A educação, no nosso país, nunca foi um setor que se distinguisse pela sua eficácia, no entanto, nos últimos anos, Portugal tem vindo a registar melhorias consideráveis nesta vertente. A frequentação do ensino superior e o consequente seguimento do ensino depois do secundário apenas nos últimos anos começou a ser tendência. Deste modo, a nossa população, depois de terminar a sua vida escolar, revela-se cada vez mais competente e preparada para ingressar no mercado de trabalho.
Analisando
o gráfico, que nos fornece a percentagem da população residente sem ensino
superior ou sem o ensino secundário, nos anos de 2004 e de 2019, vemos Portugal
na terceira posição, com um valor fixado nos 24,8%. Deste modo, verificamos que
Portugal, dentro dos países apresentados, revela-se como um dos países em que
menos pessoas frequentam o ensino secundário ou o ensino superior, apesar de
2004 para 2019 este valor ter registado, felizmente, uma queda de,
aproximadamente, 35%, uma vez que em 2004, Portugal apresentava um valor de
cerca de 60%. A UE27, nesta vertente, apresenta um valor fixado nos 15,5%, ou
seja, Portugal apresenta um valor pior que a média registada pela UE27, o que
por sua vez torna o cenário português ainda mais problemático.
Figura 1 - População residente sem o ensino secundário ou superior entre 25 e 34 anos. Fonte: PORDATA
Relativamente ao ensino
superior, claramente existem sempre aspetos a melhorar, mas penso que Portugal
está a um bom nível no que toca tanto à facilidade de acesso às universidades
públicas como também à atribuição de bolsas que esses alunos recebem após
ingressarem no ensino superior. O governo poderia aumentar o número de
universidades públicas e/ou melhorar as infraestruturas já existentes, assim
como promover um aumento do número e/ou nos montantes das bolsas atribuídas. No
entanto, nenhuma dessas medidas seria a ideal, na minha opinião, uma vez que os
seus custos não compensariam o aumento da atratividade adicional que trariam ao
ensino superior. Resultaria num aumento dos custos do Estado e não se
revelariam medidas significativamente eficazes. Ou seja, penso que o nível de
pessoas a acederem ao ensino superior, que tem vindo a aumentar
consideravelmente nos últimos anos (devido a medidas levadas a cabo pelo
governo, como redução das propinas, etc.), só não tem vindo a ser mais
significativo devido à mentalidade existente em alguma da nossa população mais
jovem, que após concluírem o seu secundário preferem ingressar de imediato no
mercado de trabalho, mentalidade essa que, no entanto, tem vindo a mudar
drasticamente.
Relativamente
ao ensino secundário, a principal causa de abandono é a taxa de reprovação
desses mesmo jovens. Assim, a principal forma de combater o abandono do ensino
secundário passaria por tentar melhorar a situação dos alunos que se encontram
numa situação de reprovação. Por exemplo, assim que se constatasse um caso
possível de reprovação, deveria existir uma reunião informal com os encarregados
de educação desse aluno a fim de definir uma estratégia capaz de melhorar a
situação escolar do mesmo. Cada caso é um caso, portanto a nível de medidas
concretas é difícil estabelecer regras base a seguir por todos, contudo ajudar
os alunos a gerir de forma eficaz os seus horários e ajudá-los, também, a
encontrar um método de estudo mais eficaz poderia ser um bom começo para
combater essa possível reprovação.
Em
suma, tanto a nível de ensino secundário como superior, Portugal tem vindo a
registar grandes melhorias e mudanças de paradigma positivas. Sendo os dados
relativos a 2019, penso seriamente que, atualmente, o nosso país esteja numa
situação bem mais positiva que a anteriormente apresentada e que irá continuar
a melhorar o nível de instrução da sua população.
Diogo Carvalho
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia
Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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