Blogue de apoio à unidade curricular "Economia Portuguesa e Europeia"
domingo, 23 de dezembro de 2018
sábado, 22 de dezembro de 2018
Criptomoedas e a ´Blockchain`
As  criptomoedas  têm  dado  muito  que  falar, 
em  especial  nos  últimos  dois  anos,  após  o  “boom” 
ocorrido  em  Janeiro 
de  2018,  seguido 
do  “crash”  até  ao  presente. 
No  início  de  2018,  o  mercado  das  criptomoedas  chegou 
a  atingir  os  700  mil  milhões  de  dólares.  Hoje,  vale  cerca  de  125  mil  milhões. 
A  queda  foi  resultado  da  implementação  de  contractos  futuros, 
que  facilitaram  o  “short”  da  criptomoedas  (BTC), 
eliminando  o  preço  fictício  que  detinha,  derivado 
da  alavancagem  permitida 
pelas  corretoras.  Ou  seja,  sem  alteração  dos  fundamentais,  as  criptomoedas  cresceram 
exponencialmente,  atingindo  valores 
insustentáveis,  alimentados  por  dívida,  e  após  pressão 
dos  vendedores  (provocando 
o  chamado  “margin 
squeeze”),  posições  alavancadas 
foram  forçadas  a  serem  vendidas. 
A  exemplo,  a  Bitcoin 
caiu  de  máximos 
de  19  000 $  para  os  4  000 $  (preço  médio  corrente).
Esta  desinformação 
deveu-se  ao  facto  de  as  transações  das  criptomoedas  serem  maioritariamente  realizadas 
por  “investidores  de  retalho”,  e  não  por  investidores  institucionais.  Logo,  estes,  sendo  mais  desinformados,  estão  mais  facilmente 
sujeitos  a  manipulações 
e  persuasões  sobre  as  suas  expetativas,  ou  seja,  maior  parte  do  volume  transacionado 
era  derivado  de  indivíduos  que  não  sabiam 
o  que  estavam 
a  comprar. Mas  então, 
se  não  existiu 
alterações  dos  fundamentais, 
de  onde  veio  esta  euforia 
sobre  a  tecnologia 
“Blockchain”?
Apesar  destas 
conotações  negativas,  as  criptomoedas  têm  como  objetivos 
resolver  certos  problemas 
inerentes  a  um  sistema  fiduciário 
tradicional,  nomeadamente  o  problema  de  inconsistência  temporal.  Na abstenção 
de  políticas  reguladoras, 
entidades  responsáveis  pela  oferta  e  distribuição  monetária 
(B.C.  e  bancos 
comerciais)  não  são  incentivadas  a  reter  moeda  de  forma  a  evitar 
uma  sobre-inflação  dos  preços  (White 
1999).  Produtores  de  moeda  podem  criar  moeda  de  forma  a  “produzir” 
receita,  hiperinflacionando  a  economia,  contudo 
potenciais  consumidores  não  têm  incentivos 
para  reter  a  mesma.  
Apesar  deste  fenómeno  não  ser  visível 
em  economias  avançadas, 
é  fortemente  realizável 
em  economias  subdesenvolvidas,  como  a  hiperinflação 
do  dólar  Zimbabuense 
de  2009,    ou   
a    recente    crise   
vivida    na    Venezuela,    onde   
o    próprio    dinheiro 
(papel)    é    usado   
para    produzir    acessórios    de   
moda (Ex:  Bolsas  e 
carteiras).    Visto o sistema  bancário 
e  financeiro  ser  o  intermediário 
entre  Bancos  Centrais 
e  a  população, 
a  confiança  na  moeda  fiduciária 
encontra-se  paralelamente  subjacente 
ao  funcionamento  deste  primeiro,  o  que  implica 
que  apenas  uma  pequena  intervenção 
de  agentes  maliciosos 
(gananciosos)  ou  manipuladores 
(Ex:  ciclo  político 
económico  e  as  eleições),  possa  destabilizar  completamente 
uma  economia.  
As  criptomoedas,  face 
aos  problemas  descritos, 
eliminam  a  necessidade 
de  intermediários  bancários 
na  realização  de  transações,  permitem 
uma  descentralização  governamental 
quanto  à  emição 
de  moeda  e  têm  o  potencial  de  eliminar  qualquer 
tipo  de  atividade 
corrupta,  se  estas  destituíssem  o  seu  caráter 
anónimo.  
