédito está cada vez mais difícil e mais caro, sendo previsível, por isso, que o sentimento de clima económico se venha a degradar ainda mais nos próximos meses.
Ainda assim, cá dentro, o consumo privado até registou uma melhoria em Julho, tanto no que toca aos bens de consumo corrente, como nos bens duradouros, o que reflecte, em parte, a entrada em vigor da redução do IVA, de 21 % para 20%.
A época de saldos terá também ajudado à melhoria do volume de negócios do comércio a retalho, que registou um aumento de 0,9% nos três meses terminados em Julho. O sector dos serviços também registou uma melhoria neste período.
Mas as boas notícias ficam-se por aqui. O indicador de investimento está a cair, com a formação bruta de capital fixo a registar uma contracção de quatro pontos em Julho, quando no mês anterior o crescimento negativo não ia além dos dois pontos.
Segundo o INE, o abrandamento fica a dever-se especialmente à queda no investimento em material de transporte. O índice de produção, tanto na indústria transformadora, como na construção, também apresenta uma deterioração acentuada face aos níveis de actividade registados em Junho, com uma descida de 3% e 3,7%, respectivamente.
O comércio externo também está a abrandar: as exportações e as importações crescerem 2,2% e 9,1%, menos que no mês anterior.»
Susana Domingos
(reprodução integral de artigo datado de 18-09-2008 e intitulado "Clima económico ao pior nível desde 2006", publicado no Jornal de Negócios, p. 2/27)

Informação complementar sobre a natureza dos trabalhos a realizar para a u.c.:

i) os relatórios individuais e de grupo a produzir deverão ter a estrutura de um artigo científico e respeitar as normas de notação habituais no que se reporta ao texto, às fontes e à bibliografia;
ii) o relatório individual não deve exceder as 5 páginas A4, a 2 espaços, letra 12 Times New Roman ou equivalente, incluindo resumo e bibliografia; a apresentação a fazer na aula ter-se-á que acomodar a uma duração máxima de 15 minutos;
iii) o relatório de grupo deverá obedecer às mesmas preocupações em matéria de estrutura e notação que se assinala no número anterior; a dimensão máxima é de 10 páginas, entendidas também nos termos do número ii), podendo a apresentação a ser feita usar até 30 minutos;
iv) os artigos de análise/opinião não deverão exceder os 3500 a 4000 caracteres (equivalentes a 1,5 a 2 páginas A4, com o espaçamento e dimensão de letra que indico), devendo ser encaminhados por correio electrónico para o signatário deste esclarecimento; conjugando rigor conceptual, pertinência e temática e comunicabilidade, deverão seguir o modelo comum do artigo de opinião que se pode encontrar num jornal económico ou nos suplementos económicos dos jornais comuns; serão todos publicados no blogue de apoio à u.c.
v) o período de apresentação dos artigos de opinião e dos relatórios individuais e respectivas apresentações inicia-se nesta data, não sendo aceite que sejam maioritariamente remetidos para as últimas semanas do semestre;
vi) o relatório de grupo poderá ser apresentado e discutido no intervalo do semestre reservado para avaliações ou no fim do período lectivo;
vii) o(s) comentário(s) qualificado(s) dos textos dos colegas pode substituir um dos textos de opinião que são requeridos como elemento de avaliação, aparte servir de elemento de informação complementar do aluno.

J. Cadima Ribeiro
(jcadima@eeg.uminho.pt)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Técnicas, instrumentos e critérios de avaliação e referências bibliográficas da unidade curricular

a) Técnicas, instrumentos e critérios de avaliação:

i) Relatórios escritos individuais (1), com apresentação e discussão na sala de aula [35% da classificação final];
ii) Pequenos relatórios/ensaios (pelo menos 2) para divulgação e debate em plataformas electrónicas de apoio à unidade curricular [35% da classificação final];
iii) Trabalhos de grupo (1), com apresentação e defesa fora da sala de aula [30% da classificação final].

