O comércio atual é muito diferente do comércio a que assistimos há 30 anos. Não é preciso recuar muito no tempo para perceber o que mudou e por que é que mudou. Se nos primórdios da humanidade o comércio era pouco notório (as pessoas produziam aquilo que consumiam), nos últimos séculos este fenómeno tem sido fundamental (e quase “obrigatório”), permitindo a aproximação das diferentes populações. Esta globalização (muito devida à necessidade de comercializar e contactar com diferentes países) foi sustentada pela criação da internet.
A
internet é uma ferramenta essencial na atualidade e tem tido um papel cada vez
mais relevante nas transações económicas. Graças a esta invenção, podemos fazer
uma compra qualquer coisa numa questão de minutos e sem sair de casa. Esta
adesão ao e-commerce (comércio
eletrónico) tem vindo a intensificar-se ao longo dos anos e tem conquistado a
confiança do consumidor. Do meu ponto de vista, os principais motivos que levam
a este incremento no uso da tecnologia para comprar algo prendem-se com a
comodidade e rapidez da transação, com a segurança garantida, com os menores
custos envolvidos (para as empresas) e com o aumento do número de pessoas com
acesso à internet.
Em
relação a este último parâmetro, dados estatísticos do EUROSTAT demonstram que,
em Portugal, em 2018, 79,4% das pessoas tinham ligação à internet, e a média da
União Europeia (UE) situava-se nos 89%. Já em 2019, a mesma fonte garantiu que
80,9% dos portugueses tinha acesso ao mundo digital, e a média da UE
correspondia a 90% da população.
Com
uma evolução semelhante, o desenvolvimento do e-commerce tem-se intensificado nos últimos tempos e, em 2018, o
relatório anual da E-Commerce Europe
revelou que 49% dos internautas portugueses realizaram algum tipo de compra online. Complementarmente a estes dados,
o Instituto Nacional de Estatística verificou que são os homens quem recorre
mais a este tipo de comércio, e a maior parte dos compradores (cerca de 71%)
situa-se na faixa etária entre os 25 e os 34 anos.
Além
disso, os países europeus que registaram um maior número de transações de e-commerce foram o Reino Unido, a Suécia
e a Dinamarca, com percentagens de 88,5%, 83,9% e 82% dos internautas,
respetivamente, em 2018.
Em
2020, a pandemia provocada pela COVID-19 permitiu, tal como previsto, o
crescimento do e-commerce e estima-se
que 56% dos consumidores portugueses fizeram, pelo menos, uma compra online. As empresas tiveram que se
adaptar aos novos desafios e, de forma a colmatar as perdas sofridas devido ao
confinamento, investiram mais no mundo digital, incluindo as cadeias de
hipermercados.
Numa
perspetiva pessoal e de acordo com as experiências vividas, posso afirmar-me
uma adepta do e-commerce já que este
me permite uma visão mais alargada, cómoda e rápida das oportunidades de
negócio, apesar de continuar a achar imprescindível a existência de locais
físicos, como as lojas.
Assim,
na minha opinião e devido aos factos supramencionados, podemos (quase) garantir
que a internet é e será o futuro e, numa perspetiva mais radical, todo o
comércio vai passar a ser feito online,
tornando o comércio tradicional (com espaços físicos) apenas uma memória do
passado. Deste modo, cabe às empresas delinear estratégias para entrar no mundo
digital de forma a expandir o seu mercado e marcar uma posição.
Concluindo,
vários indicadores económicos apontam para o contínuo crescimento do e-commerce e, nesse sentido, as empresas
devem tentar adaptar-se ao progresso tecnológico a que se assiste nas últimas
décadas, preservando as raízes do negócio mas alterando a forma como o realizam!
Sofia Pereira
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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