São  compreensíveis  as  razões  pelas  quais  as  criptomoedas  são  um  “bicho 
de  7  cabeças”. 
Na  sua  estrutura 
atual,  são  dificilmente 
taxáveis,  eliminariam  o  poder  das  políticas  monetárias 
(se  assumidas  como  moeda  principal 
corrente),  são  demasiado 
voláteis , levando  a  um  “pricing  out  the  dollar” 
(  Warren  Buffet 
2017)  e,  acima  de  tudo,  dado  o  seu  caráter 
anónimo  facilitam  o  tráfico  ilegal. 
Concluindo,  no  seu  estado 
atual,  as  criptomoedas  de  pouco  servem   
e    não  devem 
sequer    ser  consideradas    moedas, 
contudo  a  potencialidade  da  tecnologia  por  detrás  delas  é  ilimitada. 
Eliminando o caráter anónimo,  o  tráfico 
ilegal  das  mesmas 
seria  fortemente  limitado, 
bem  como  a  própria  corrupção 
(David  Cameron:  "most 
excites  me  is  the  potential 
that  your  technology 
has  to  fight  corruption”).  A  transparência
daí decorrente permitiria  a entidades  centrais  seguir o rasto de  qualquer  ato  ilegal  cometido. 
Finalmente,  para  defensores 
de  mercados  livres, 
a  blockchain  é  o  passo  certo  para  a  destituição  de  barreiras  à  proliferação  comercial. 
Se pensarmos mais além,  quando  reduzidas 
discrepâncias  económicas  entre  os  países, 
tal seria um  grande  passo  para  a  criação  de  uma  área  monetária  ótima.  
Luan  Fermino 
Pires
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
sexta-feira, 21 de dezembro de 2018
terça-feira, 18 de dezembro de 2018
O negócio dos ginásios: a “moda” veio para ficar?
  Cada
vez mais os portugueses se preocupam com a prática de exercício físico, quer
para manter um estilo de vida saudável quer devido a questões estéticas. São influenciados
também pelas redes sociais e media,
que cada vez mais promovem não só o exercício e a alimentação mas a imagem de
um corpo perfeito. Mas será que os portugueses se renderam completamente? A
resposta é não. Portugal ainda se encontra na cauda da Europa no que diz
respeito à prática de exercício físico. 
De
acordo com o Eurobarómetro de 2017 da União Europeia, 68% dos portugueses não
praticam qualquer exercício físico podendo ser apontadas as dificuldades
económicas e a falta de tempo como principais razões. Só a Grécia e a Bulgária
apresentam piores indicadores. Apenas 5,4% da população é que faz exercício
físico em ginásios, correspondendo a 540 mil pessoas. Todavia, após uma queda
acentuada entre 2010 e 2013, a prática de exercício físico tem vindo a aumentar,
sobretudo associada aos ginásios. Segundo os dados mais recentes da AGAP
(Associação de Empresas de Ginásios e Academias de Portugal), o setor tem cerca
de 1100 unidades, que respondem a uma faturação da ordem dos 220 milhões de
euros e perto de 20 mil postos de trabalho a tempo inteiro. O valor médio de
uma mensalidade situa-se nos 38 euros.
Um
aspeto importante foi o aparecimento de cadeias de ginásio low cost, que veio dar um novo, e grande, impulso ao setor, quando
o fator determinante para os portugueses praticarem exercício físico é o preço,
tendo-se vindo a assistir a uma diminuição do preço médio da mensalidade nos
últimos anos, permitindo a este segmento de mercado, o low cost, crescer e aumentar a procura. 
As
cadeias presentes em Portugal estão atentas ao mercado e reconhecem que “há
muita margem para crescer”, afirma Sofia Sousa, CEO do Holmes Place. Neste sentido, o setor estabeleceu como meta atingir
o milhão de praticantes de atividade física em ginásios até 2025. Dados de 2016,
revelam que o número de sócios dos ginásios tinha crescido 30% nesse ano e o
número de espaços tinha aumentado 14%, destacando-se o Holmes Place, o Fitness Hut
e o Solinca como os maiores
operadores nesse ano.
No
entanto, para o presidente da AGAP, a taxa de IVA é um entrave à expansão dos
ginásios, sendo necessário reduzir a taxa, que atualmente é de 23%. Um dos
argumentos que é utilizado para a defesa da redução desta taxa é o investimento
na prática de exercício físico, o qual, poderá gerar uma poupança na saúde,
isto é, trabalhar ao nível da prevenção da doença ao invés de investir na cura.
