Nos
últimos dias, o tema do lixo e dos aterros sanitários tem estado na “boca” de
muitos portugueses e em destaque nos media. Contudo, primeiro vamos perceber o
que de facto é um aterro sanitário.
Um
aterro sanitário tem como objetivo a decomposição final de resíduos sólidos
gerados pela atividade humana, nomeadamente, resíduos provenientes de
residências, indústrias, hospitais, e construções. Os aterros sanitários são
geralmente construídos fora das cidades e comportam, essencialmente, lixo não
reciclável. Por esta razão, deve haver controlo destes resíduos devido às
consequências adversas que o seu depósito em aterros pode trazer ao local e à
saúde pública dos habitantes. São, no entanto, muito importantes dado
solucionarem parte dos problemas causados pelas grandes quantidades de lixo
oriundas de grandes cidades.
É
o caso de Nápoles, em Itália. É uma cidade com grandes quantidades de lixo e
onde o negócio é controlado pela mafia, o que gera revolta das populações e a preocupação
dos ambientalistas. As elevadas quantidades representam, atualmente, um
atentado ao meio ambiente, o que desencadeia uma multa por parte da União
Europeia. No entanto, os italianos estão a tentar evitar essa multa negociando
com os portugueses e exportando lixo para o nosso país, nomeadamente para o
aterro de Setúbal.
Segundo
a notícia avançada pela RTP, chegaram a Portugal 2.736 toneladas de lixo
italiano, sendo este o primeiro carregamento de um total de 20 mil toneladas
que Portugal iria receber durante um ano. Não só pela sua origem mas também
pela sua quantidade, inédita até então, é levantado o alerta por parte de
ambientalistas, pedindo “um acompanhamento mais detalhado”.
Na
realidade, verificam-se alguns “se’s” nesta problemática dado que nem todas as
autoridades competentes estavam a par desta transação. Entretanto, estas
autoridades já estão a par da situação e as análises aos resíduos já foram
realizadas, o que culminou na proibição, por parte do Governo Português, do
aterro do lixo importado de Itália. Esta decisão foi tomada com base no
resultado das análises, que demonstrava a presença de elevados níveis de
carbono no lixo importado, sendo, assim, este um perigo para a saúde pública.
Além
do inicial Grupo Sapec, detido pelo secretário de estado do ambiente do governo
de Pedro Passos Coelho, Paulo Lemos, a Valor-Rib e a Rima, do Grupo Suma,
também demonstraram interesse na importação de lixo italiano.
Com
isto, se o lixo fosse aceite no nosso país, Portugal ia tornar-se no “balde do
lixo de Nápoles”, além de que se continuasse a receber mais quantidades além
das já acordadas, num futuro próximo, o problema que hoje Itália tem poderia se
tornar num problema para Portugal também, o que representaria multas para o
país. Este negócio poderia sair caro à economia portuguesa e ao bem-estar dos
portugueses.
Carolina Maia
[artigo
de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e
Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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