sábado, 5 de janeiro de 2013

A Europa e a Integração Europeia

Num contexto de crise económica e de incerteza em relação ao futuro… é neste cenário que a União Europeia se encontra em 2013, cenário que se tem prolongado ao longo dos últimos anos e não tem fim à vista.
O que falta à UE para assegurar a estabilidade económica e financeira que se comprometeu aquando da criação da União Económica e Monetária? O que correu mal e que não permitiu alcançar essa estabilidade?
Por União Económica e Monetária entende um mercado comum dotado de uma moeda única e que tem como principal objetivo garantir a estabilidade económica e financeira de todos os Estados-Membros. Contudo, hoje em dia, compreende-se que o projeto de criação da União Económica e Monetária Europeia possuía algumas falhas que se repercutiram nos momentos de maior incerteza económica e no momento de eclosão da crise económica e financeira em 2007. Estas falhas fizeram com que nunca se alcançasse, em pleno, os objetivos primordiais propostos, bem pelo contrário. Em algumas situações, as dificuldades enfrentadas pelos Estados-Membros foram bem maiores do que as esperadas. Deste modo, torna-se necessário atuar no sentido de mudar as políticas que conduziram a UE a esta difícil conjuntura económica.
  É importante ter em conta que existe uma interdependência entre os Estados-Membros pelo que parte da solução terá de passar pelo esforço conjunto de todos os países da área euro, no sentido de alterar o rumo que a Europa está a tomar e, assim, tentar resolver a crise e restabelecer o crescimento sustentado e criador de emprego.
  Contudo, é preciso ter em conta que os Estados-Membros mais afetados pela crise económica e financeira mundial terão que estar sujeitos a um esforço maior. Portanto, os países que registaram desequilíbrios macroeconómicos mais acentuados têm que, obrigatoriamente, adotar medidas que restabeleçam a estabilidade financeira e a sustentabilidade da dívida pública. Portugal é um bom exemplo visto que, para além de muitas outras consequências, viu o seu acesso ao financiamento de mercado limitado, o que tornou a sua situação ainda mais complicada, registando uma contração económica no final de 2011. Contudo, nesse mesmo ano deu início à aplicação do Programa de Assistência Económica e Financeira, que consiste num conjunto de medidas relacionadas com a estabilidade financeira e a competitividade.
  Assim, torna-se necessário que cada Estado-Membro adote medidas adequadas à sua situação económica, mas é importante complementar este esforço com ações a nível europeu para que haja sucesso na implementação das novas políticas em toda a Europa.
  Mas será que a União Europeia está a trabalhar na implementação de novas estratégias para ajudar os Estados-Membros? Pode dizer-se que sim… Em maio de 2011 foi criado o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, que tem como objetivo assegurar a estabilidade da zona euro e ajudar os países do grupo em dificuldade. Esta entidade pode emitir obrigações e outros mecanismos de refinanciamento e, assim, auxiliar países em piores situações. Também o Mecanismo Europeu de Estabilidade pretende, desde 2012, assegurar a estabilidade da zona euro. O MEE, como regulamento de auxílio dos Estados-Membros, deverá impedir que mais países da zona euro entrem em dificuldades por causa dos endividamentos orçamentais, com consequências negativas para o Euro.
  Em suma, é possível concluir que a União Europeia tem tentado procurar soluções que ajudem os Estados-Membros a abandonarem a situação delicada que vivem nos dias de hoje. Para isso, tem lutado de forma a aumentar a integração europeia, pois entende que este é um pilar fundamental para que se atinja, com sucesso, o objetivo da estabilidade económica. Deste modo, todos os países da zona euro, apesar de dependerem do seu desempenho para saírem desta conjuntura desfavorável que atravessam, necessitam que a UE reforce e melhore o processo de coordenação das políticas económicas a nível europeu. Só assim será possível atingir a tão esperada estabilidade económica e financeira na União Europeia.

Ana Sofia Costa

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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