Na
minha opinião, se há algum tempo poderia ser considerado uma moda, a verdade é que
o fitness vem, de ano para ano, a
conquistar cada vez mais adeptos e a demonstrar que os portugueses querem
combater o sedentarismo. Além disso, doenças como a obesidade e muitas outras
podem ser prevenidas através da prática de exercício. Esta é uma tendência para
o futuro que vem não só melhorar o estilo de vida de cada um como criar
diversas oportunidades de negócio.
Ana Cláudia da Silva
Pereira
Referências:
·       
Expresso;
·       
Dinheiro vivo;
·       
Jornal de Notícias.
 [artigo de opinião produzido no âmbito da unidade
curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º
ciclo) da EEG/UMinho]
Guimarães, uma cidade que pensa Verde
Guimarães,
apesar de ser uma cidade carregada de história e de idade, não se mostra presa
no passado, mas sim voltada para o futuro ou, melhor dizendo, para um futuro
mais verde. Foi considerado o município mais sustentável de 2018, alcançando a
melhor pontuação no programa ECOXXI, uma iniciativa da Associação Bandeira Azul
da Europa (ABAE), destinada a premiar as boas práticas e políticas ambientais
dos municípios portugueses.
 A cidade berço possuí a ambição de tornar o
seu concelho mais verde, como prova disso foi a sua candidatura a Capital Verde
Europeia 2020, distinção máxima da Comissão Europeia para cidades com mais de
100 mil habitantes. Guimarães alcançou o 5º lugar entre as 13 cidades
candidatas ao prémio, resultado este muito positivo para o município, apesar de
não ter ganho. A par da sua candidatura, são vários os projetos que fazem com
que este caminho em direção à sustentabilidade se alcance mais rapidamente. 
Um
exemplo de sucesso são as Hortas Pedagógicas: existem 525 talhões, num total de
6,4 hectares de terreno no coração da cidade, com lista de espera, as quais,
permitem às pessoas que vivem em ambiente urbano usufruir de terreno agrícola e
realizar o próprio cultivo.  Atualmente,
existem mais de 20 brigadas verdes com mais de 2000 soldados ambientais e as
emissões de CO2 foram reduzidas em 20%. Estas brigadas verdes consistem na
reunião dos soldados ambientais nas respetivas freguesias todos os fins de
semana para realizarem alguma iniciativa pelo ambiente.
No
centro histórico, os papa-chicletes e
os ecopontas, desenvolvidos numa
parceria do município com a Universidade do Minho, são os locais onde os
cidadãos deitam as chicletes e as pontas de cigarro. No futuro, vão servir para
fazer mobiliário urbano, como bancos de jardim. Além disto, está a ser
construída a rede de 20 quilómetros de ciclovias ecológicas que, no futuro, se
vai estender às principais vilas do concelho. Esta rede de ciclovias visa
incentivar os vimaranenses a aumentar as suas deslocações com recurso a
bicicletas, diminuindo o número de carros em circulação.
De
salientar que, com a candidatura a Capital Verde, a Câmara de Guimarães decidiu
construir um edifício que fosse exemplo de sustentabilidade ambiental,
energética e, consequentemente, económica. Assim, surgiu em 2017 a Academia de
Ginástica de Guimarães, um edifício autossustentável e próximo do “carbono zero”,
que serve para a formação de atletas de ginástica e que já conta com quase mil
praticantes em menos de um ano.
Na
minha opinião, é cada vez mais urgente mudar a consciência da nossa população
relativamente aos problemas ambientais, tendo as medidas políticas um papel
primordial nesta causa. Guimarães é um exemplo de um município que reconhece
que são as pessoas que vão criar um desenvolvimento sustentável no futuro, e
não as autoridades da cidade. No entanto, parte destas autoridades a iniciativa
e o exemplo a seguir para que as pessoas construam um futuro sustentável. 
Deste
modo, estas iniciativas deverão servir como modelo para outras cidades e, desta
forma, introduzir mais hábitos e projetos, que visam a sustentabilidade
ambiental no nosso país, para todos juntos contribuirmos para um futuro mais
verde.
