O setor das energias renováveis assume cada vez mais uma posição de relevo na economia portuguesa. Desta situação resulta uma importante contribuição para o desenvolvimento sustentável do país, para a criação de riqueza e para a geração de emprego.
No seu conjunto, as energias renováveis contribuem para uma verdadeira democratização do setor energético e para o aumento da concorrência na geração de eletricidade. Num momento em que a palavra “reindustrialização” volta a estar na ordem do dia, é importante referir que o investimento em energias renováveis promove a criação de emprego especializado e contribui para a coesão territorial, em virtude da generalidade dos projetos se encontrarem localizados em áreas menos favorecidas e em muitos casos em vias de desertificação.
Em 2013, as fontes de energias renováveis contribuíram para cerca de 57% do total de consumo de energia elétrica em Portugal e, em 2014, asseguraram 64% desse mesmo consumo, sendo a energia eólica a que teve mais impacto na produção de energia.
A aposta no setor da eletricidade de fontes renováveis em Portugal traduz-se num conjunto de benefícios económicos, ambientais e sociais. Do ponto de vista ambiental, as energias renováveis, ao substituir fontes mais poluentes, permitem evitar emissões de gases com efeito de estuda, como o dióxido de carbono, e reduzir a taxa de dependência energética, devido à diminuição da importação de combustíveis fósseis e de energia eléctrica. Por seu lado, do ponto de vista socioeconómico, permitem uma melhoria da qualidade de vida da população, consequente dos benefícios ambientais e do impacto significativo na criação e geração de emprego e riqueza no nosso país.
Nos últimos anos, o peso no PIB nacional do setor da eletricidade a partir de fontes de energia renovável aumentou, fruto de um crescimento médio da contribuição das mesmas de 4% ao ano, representando, em 2013, cerca de 1,6% do PIB nacional. As fontes de energia eólica e hídrica foram as que mais contribuíram para tal situação. Também em 2013 contribuiu para a geração de mais de 40 mil empregos em Portugal. Tal facto, deve-se ao aumento verificado de potência instalada Eólica, associado às unidades fabris existentes no nosso País. Ainda em 2013, o setor da electricidade de origem renovável contribuiu para evitar importações no valor de 1.479 milhões de euros e para reduzir a taxa de dependência energética em 12,3%.
Segundo um estudo apresentado pela Associação Portuguesa de Renováveis (APREN) e pela Delloite, espera-se que, até 2020, esta área de negócio crie, em Portugal, perto de 18 mil novos postos de trabalho, representando um acréscimo de 40% face a 2013. A chamada eletricidade verde contribuirá ainda com cerca de mil milhões de euros para o PIB, mais 40% do que a riqueza gerada em 2013.
Posto isto, todo este impacto positivo na economia leva-nos a concluir que Portugal não deve desistir de um futuro sustentável, mas sim continuar a aplicar medidas que progridam nesse sentido. Este mercado é importante demais para ficarmos aquém do exterior. Devemos aproveitar ao máximo a potencialidade natural que o país nos oferece e continuar a apostar na inovação e tecnologia associados à indústria de componentes e equipamentos da área das energias renováveis, contribuindo assim para a melhoria das condições de vida das populações, para um crescimento e desenvolvimento económico e aumento de emprego, até porque aumentar o investimento de energia remete-nos, automaticamente, para crescimento económico de empresas portuguesas e, consequentemente, para a geração de uma maior receita económica e financeira.
Ana Pereira
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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