Portugal continua a
ser um país que compra mais bens no exterior do que aqueles que vende, mas tem
vindo a tentar alterar este cenário. O objetivo de
qualquer economia parte está em tentar assegurar um saldo positivo, e para tal suceder
é necessário que as exportações superem as importações de forma a evitar
apresentar um saldo comercial deficitário. Todavia, para tal acontecer é
necessário criar incentivos de modo a atrair o interesse de potenciais
parceiros estrangeiros.
A balança
comercial é um indicador da economia nacional que tem um grande impacto na
economia, dependendo do seu saldo. No caso de um excedente (mais exportações
que importações) a economia dispõe de uma espécie de “lucro”, visto que ao
exportar mais do que importar vai angariar capital para novos investimentos.
Por outro lado, em caso negativo, verifica-se o oposto, e o e o “prejuízo” obtido deve ser
coberto pelas reservas financeiras, de modo que a prioridade seja aumentar as
exportações e diminuir as importações, sendo que para Portugal aumentar as
exportações depende também da disponibilidade e capacidade económica do resto
da Zona Euro.
Quando uma
economia está em expansão, tendem a existir mais compras e mais vendas ao exterior.
O efeito de uma balança comercial excedentária é positivo exprime-se nos recursos
que ficam disponíveis. Se um país exporta mais, significa que teve de investir
e alocar recursos para esse efeito. Esse investimento, feito direta ou indiretamente
através de compra de material, influencia positivamente o tecido económico.
Portanto, quando um país exporta, e tem uma balança comercial excedentária, mais
se movimenta a economia e se afeta positivamente o PIB.
Em junho de
2016, as exportações portuguesas baixaram 2%, agravando o défice comercial da
economia nacional, de acordo com os últimos dados oficiais do INE. Em maio desse
mesmo ano as exportações em Portugal diminuíram 0,7%, com as importações a registarem
uma descida de 3,6%, quando comparandas com as importações de maio de 2015.
O INE indica
também, no seu último relatório, que, em 2015, o Reino Unido foi o quarto
principal mercado para as exportações portuguesas (6,7% do total das exportações nacionais), tendo-se
registado um saldo da balança comercial de bens a favor de Portugal na ordem de
1,5 mil milhões de euros. Um número que não pode ser ignorado pelos governantes
portugueses. As transações comerciais de bens de Portugal com o Reino Unido têm
uma elevada importância nas transações comerciais com outros Estados-membros da
UE, o que é importante ter em mente no momento em que o Reino Unido se prepara
para sair da União Europeia. Daí resulta também quão imperativo será para a
economia portuguesa manter boas relações comerciais com este.
Nos últimos anos, Portugal tem vindo
a registar saldo positivo na sua balança comercial. Apesar da crise, a Europa
compra mais do que vende a Portugal, o que obviamente beneficia o PIB nacional.
No meu ponto de vista, Portugal só tem a ganhar com o aumento das exportações e
com o equilíbrio da balança comercial, no geral, mas temos de ter em conta que
um país em expansão tende a aumentar as suas importações. Se um país tiver um
nível muito baixo de importações, tal pode ser sinal de falta de capital disponível
ou descida do poder de compra bem como descida dos consumos.
Ana Filipa Lopes Marinho
[artigo de opinião produzido no
âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do
curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
Sem comentários:
Enviar um comentário