Ana Cláudia da Silva
Pereira
[artigo
de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e
Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
O desemprego na Zona Euro
A Zona Euro refere-se à uma união monetária dentro
da União Europeia, na qual alguns Estados-membros
adotaram oficialmente o euro como moeda comum. Esta é a segunda maior economia do
mundo, segundo estimativas da Agência Central de Inteligência (CIA), em 2013. Atualmente, são 19 estados membros
da União Europeia que fazem parte da zona do euro, nomeadamente: a Alemanha, a
Áustria, a Bélgica, o Chipre, a Eslováquia, a Eslovénia, a Espanha, a
Estónia, a Finlândia, a França, a Grécia, a Irlanda, a Itália, a Letónia,
a Lituânia, o Luxemburgo, a Malta, os países baixos e Portugal. No entanto, Alguns países que fazem parte da União
Europeia resolveram não adotaram a moeda única, a exemplo de Inglaterra,
Suécia e Dinamarca. 
Em relação ao
desemprego, este é um tema muito relevante e discutido na atualidade, uma vez que é um dos maiores problemas do
mundo em que vivemos. Segundo Garraty, o desemprego significa a condição da
pessoa sem algum meio aceitável de ganhar a vida e os desempregados são
pessoas capazes de trabalhar para satisfazer as suas necessidades mais ociosas,
que elas possam fazer para atender às necessidades da sociedade. Desta forma, o
desemprego fica caraterizado como sendo a não possibilidade do trabalho
assalariado ou por conta própria nas organizaçōes. 
Na Zona Euro, a
taxa de desemprego fixou-se em 8,6%, em Janeiro, estável em relação a
Dezembro e abaixo dos 9,6% de Janeiro do ano passado (2017). Este era o valor
mais baixo que se verificou em janeiro quando foi feito o estudo. Contudo, o
nível se manteve estável em Outubro de 2018,
em 7,3%, o mesmo valor foi registrado em Dezembro. 
Segundo os dados do Eurostat, entre
os Estados-membros da União Europeia, as taxas de desemprego mais baixas foram
registadas na República Checa (2,2%) e Alemanha (3,3%), enquanto as mais elevadas
foram observadas na Grécia (18,9% em agosto) e na Espanha (14,8%). 
As descidas mais acentuadas foram
registadas em Chipre, Grécia, Croácia, Espanha e Portugal, onde o desemprego
caiu, em Janeiro, para 7,9%. Dados recentes mostram que desde janeiro de 2018 a
taxa de desemprego na zona do euro tem vindo a descer consideravelmente,
recuando para 8,1% em Agosto de 2018. 
 Entretanto, esta
manteve-se constante, em outubro, em 8,1% (quando comparada com os meses de
Agosto e Setembro), na zona euro e na União Europeia (UE), com Portugal a
registar a quarta maior descida (de 8,4% para 6,7%), depois da Croácia
(de 10,2% para 8,1%), da Grécia (de 20,8% para 18,9%, em agosto) e da Espanha
(de 16,6% para 14,8%). 
Segundo os dados da Eurostat, este
é o valor mais baixo na taxa de desemprego registado até Outubro de 2018: 
Figura 1: Desemprego na Zona Euro
Fonte: Eurostat
É de salientar que em relação ao
desemprego jovem, isto é, respeitante a jovens
com idade inferior a 25 anos, este desceu tanto na Zona Euro como na União
Europeia.  Dados da Eurostat mostram que, em Janeiro deste ano, 3.646 milhões de
jovens estavam desempregados, dos quais 2.535 milhões na Zona Euro.  
Em comparação com
Janeiro de 2017, o desemprego jovem caiu em 333 mil na União Europeia e em 280
mil na Zona Euro. A taxa de desemprego jovem desceu para 16,1% na UE e para
16,6 % em agosto de 2018 na região da moeda única, o que compara com 17,6% e
19,9%, respetivamente, em Janeiro de 2017. 
Ilustro no gráfico abaixo a
considerável descida na taxa de desemprego entre os jovens: 
Figura 2: Desemprego entre jovens
Tendo em conta que a taxa de
desemprego tem vindo a diminuir de forma significativa, acompanhada de um
aumento dos salários mais baixos, pode-se concluir que o progresso económico
e tecnológico tem sido cada vez mais notório, causando assim um impacto
extremamente positivo na Economia Portuguesa e Europeia. Constatei também que a
taxa de desemprego e o salário mínimo possuem uma relação direta, uma vez
que o Professor Doutor João Cerejeira, afirma que a acentuada subida no salário
mínimo nacional (SMN) é fruto de uma considerável redução na taxa de
desemprego. 
