O envelhecimento populacional é
o processo pelo qual se aponta o aumento em termos proporcionais da população
idosa em relação ao número de jovens num determinado país.
O envelhecimento populacional é um
evento alarmante na União Europeia, devido à redução da taxa de natalidade, à
constante taxa de mortalidade e a uma elevada esperança média de vida que se
tem verificado com o passar do tempo na maioria dos seus países. Em Portugal
não será diferente, verificando-se que a taxa de natalidade é tão baixa que não
assegura a renovação das gerações.
Atualmente, em Portugal, o número de
pessoas com idade superior a 65 anos ultrapassa dois milhões, sendo a população
com mais de 80 anos 5 vezes superior ao que era antes.
De acordo com o Portal da Fundação
Francisco Manuel dos Santos (dados Pordata), em 1971, o número de pessoas com
mais de 65 anos era cerca de 836.058. Sendo que em 2015 esse número já rondava
os 2.122.996. Um outro dado que evidencia o envelhecimento da população
Portuguesa prende-se ao fato de que nos anos 70, por cada pessoa com 65 ou mais
anos, existiam duas crianças com mais de 10 anos, e hoje por cada criança com
menos de 10 anos existem duas pessoas com 65 ou mais anos.
O envelhecimento da população
portuguesa cada vez mais tem vindo a ser explicado não, propriamente, devido ao
aumento da esperança média de vida mas sim devido à diminuição da taxa de
natalidade. Isto deve-se ao fato de ser cada vez mais difícil entrar no mercado
de trabalho logo a seguir ao término do ensino superior, o que faz com que os
jovens permaneçam mais tempo na casa dos pais, adiando assim o nascimento do
primeiro filho. Outra explicação encontrada para este acontecimento pode ser pelo
facto de cada vez mais jovens verem-se obrigados a emigrar devido ao desemprego
que tem aumentado, adiando assim a construção de uma família, e
consequentemente o nascimento do primeiro filho.
As consequências que advém do
envelhecimento populacional podem causar vários danos socioeconómicos. Deste
modo, uma questão muito abordada prende-se com o contrato geracional que serve
de base ao nosso sistema de Segurança Social, ou seja, se existem cada vez mais
idosos, serão necessários mais recursos para sustentar o aumento das prestações
sociais. Porém, isto torna-se difícil devido à falta de jovens ou população
ativa. Outra consequência importante que advém do envelhecimento populacional
prende-se com o fato de que a falta de jovens elevaria os custos da mão-de-obra,
causando vários transtornos a nível económico. Uma outra consequência
indispensável de realçar tem a ver com os encargos sociais, que acabam por
aumentar com a assistência médica e as reformas, devido aos cuidados de que a
população idosa naturalmente carece.
Face ao dilema do envelhecimento,
torna-se essencial criar medidas para o combater. Posto isto, uma das soluções
para combater o envelhecimento populacional é o incentivo à natalidade através
de: aumento do abono de família, aumento da licença de parto, aumento de
subsídios de nascimento, e maior apoio da legislação laboral às futuras mães.
Uma outra questão muito importante tem a ver com o apoio do estado ao
envelhecimento ativo (processo de melhoria
das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de
melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas.), pois tal
constitui uma mais-valia em vários aspetos para toda a sociedade.
Em
jeito de conclusão, pode-se constatar que o envelhecimento populacional é um
evento marcante na medida em que acarreta consequências que afetam tanto a
sociedade como a economia portuguesa. Por isso, é preciso agir de modo a
encontrar soluções adequadas a esta situação.
“Envelhecer é natural.
Já o modo de envelhecer, não o é. A forma como se envelhece é uma marca da
sociedade de referência, da comunidade de pertença e da condição de vida que se
tem” (Tomás, 2012).
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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