O ano transato ficou marcado
pelo pedido de assistência financeira internacional e pelo assinalável
ajustamento dos desequilíbrios macroeconómicos previamente acumulados pela
economia portuguesa, que deverá permanecer durante os próximos anos sob a
alçada do Programa de Assistência Económica e Financeira. A deterioração das
condições de acesso aos mercados de financiamento internacionais tornou
inadiável o recurso a assistência financeira externa.
Neste contexto, a economia nacional registou uma forte
contração da atividade económica, apesar do ligeiro aumento das exportações e
consequentemente de uma redução particularmente acentuada do emprego e de um
aumento da taxa de desemprego para níveis máximos históricos, acima de 16%
(dados do 3º trimestre de 2012). Assim sendo, é vital sublinhar que a correção
dos desequilíbrios macroeconómicos não é um fim em si mesmo, mas é
indispensável para criar bases para um crescimento equilibrado e sustentado, a
única fonte de aumento do bem-estar económico no longo prazo.
A recuperação da atividade económica global na sequência da
grande recessão de 2009 tem sido moderada (previsão de crescimento económico
negativo de cerca de 3% no final de 2012), em comparação com anteriores
períodos recessivos. Este fraco dinamismo decorre da conjugação de vários
fatores, nomeadamente o fato de recessões originadas por crises financeiras e
bancárias serem tipicamente caracterizadas por recuperações lentas da atividade
económica. Como Portugal está inserido numa união económica e financeira, é
importante também realçar a situação dos seus parceiros europeus. Deste modo,
observa-se um elevado grau de heterogeneidade no crescimento económico dos
países europeus, pelo que se estão a atingir máximos de heterogeneidade desde a
unificação monetária. Ao longo de 2011, em resultado da turbulência financeira
associada à crise da dívida soberana na área do euro, a atividade económica
registou um abrandamento.
Neste momento toda a gente se pergunta: Qual será a solução
mais eficaz para fazer crescer a economia da “Ocidental praia lusitana”? Não
serão estes esforços e esta austeridade desmesurada, isto é, “mais do que
prometia a força humana”? Não será também uma contra-receita de crescimento
económico positivo? Continuamos todos à procura de respostas…
Ângelo Rafael Correia da Silva
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