Shelcia Sofia Lima Custódio
Desemprego em Portugal
A evolução do
desemprego é um fator de preocupação, não só em Portugal, mas em todos os
países. O emprego é a principal fonte de rendimento de muitas famílias e,
portanto, a sua perda pode ter vários impactes negativos, implicando, muitas
das vezes, a redução da qualidade de vida e a perda de bem-estar. 
Para conhecer o estado em que um país se
encontra a nível de desemprego, é necessário realizar uma avaliação da
população, que pode ser feita utilizando alguns métodos. Um deles é a análise
da situação laboral dos indivíduos, na qual se contabiliza o número de
indivíduos empregados, desempregados, reformados, etc. 
Pessoas (com idades compreendidas entre os
15 e os 74 anos) que não têm emprego, mas que estão ativamente à procura de
emprego e se encontram disponíveis para trabalhar, constituem a população desempregada. Ainda que os
Centros de Emprego trabalhem para auxiliar as pessoas na procura de emprego, o
processo pode ser algo complicado e demorado. A taxa de desemprego permite-nos definir o peso da população
desempregada sobre o total da população ativa. Através deste resultado é então
feita a avaliação da situação. 
As piores taxas do desemprego português
foram registadas em 2013, quando a taxa de desempego atingiu 16,25%. Quando
comparado com o resto da União Europeia, Portugal esteve sempre numa pior
posição, registando sempre taxas de desemprego bastante superiores. A partir de
2013, o desemprego começou a sofrer uma diminuição bastante significativa,
acompanhando a tendência decrescente que se verificava na União Europeia. 
Atualmente, o desemprego
nacional está a passar uma boa fase. Em
Portugal, segundo dados estatísticos do INE, a taxa de desemprego
estabilizou em julho nos 6,8%, o que corresponde ao nível mais reduzido desde setembro
de 2002. Face a julho de 2017, a queda foi de 2,1 pontos percentuais, enquanto
no Chipre totalizou 3 pontos percentuais e na Grécia 2,2 pontos percentuais.
Na Zona Euro, a taxa de desemprego estabilizou em 8,2%, um
mínimo desde novembro de 2008, enquanto na União Europeia desceu uma décima,
para 6,8%, igual ao valor registado em Portugal. No ranking dos países com a taxa de desemprego mais elevada, Portugal
desceu mais uma posição, igualando agora o registado pela Eslováquia.
O desemprego trata-se de recursos
desperdiçados, pois os indivíduos que se encontram desempregados têm capacidade
para trabalhar e contribuir para a economia, no entanto, não o fazem.
Ana Rita Jordão Macedo 
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
Portugal, um país cada vez mais iluminado
Portugal ilumina-se, os espetáculos de
luzes cativam as multidões, o país reveste-se de pinheiros e efeitos natalícios
excêntricos e são cada vez mais os destinos a aderir, tentando diversificar-se
e distinguir-se pelas decorações e pela oferta de produtos e serviços alusivos
ao Natal. Esta época festiva envolve todo um conjunto de implicações para as
diversas regiões ao longo do país, que têm cada vez mais aderido à tendência da
celebração da época natalícia. Assim, tem sucedido uma crescente valorização,
por parte das regiões, da comemoração do Natal, sendo que são cada vez mais
exuberantes as formas de demonstrarem um espírito natalício. 
Na minha opinião, um aspeto que tem vindo
a marcar este tipo de eventos é o acréscimo da envolvência pelos diversos
cantos do país, o que pode induzir inúmeros benefícios para as regiões.
Primeiramente, permite aos locais desenvolverem a sua atratividade durante todo
o período, por diversos motivos, deslocando um enorme fluxo de pessoas aos
locais que oferecem todo um espetáculo natalício. Um excelente caso é
Guimarães, que todos os anos no dia 29 de Novembro desloca milhares de pessoas
de todas as faixas etárias para a tão reconhecida festa do Pinheiro.
No entanto, o evento mais reconhecido
nesta época natalícia é claramente a Vila Natal de Óbidos, que todos os anos se
distingue pelos crescentes esforços para ser mais original e pela constante
tentativa de se superar, ano após ano. Este local tenciona proporcionar aos
visitantes uma experiência única, com uma enorme envolvência natalícia. Toda a
atratividade nesta época concede a Óbidos o desenvolvimento de setores como a
restauração, hospedagem e outros serviços complementares.
