O setor agrícola perdeu peso na economia portuguesa à medida
que esta se foi desenvolvendo e aumentando a sua competitividade. Contudo, no
atual contexto de crise económica e perante a situação do mercado de trabalho,
têm-se registado um aumento considerável das candidaturas para ingressar neste
sector, dado que, apenas entre 1 de Julho de 2011 e o fim de Julho de 2012
deram entrada 2478 candidaturas, instalando-se em média 240 jovens por mês,
segundo Assunção Cristas (ministra da agricultura, mar, ambiente e ordenamento
do território).
Apesar deste pequeno aumento, o setor agrícola de hoje não
tem nada a ver com o setor agrícola de outrora, uma vez que existe o estigma que
a agricultura não trás riqueza. Relativamente a este tópico, o nosso atual
Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, referiu que “é necessário
ultrapassar o estigma” que afastou Portugal deste setor e que “numa altura em
que urge criar riqueza no país e gerar novas bases de crescimento económico, é
necessário olhar para o que esquecemos nas últimas décadas e ultrapassar os
estigmas que nos afastaram do mar, da agricultura e até da indústria, com vista
a produzirmos, em maior gama e quantidade, produtos e serviços que possam ser
dirigidos aos mercados externos”. Eu concordo com o pronunciado, uma vez que
foram as nossas origens que nos permitiram chegar onde chegamos hoje. Na
atualidade, a percentagem de agricultores é muito menor e, além disso, Portugal
está em recessão. Em 2011 o setor agrícola representava cerca de 8% das
empresas, 9% do número de pessoas ao serviço e 13% do volume de negócios do
setor institucional das Sociedades não Financeiras (SNF). Ora, daqui podemos
retirar que o setor agrícola pode ser um bom apoio para conseguirmos melhorar a
nossa situação económica, uma vez que se investirmos neste setor iremos
conseguir aumentar a competitividade do país.
Também a Organização
das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) defende que o investimento
na agricultura é uma das estratégias mais eficazes para reduzir a pobreza e a
fome, assim como Assunção Cristas, que afirmou que no setor da agricultura não
falta emprego, mas pessoas para trabalhar. Sublinhou ainda que é preciso
contrariar a ideia de que trabalhar no setor da agricultura é uma vida de
dificuldades e passar a mensagem de que as pessoas podem ganhar dinheiro e
enriquecer.
O caminho para incentivar o retorno a este setor passa por
arranjar verbas, através de fundos comunitários, e terra para cultivar, de
maneira a produzir mais, aumentando o consumo interno e as exportações. Vale a
pena investir nos produtos com uma maior procura por parte dos países para os
quais mais exportamos.
Por fim, acredito que cada vez mais pessoas se estão a
aperceber de que a agricultura não é para os pobres e que ao investirem na
agricultura e em novas tecnologias podem conseguir melhorar o seu futuro. Para
além disto, ao investir neste setor também conseguimos reduzir a dependência ao
exterior e aumentar as exportações (que por sua vez faz aumentar a
competitividade do país). Concluindo, a ingressão dos jovens na agricultura é
essencial para conseguirmos melhorar a situação dos portugueses (reduzindo a
fome e a pobreza), mas também é essencial para ajudar a melhorar a situação
económica do país.
Flávia Sofia Almeida da Silva
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