segunda-feira, 23 de abril de 2012

“Impulso Jovem” contra o desemprego jovem

 Uma das grandes preocupações atuais anda à volta do desemprego, especialmente do desemprego jovem. Com a recente crise económica e financeira e com as notícias semanais de empresas a fecharem, para aqueles que vão ter o primeiro contato com o mercado de trabalho e com nenhuma experiência, torna-se uma tarefa cada vez mais difícil. Segundo o Eurostat (departamento de estatística da União Europeia), o desemprego português em 2011 estava nos 12,9% e os jovens com menos de 25 anos representam cerca de 30% dos desempregados, embora os últimos dados remetam para os 35,4%. A média da União Europeia (UE27) é de 9,7% e de 21,4 respetivamente, o que demonstra que Portugal está acima da média com alguma distância e está entre os 8 países membros com maior taxa de desemprego jovem, no quinto lugar, estando no topo a Espanha (46,5%), depois a Grécia (44,4%), a Eslováquia (33,2%) e a Lituânia (32,9%). Os países-membros com menor taxa de desemprego jovem são a Holanda (7,6%), a Áustria (8,3%) e a Alemanha (8,6%). As regiões portuguesas que mais estão afetadas por este fenómeno económico são o Norte, com cerca de 36% em 2011, e o Centro, com 19,6%. Apesar de cada vez mais os jovens dedicarem-se mais tempo aos estudos e haver muitos a tirarem licenciaturas, mesmo assim eles não conseguem arranjar emprego na sua área de formação e muitos deles acabam por trabalhar nas caixas de supermercado, servir em cafés, outros empregos distantes da sua área ou saem do país para encontrarem emprego na sua área, assistindo-se à conhecida “fuga de cérebros”.
       Um dos recentes projetos do Governo português para reduzir este número é o “Impulso Jovem”, que para além de dar resposta ao problema do desemprego jovem também tem uma componente de intensificar os apoios às pequenas e médias empresas (PME’s), que conta com um investimento de trezentos e cinquenta milhões de euros, através da reorientação dos fundos comunitários, que deverá beneficiar cerca de setenta e sete mil jovens. Foi criado em Março deste ano e inicialmente o investimento era para ser maior (por volta dos mil milhões), mas foi este o montante que foi aprovado pela Comissão Europeia. As principais medidas passam pela promoção e reforço dos estágios profissionais como forma de inserção dos recentes licenciados, mestrandos e doutorados no mercado de trabalho e no final, caso as empresas contratem o estagiário, recebem um prémio. Para além das duas medidas referidas acima, foram definidas as seguintes políticas ativas de mercado de trabalho para os jovens que estão atualmente em execução:
- Estágios Profissionais (meta de 40.000 desempregados a abranger em 2012)
- Sistema de Aprendizagem (meta de 30.000 jovens a abranger em 2012)
- Cursos de Especialização Tecnológica (meta de 1.000 abrangidos em 2012)
- Cursos de Educação Formação realizados na rede de Centros de Formação Profissional de Gestão Direta (meta de 5.000 abrangidos para 2012)
      Prevê-se que no final de Maio este projeto esteja acabado para ser aplicado no âmbito do QREN (Quadro de Referências Estratégico Nacional), na Agenda Competitividade e nos Programas Operacionais Fatores de Produtividade e Programas Operacionais Regionais do Continente e das Regiões Autónomas.
        Espera-se que com este plano estratégico o desemprego jovem seja reduzido e que cada vez mais haja mais empregos, se bem que com a situação atual ainda é capaz de demorar a obter-se resultados e é necessário que as PME’s estejam dispostas a receber estagiários, tendo em conta que um trabalhador novo tem um custo para a empresa pela sua fase de adaptação.

Diana Vilaça

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3.º ano do curso de Economia (1.º ciclo) da EEG/UMinho]

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