Adicionalmente, um aspeto muito vantajoso
reside no facto de permitir a divulgação da cultura e tradição regional, pela
exposição e possível aquisição de produtos regionais, medida esta que tem sido
desenvolvida em diversos locais, pela criação de um mercado regional. Famalicão
já aderiu a esta tendência e instalou um “mercadinho” na reconhecida “Aldeia de
Natal”, onde se destacam sugestões de presentes
criativos e únicos, apresentados por produtores locais, e simultaneamente toda
uma oferta de produtos gastronómicos. Toda esta iniciativa contribui para o
desenvolvimento de projetos de empreendedorismo locais e, consequentemente,
para o crescimento económico regional, bem como para a divulgação do concelho. Adicionalmente,
Famalicão proporciona inúmeras atividades complementares, que vão desde o
ringue de patinagem, presente todos os anos, até ao designado “Circo de Papel”
e à “Cabana Solidária”, com a presença do Pai Natal a apelar a um Natal mais
solidário, proporcionando uma experiência mais agradável e profunda para os
visitantes.
Na minha perspetiva, a envolvência por
parte das localidades nesta celebração festiva tem intrínsecos alguns efeitos
mais prejudiciais, como todo o congestionamento, principalmente em grandes
centros, e todos os gastos inerentes, principalmente no que concerne à
iluminação. Porém, estes gastos podem, de certa forma, considerar-se um
investimento na perspetiva da atratividade pública, que é um dos objetivos
primordiais das regiões que participam.
Não obstante, esta é uma época única e já
assente no coração de imensas pessoas, o que aparentemente parece ter toda uma
envolvência que agrada à maioria da população, revelando um certo espírito de
especial alegria e contentamento. Nesta época, é importante as pessoas
relembrarem a importância da união, sendo a junção das pessoas um momento
extremamente único, pelo que a adesão das regiões ao Natal permite exatamente a
reunião da comunidade, o convívio e esse sentimento de harmonia e fraternidade.
É importante ter em consideração fatores
como a diversificação e distinção, sendo indispensável criar programas
originais e de qualidade, de forma a permitir toda a consolidação da
experiência para os participantes, a fidelização dos mesmos e a divulgação dos
territórios. Assim, é essencial utilizar ferramentas de marketing, uma vez que
estamos perante uma era tecnológica, para divulgar toda a oferta inerente e promover
a atratividade local. É crucial
continuar a promover, efetiva e eficientemente, estes eventos festivos para que
proporcionem o crescimento dos mesmos e, consequentemente, contribuam para o
sucesso das futuras edições. 
Em suma, o Natal é uma época na qual o
povo português transparece felicidade e comunhão, estando intrínseco na
tradição do país celebrar esta festividade, razão pela qual é fulcral tirar o
máximo proveito de um dos momentos mais excecionais do ano e manifestar o
verdadeiro espírito natalício português nos diversos cantos do país!
Daniela Araújo Azevedo
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
É importante a interação entre Empresas e Universidades?
Nos
últimos anos, Portugal progrediu bastante em relação aos meios materiais e às infraestruturas.Também
os indivíduos são os mais bem formados de sempre. No entanto, esta evolução não
se reflete na produção da economia. Por isso surge um paradoxo, já que apesar da
melhor combinação dos fatores de produção da economia, não nos encontramos numa
posição superior em comparação com os últimos anos. Como resultado, levanta-se
uma grande questão a respeito da razão pela qual nos situamos praticamente
estagnados a nível produtivo. Além disso, é relevante associar esta questão
quando estamos a enfrentar um momento de revolução tecnológica, em que o mundo
está a mudar rapidamente. Será que vamos conseguir acompanhar esta revolução?
         O sucesso que pode derivar desta revolução possibilitará o
crescimento da produtividade. Na minha opinião, este é alcançado através da
inovação, o desenvolvimento tecnológico e principalmente através do
conhecimento. Para tal, as universidades, os nossos centros de saber e
conhecimento, necessitam não só de ser as melhores e afirmarem-se
internacionalmente mas também é extremamente importante existir uma proximidade
e interação das universidades com as empresas, e vice-versa.
