O Conflito Israelo-Árabe, que é dos mais longos da história, com início no século XIX, e dos mais complexos das últimas décadas, é um centro de tensão geopolítico do mundo. Os motivos principais que impulsionam este conflito são a partilha da cidade de Jerusalém, o delineamento de fronteiras, o movimento de refugiados palestinianos e a partilha de recursos hídricos.
Movidos por um desejo de
acabar, principalmente, com a violência, tal fez com que, em certos momentos
fosse possível avançar com as negociações numa direção positiva, havendo um
reconhecimento mútuo de ambas as partes. Porém, as lacunas existentes na
comunicação e organização das partes foram fatores determinantes,
negativamente, para a potencial resolução do problema, sendo necessário que tanto
agora como no futuro se dê mais atenção a estes detalhes para que as
negociações possam ser bem-sucedidas.
Este conflito entre
Palestina e Israel, que é um dos mais antigos e mais complexos, deve-se ao
facto de existirem países na esfera internacional com grande influência, que,
sobre este assunto, têm posições e opiniões divergentes, como são os casos dos
Estados Unidos da América, do Reino Unido e da França, pelo que tornará muito
difícil a chegada a um entendimento que satisfaça os interesses de ambas as
populações. Por exemplo, os Estados Unidos da América, interferiram como ator
externo relativamente aos Acordos de Oslo, assinado na Noruega mediados na
altura pelo presidente Bill Clinton, e
que foram considerados muito mais benéficos para Israel, não discriminando
implicitamente um Estado da Palestina independente. Este facto, aliado à
contínua ocupação por Israel de território palestiniano, tornou o lado da
Palestina mais intransigente no que toca às negociações, tornando difícil alcançar
a paz.
De forma a ultrapassar
este conflito, será necessário respeitar as fronteiras pré-1967, que os
israelitas desistam dos seus objetivos de colonização e que a Palestina se
torne um Estado independente. Portanto, se queremos pensar em negociações
bem-sucedidas, ambas as partes terão de ser capazes de enfrentar as suas
divergências de forma espontânea, sem o recurso a armas e apresentando os seus
pontos de vista, com o propósito de manterem uma comunicação direta e objetiva.
É necessário, também, que Israel admita a Palestina enquanto ator soberano, que
possui autoridade, sendo assim já reconhecido dessa forma por muitos organismos
internacionais.
Outra questão que se
revela um obstáculo à resolução do conflito tem a ver com o tempo, ou seja,
quanto mais um conflito se arrastar no tempo mais difícil será atingir uma
solução e mais facilmente esse conflito poderá ressurgir. Neste processo, os
Estados Unidos da América procuraram mediar este conflito, mas o que é preciso
verificar se essa mediação é feita da maneira correta. Um mediador é um
terceiro país, reconhecido por ambas as partes, que tenta agilizar o processo
de resolver o conflito. Para que este desempenhe o seu papel de forma bem-sucedida
é necessária a sua imparcialidade, não procurando beneficiar uma das partes,
algo que nem sempre se verificou. Portanto, apesar de se considerar a
influência de um ator externo como sendo importante na ajuda aos processos de
paz, esse ator deve procurar ser isento, pelo que para solucionar este conflito
seria necessário reconsiderar a posição dos Estados Unidos da América naquela
região, para que as partes possam desenvolver confiança, e assim seguir com
garantia de sucesso nas propostas de paz.
Apesar de todas estas considerações, existe uma forte probabilidade de que estas negociações se venham a arrastar durante as próximas décadas, até que, eventualmente, um dia as Nações Unidas se mexam no sentido de intervir, pelo menos, no que toca a salvaguardar os direitos humanos.
Diogo Martins
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
Sem comentários:
Enviar um comentário