Entre
2008 e 2013 deu-se um aumento da insolvência das famílias em 1490%, e cerca de
47% dos desempregados procuram emprego há mais de 2 anos (segundo dados de 2016,
do Eurostat). Com o início desta crise, os portugueses viram a sua qualidade de
vida e bem-estar diminuir drasticamente, sendo que o risco de pobreza e/ou
exclusão social atingiu os 27,5%.
Visto
isto, as instituições de solidariedade foram, para muitas famílias, um porto de
abrigo durante os anos mais difíceis. O aumento de solicitações de apoio é uma
realidade e um desafio à sociedade civil e à economia social, pois estas
instituições assumem que tiveram um aumento de 39,9% no número de beneficiários,
apesar de apresentarem um decréscimo acentuado no rendimento global. Para dar
respostas a este aumento de procura de ajuda, estas tiveram que aumentar o número
de funcionários e também o número de voluntários em cerca de 41% e 23.4%,
respetivamente.
Nesta
época natalícia o Banco alimentar é
das instituições que mais combate a desigualdade social. Esta instituição tem
vindo ao longo dos anos a aumentar o número de pessoas assistidas, sendo que em
2015 conseguiu dar assistência alimentar a cerca de 437 mil pessoas. Mais atrás
fica a AMI e a Cáritas. A Cáritas também tem vindo a aumentar o número de
atendimentos por diocese (famílias), atingindo cerca 67 mil famílias em 2015.
Já a AMI atingiu o seu maior número de pessoas que recorreram ao apoio social
direto em 2013.
Existe
também uma instituição chamada GEPE (Grupo de Entreajuda para a Procura de
Emprego). Esta, está orientada para a reinserção laboral dos desempregados, e
tem como objetivos principais a procura ativa de emprego, alargamento de redes
de contacto, apoio social, melhoria de competências e apoio psicológico ao
desempregado. Apesar de ainda não ser uma instituição muito conhecida, entre
2013 e 2015 criou 176 Grupos GEPE, concretizou 91 parcerias, e 790 dos
participantes desta instituição encontraram emprego entre as datas acima mencionadas.
Apesar
da crise que sofremos, o Estado, em 2011, apresentou o Programa de Emergência
Social (PES), em que lançou várias medidas destinadas às famílias, idosos,
pessoas com deficiência, voluntários e instituições. Além de celebrar vários
protocolos de cooperação com as IPSS, o PES garantiu a majoração em 10% do subsídio
de desemprego para casais com filhos, a criação de um mercado social de
arrendamento para famílias excluídas da habitação social e de uma tarifa social
de transporte, gás e eletricidade, entre outras medidas.
Em
suma, devido à crise, as instituições de solidariedade social estão cada vez
mais preocupados com as desigualdades sociais. Para termos uma noção de como os
portugueses e estas estruturas viveram a crise anote-se que 2012 (ano em que
ainda estávamos em plena crise económica) foi o ano em que os portugueses mais
doaram: cerca de 13,1 milhões de euros.
Catarina Pereira
[artigo
de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e
Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
Sem comentários:
Enviar um comentário