Atualmente, a presença
das empresas nas universidades é maior, seja através dos órgãos de gestão, de
programas de estágio, de ações de formação, de parcerias com programas de
investigação e desenvolvimento, entre outros. Da mesma forma, existem
universidades prestigiadas internacionalmente que estabelecem diversos projetos
com empresas. Como exemplo, temos a Universidade do Minho que conseguiu
alcançar uma relação privilegiada com os empresários e com as empresas da
região. Destaca-se a interação com a empresa Bosch, que só foi possível porque
produzimos ciência de qualidade. Também o ISCTE detém protocolos com empresas
internacionais de consultoria, que asseguram estágios remunerados, com a
possibilidade de integração nos quadros das empresas, e a Porto Business School foi distinguida com o título honorário da
Ordem do Mérito, visto que foi considerada “como pioneira nacional na ligação
entre universidades e empresa’’, segundo Marcelo Rebelo de Sousa, entre outras.
Contudo,
esta ligação ainda é pouca quando comparada com o que acontece no estrangeiro. A
título de exemplo, durante os anos 50, na Universidade de Stanford, o professor
Frederick Terman criou “parques de ciência’’ em que a área próxima do campus
era utilizada pelos investigadores e professores para criarem lá as suas
empresas, e ao mesmo tempo estes utilizavam as tecnologias da universidade para
gerar empresas tecnológicas. Além do mais, os indivíduos das empresas
conseguiam interferir nas atividades das universidades, lecionando com os
investigadores. No nosso país esta transferência de tecnologia entre
universidades e as empresas como meio de promoção do desenvolvimento
socioeconómico praticamente não existe. Porém, podemos argumentar que estes
parques não são formados próximos das universidades visto que a maior parte
destas são multipolares, logo não conseguimos estar fisicamente próximos uns
dos outros, contrariamente ao que se vive nas grandes universidades
anglo-saxónicas, em que conseguiram aproximar-se das empresas e juntar todos os
departamentos, de forma a conceber conhecimentos inovadores. Todavia, nos dias
de hoje, apesar de não estarmos próximos fisicamente, existem alternativas e
são essas que, para mim, devem ser exploradas no futuro.
Posteriormente,
como já foi referido, é preciso que o conhecimento se encontre nas universidades.
Porém, é igualmente necessário saber como o vamos partilhar. A partilha
corresponde à disponibilização da informação correta para as empresas através,
por exemplo, dos websites das
universidades, através dos quais as empresas conseguem contactar as mesmas.
         Em suma, considero urgente a maior integração entre
universidades e empresas para o desenvolvimento da economia. É de referir que
os recursos existentes na economia estão melhores que há alguns anos, mas
também é fundamental combiná-los da melhor forma com a tecnologia, para
conseguirmos produzir mais e gerar mais riqueza. 
Ana
Catarina Freitas da Costa 
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
segunda-feira, 17 de dezembro de 2018
Mudanças climáticas: intervenções, atualidade e futuro
As
condições climáticas mais extremas já não são uma previsão. É necessária uma
ação para evitar que a situação se torne muito pior.
Atualidade 
No
que muitos descrevem como as maiores negociações internacionais sobre mudanças
climáticas desde o Acordo de Paris de 2015, a COP24 reuniu-se este mês na
cidade de Katowice, na Polônia, as “summits”
climáticas da ONU, ou seja, a chamada COP (Conference
of the Parties), que são conferências globais no curso das quais a ação
para a política climática é negociada. 
Delegados
de quase 200 países no domingo iniciaram duas semanas de negociações para
enfrentar as profundas divisões políticas na mais importante reunião da ONU
sobre o aquecimento global desde que o marco de Paris, em 2015, tratou de abandonar
os combustíveis fósseis.
As
expectativas são baixas de que as negociações em Katowice, no coração da região
de carvão da Polônia, resolvam totalmente as preocupações apresentadas nos
relatórios das últimas semanas sobre a gravidade das crescentes emissões de
gases de efeito estufa. O clima político também se transformou desde que o
acordo de Paris e a frágil unidade global que provocou o acordo foi abalada.
"Esta
é uma conferência muito, muito importante", afirmou a chefe do clima da
ONU, Patricia Espinosa. "Isso também acontece num cenário em que temos
sinais claros sobre a urgência com a qual precisamos abordar as questões da
mudança climática."
No
entanto, as divisões políticas foram claras desde o início, com o Brasil tendo
retirado sua oferta para sediar as negociações de 2019. Enquanto isso, os
Estados Unidos reiteraram a sua posição na cúpula do G-20 na Argentina. 