Obs: os grupos de trabalho a constituir para efeitos do assinalado em iii) não deverão ultrapassar os 3 elementos.
-
b) Referências Bibliográficas da Unidade Curricular:

- Banco de Portugal (…), Relatório do Conselho de Administração, BP., Lisboa - http://www.bportugal.pt/;
- EUROSTAT (…), Eurostat news releases on the Internet -
http://ec.europa.eu/eurostat
- Fontoura, Maria Paula e Nuno Crespo [Orgs.] (2004), O Alargamento da União Europeia - Consequências para a Economia Portuguesa, Celta Editora, Oeiras.
- INE (…), Infoline – http://www.ine.pt/
- OECD (...), OECD Economic Surveys: Portugal, OECD, Paris -
http://www.oecd.org/;
- Mateus, Abel (2001), Economia Portuguesa, Editorial Verbo, Lisboa.
- Ribeiro, J. Cadima (…), Economia Portuguesa,
http://economiaportuguesa.blogspot.com/
- Romão, António [Org.] (2004), Economia Europeia, Celta Editora, Oeiras.

Programa da Unidade Curricular

Programa da Unidade Curricular:

1. A evolução macroeconómica recente das economias portuguesa e europeia: o comportamento dos principais indicadores.
2. Os destaques do debate económico recente:
2.1. O défice orçamental;
2.2. A internacionalização das empresas;
2.3. A regulação dos mercados;
2.4. O mercado de trabalho;
2.5. A produtividade e a competitividade;
2.6. A repartição do rendimento e os níveis de pobreza;
2.7. A evolução da sociedade da informação;
2.8. Os sectores da energia e do ambiente.
3. O processo de integração na União Europeia (U.E.) e o seu impacte na estrutura da economia portuguesa.
4. As políticas comuns da U.E..
5. Os processos recentes de alargamento da U.E. e seu impacte em Portugal.

sábado, 13 de setembro de 2008

Enquadramento da unidade curricular e resultados de aprendizagem visados:

i) Enquadramento da Unidade Curricular:

A unidade curricular pretende assumir-se como de síntese da formação teórico-conceptual prévia e de sensibilização para o contexto económico em que decorre a aplicação das políticas públicas e em que as unidades produtivas e as famílias tomam as suas decisões económicas.
Pretende, também, desenvolver as capacidades de comunicação escrita e oral dos alunos, num ambiente de comunicação técnica e de exercício responsável de cidadania.
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ii) Resultados de aprendizagem (visados):

1) Descrever e discutir a evolução da economia portuguesa, desde a década de 50 do século XX, com particular ênfase na dinâmica económica dos últimos anos;
2) Examinar temas relevantes da economia portuguesa, como internacionalização, produtividade e competitividade, repartição do rendimento e níveis de pobreza;
3) Descrever o processo de integração na União Europeia e analisar o seu impacte na estrutura da economia portuguesa;
4) Discutir as políticas comuns da U.E.;
5) Analisar e discutir os processos de alargamento da U.E. e seu impacte em Portugal.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Mensagem de boas-vindas

Caros(as) alunos(as),
Este blogue foi criado para ser um elemento de suporte à unidade curricular (u.c.) cujo nome assume. Pretende-se fazer dele um instrumento facilitador da comunicação entre os elementos da comunidade de ensino/aprendizagem que visa servir e de divulgação e debate de textos que venham a ser produzidos por vós e pelos docentes, podendo também aqui ser inseridas chamadas de atenção para documentos de informação que possa ser recomendável consultar, disponibilizadas ligações activas para sítios e blogues temáticos e reproduzidos pequenos textos ou excertos de textos de outra autoria que versem as temáticas tratadas no programa da u.c.
Em princípio, este blogue será complementado por uma plataforma electrónica de apoio, fechada, a funcionar no âmbito da Instituição.
Pretendendo-se fomentar o debate sobre a realidade e a dinâmica das economias portuguesa e europeia, há espaço para o acolhimento de comentários, que são livres mas supõem conveniente identificação, isto é, o comentário que não seja sucedido pela identificação do(a) aluno(a) ou professor(a) que o produziu não terá acolhimento.
Ficamos na expectativa de repetir nesta sede experiências frutuosas de aprendizagem e comunicação vividas em prévias edições da cadeira.
Deixando aqui as boas-vindas aos(às) alunos(as) que vão frequentar a unidade curricular, queremos, no mesmo passo, desejar-vos sucesso pleno, nesta e nas demais u.c. do Curso.
Rita Sousa
J. Cadima Ribeiro
(Docentes da u.c.)