Um dos
principais fundamentos da existência de uma União Aduaneira consiste na
ausência de fronteiras internas, no que concerne ao comércio. Vivendo numa
União Europeia, há medidas que vão para além do comércio: a criação de laços
políticos é uma das realidades desta União.
Entre os
objectivos da União, pode-se ler: "O desenvolvimento
sustentável da Europa, assente num crescimento económico equilibrado e na
estabilidade dos preços, numa economia social de mercado, altamente
competitiva, que tenha como meta o pleno emprego e o progresso social e num
elevado nível de protecção e de melhoria da qualidade do ambiente.".
Quando um dos objectivos remete para
metas como pleno emprego e progresso social, olhando para Portugal, teremos nós
alcançado tal objectivo em 27 anos de União Europeia?
Não podemos falar em estabilidade de
preços, muito menos em pleno emprego quando dados do Eurostat remetem para uma
taxa de desemprego de 16.5% e olhando para a taxa da UE (27 países), esta
situa-se nos 11%. No entanto, comparando o nosso país com a Alemanha reparamos
numa taxa de 5.3%, ou com Dinamarca, que apresenta no mesmo período uma taxa de
6.7%.
Se viver em União é sinónimo de
igualdade, dignidade, democracia e liberdade, será que não existem para além
das barreiras linguísticas, barreiras económicas e políticas?
Estudos comprovam que os níveis de
desemprego devem-se às qualificações escolares detidas. Observando os dados
disponíveis de 2008, Portugal tinha uma despesa pública total em educação de
4,9% do PIB, e no mesmo ano a Alemanha apresentava um valor de 4,6%. Podemos
dizer que não gastamos o suficiente ou gastamos até mais que outros para
qualificar os jovens do nosso país, mas temos uma taxa de desemprego bastante
elevada comparada com a Alemanha.
Estes dados não transmitem a
realidade por inteiro, pois existem bastantes desigualdades em outros campos da
história da UE que de certa forma deixam-me pensar se esta criação europeia não
será apenas um lugar que não existe.
Finalizando, se vivemos numa União,
deveria existir igualdade entre os estados-membros, onde não existissem
realidades dispares, onde alcançaríamos os objectivos da União Europeia, ou
pelo menos atenuaríamos as diferentes realidades.
Cada país tem o seu ritmo, a sua
economia, a sua política, e dentro da União o seu peso, que aparenta ser igual
numa utopia, mas na realidade a balança não se equilibra.
Elisabete Alves Mendes Miguel
Fontes:
http://observatorio-das-desigualdades.cies.iscte.pt/index.jsp?page=indicators&id=69&lang=pt
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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