O
recente relatório de referência do IPCC SR15 sobre o aquecimento global de 1,5 graus
Celcius deixa bem claro que são
necessárias medidas urgentes e agressivas para evitar as consequências
catastróficas da mudança climática. 
| 
1,5ºC | 
              2ºC | 
Impacto
  2ºC | |
| 
Calor
  extremo | 
14% | 
37% | 
2,6x 
pior | 
| 
Ártico
  sem gelo | 
Pelo
  menos uma vez em 100 anos | 
Pelo
  menos uma vez em 10 anos | 
10x 
pior | 
| 
Aumento
  do nível do mar | 
0,40
   
metros | 
0,46
  metros | 
Aumento
  de 0,6 metros | 
| 
Perda
  de espécies 
(fauna
  e flora) | 
Aprox.
   
4%-8% | 
Aprox. 
 8%-18% | 
2x-3x
  pior | 
Futuro – Impacte e
medidas 
De
Atenas a Melbourne, de Seul a Nova York, as grandes cidades estão-se voltando
cada vez mais para as árvores para ajudar a protegê-las das ondas de calor e
inundações e para aumentar a saúde física e mental das pessoas, dizem
autoridades urbanas e especialistas em meio ambiente.
Atenas
está a procurar plantar mais árvores para baixar as temperaturas e proteger a
capital grega de chuvas repentinas.
Milão
que está a planear plantar 3 milhões de árvores e expandir os seus espaços
verdes até 2030, presenciou um aumento de temperatura de 2 graus Celsius e um aumento de mortes
relacionadas com o calor nos últimos 20 anos, além de piorar as inundações.
Árvores
e espaços verdes reduzem os níveis de stress
e incentivam as pessoas a se exercitarem e se socializarem mais, segundo
especialistas. Mas com as populações urbanas projetadas para aumentar em 2,5
bilhões de pessoas até 2050, a procura por mais habitação e transporte está
pressionando os espaços verdes.
E
a falta de conhecimento, dados ou a capacidade de atrair fundos significa que
as cidades tendem a optar por projetos de infraestrutura "cinzentos"
sobre projetos "verdes" para cumprir o mesmo trabalho, de acordo com
um relatório da rede 100 Resilient Cities,
de Nova York. No entanto, Milão está a tentar fugir a estes projetos através do
“primeiro” edifício verde, a “Floresta Vertical”, duas torres residenciais
repletas de arvoredo, construídas como a primeira de muitas medidas para
combater o smog e as inundações. 
Conclusão: 
As
alterações climáticas agravadas pelo Homem são um problema premente, sem
intervenção combatente, estas irão degradar a Terra como a conhecemos em passos
galopantes. As ações necessárias apenas têm resultado no longo prazo (30-60
anos) e tem elevados custos, não só financeiros como também de estilos e modos
de vida. Porém, estudos e entendidos (tais como David Attenborough) afirmaram que
estes são os últimos anos em que a implementação de ditas ações conseguirá ter
um efeito impactante e efetivo, sem compromisso de perdas graves na vida
humana, fauna e flora mundial. 
Daniel Garcia Ribeiro
Referências:
Cameron,
Layne – World Economic Forum – “How flooding causes damaging carbon to course
through ecosystems”. Disponível em:<https://www.weforum.org/agenda/2018/12/how-flooding-causes-damaging-carbon-to-course-through-ecosystems/>
Acesso em: 13 Dezembro 2018
Whiting,
Alex – World Economic Forum – “Cities
are planting more trees to fight climate change and improve healthy living”.
Disponível em:< https://www.weforum.org/agenda/2018/12/cities-are-planting-more-trees-to-curb-wild-weather-and-boost-healthy-living-ec92b137-4610-4871-a341-0c10ea1b3954/
> Acesso em: 14 dezembro 2018
Ellsmoor,
James – Forbes – “Ten Things The World Learned At The COP24 Climate Change
Negotiations”. Disponível em:<
https://www.forbes.com/sites/jamesellsmoor/2018/12/13/ten-things-the-world-learned-at-the-cop24-climate-change-negotiations/#1d04fdea1cd2>
Acesso em: 14 dezembro 2018
AFP
– The Journal – “A jungle high above the city streets - living in Milan's elite
'Vertical Forest'”. Disponível em:<
https://www.forbes.com/sites/jamesellsmoor/2018/12/13/ten-things-the-world-learned-at-the-cop24-climate-change-negotiations/#1d04fdea1cd2>
Acesso em: 14 dezembro 2018
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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