As lojas do futuro não vão ter caixas registadoras nem filas para pagar.
Não vai haver corredores nem produtos dispostos em grandes prateleiras. Segundo
João Günther Amaral, diretor de desenvolvimento e inovação da Sonae, vamos
poder abrir o frigorífico, tirar o último iogurte, digitalizá-lo e
acrescentá-lo à lista de compras. Isto é consequência da crescente exigência
por parte do consumidor do futuro. O novo consumidor é mais exigente, mais
proactivo, mais dinâmico. Este tipo de consumidor é denominado de “future
shaper”. Estes “future shapers” são uma nova “gama” de consumidores
inteligentes e ativos - “novo consumismo”- contrapondo-se ao comprador passivo
e ingénuo de hoje - velho consumismo. Os consumidores do futuro são
perfeccionistas, ou seja, não se satisfazem com a primeira opção, valorizam
tudo o que é inovador, tudo para os tornar agentes com uma personalidade
diferenciadora.
Nos próximos 20 anos vamos assistir a
grandes alterações, desde as características da oferta e do ponto de venda
(lojas) às tecnologias e formas de pagamento.
Daqui a alguns tempos vamos poder
fazer o pagamento das nossas compras através de um iPad. A forma como fazer uma lista de compras vai ser completamente
diferente: as pessoas vão poder usar o seu smartphone
para anotar o que necessitam de comprar, podem criar uma lista pré-definida e
quando forem ao supermercado até vão poder consultar as promoções existentes nessa
superfície comercial, assim como beneficiar de uma aplicação (um mapa) que os
guia até aos produtos que querem comprar. Também vamos poder, através do
telemóvel, ler os códigos de barras dos produtos e conhecer o seu percurso,
desde a sua produção até à distribuição. E isto vai acontecer já em 2014, com a
introdução do Data BAR em Portugal.
Na minha
opinião, a mudança e a ideia de tecnologia, cada vez mais enraizada na nossa
sociedade, é algo positivo, pois faz com que haja desenvolvimento económico e com
que a própria sociedade não fique “parada” no tempo. Porém, o país ainda está
longe de se adaptar à nova realidade, aos novos tempos. Ainda há muitas pessoas
que, devido à sua vivência, aos seus costumes, não estão a par das novas
tecnologias. E por isso mesmo, esta ideia de “loja do futuro” vai ter de ser
construída lentamente, de forma a que as pessoas se consigam adaptar à nova
realidade e encarem bem a mudança. Para provar isto, vejamos os factos: apenas
360 mil portugueses, ou seja, apenas 4.6% do total de residentes em Portugal
possuem um smartphone. Isto
significa, entre outras coisas, que ainda há muita gente que não sente
necessidade de ter um dispositivo destes, ou seja, que não se sente mais
satisfeito só por possuir um smartphone
(isto, sem fazer referência aos efeitos que a crise pode ter neste aspeto, ou seja, ao fato de as pessoas atualmente comprarem o que
lhes faz realmente falta).
Conclui-se que Portugal ainda
tem um longo caminho a percorrer para se igualar, ou pelo menos chegar perto de
grandes economias que privilegiam a tecnologia, tais como a Alemanha, onde já
funcionam os “supermercados do futuro”. Uma loja do grupo alemão Metro já está
totalmente integrada com tecnologia RFID,
PDAs, carrinhos e balanças inteligentes e máquinas que fazem o check out dos clientes.
Mónica
Filipa Correia Amaral
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