Portugal ilumina-se, os espetáculos de
luzes cativam as multidões, o país reveste-se de pinheiros e efeitos natalícios
excêntricos e são cada vez mais os destinos a aderir, tentando diversificar-se
e distinguir-se pelas decorações e pela oferta de produtos e serviços alusivos
ao Natal. Esta época festiva envolve todo um conjunto de implicações para as
diversas regiões ao longo do país, que têm cada vez mais aderido à tendência da
celebração da época natalícia. Assim, tem sucedido uma crescente valorização,
por parte das regiões, da comemoração do Natal, sendo que são cada vez mais
exuberantes as formas de demonstrarem um espírito natalício.
Na minha opinião, um aspeto que tem vindo
a marcar este tipo de eventos é o acréscimo da envolvência pelos diversos
cantos do país, o que pode induzir inúmeros benefícios para as regiões.
Primeiramente, permite aos locais desenvolverem a sua atratividade durante todo
o período, por diversos motivos, deslocando um enorme fluxo de pessoas aos
locais que oferecem todo um espetáculo natalício. Um excelente caso é
Guimarães, que todos os anos no dia 29 de Novembro desloca milhares de pessoas
de todas as faixas etárias para a tão reconhecida festa do Pinheiro.
No entanto, o evento mais reconhecido
nesta época natalícia é claramente a Vila Natal de Óbidos, que todos os anos se
distingue pelos crescentes esforços para ser mais original e pela constante
tentativa de se superar, ano após ano. Este local tenciona proporcionar aos
visitantes uma experiência única, com uma enorme envolvência natalícia. Toda a
atratividade nesta época concede a Óbidos o desenvolvimento de setores como a
restauração, hospedagem e outros serviços complementares.
Adicionalmente, um aspeto muito vantajoso
reside no facto de permitir a divulgação da cultura e tradição regional, pela
exposição e possível aquisição de produtos regionais, medida esta que tem sido
desenvolvida em diversos locais, pela criação de um mercado regional. Famalicão
já aderiu a esta tendência e instalou um “mercadinho” na reconhecida “Aldeia de
Natal”, onde se destacam sugestões de presentes
criativos e únicos, apresentados por produtores locais, e simultaneamente toda
uma oferta de produtos gastronómicos. Toda esta iniciativa contribui para o
desenvolvimento de projetos de empreendedorismo locais e, consequentemente,
para o crescimento económico regional, bem como para a divulgação do concelho. Adicionalmente,
Famalicão proporciona inúmeras atividades complementares, que vão desde o
ringue de patinagem, presente todos os anos, até ao designado “Circo de Papel”
e à “Cabana Solidária”, com a presença do Pai Natal a apelar a um Natal mais
solidário, proporcionando uma experiência mais agradável e profunda para os
visitantes.
Na minha perspetiva, a envolvência por
parte das localidades nesta celebração festiva tem intrínsecos alguns efeitos
mais prejudiciais, como todo o congestionamento, principalmente em grandes
centros, e todos os gastos inerentes, principalmente no que concerne à
iluminação. Porém, estes gastos podem, de certa forma, considerar-se um
investimento na perspetiva da atratividade pública, que é um dos objetivos
primordiais das regiões que participam.
Não obstante, esta é uma época única e já
assente no coração de imensas pessoas, o que aparentemente parece ter toda uma
envolvência que agrada à maioria da população, revelando um certo espírito de
especial alegria e contentamento. Nesta época, é importante as pessoas
relembrarem a importância da união, sendo a junção das pessoas um momento
extremamente único, pelo que a adesão das regiões ao Natal permite exatamente a
reunião da comunidade, o convívio e esse sentimento de harmonia e fraternidade.
É importante ter em consideração fatores
como a diversificação e distinção, sendo indispensável criar programas
originais e de qualidade, de forma a permitir toda a consolidação da
experiência para os participantes, a fidelização dos mesmos e a divulgação dos
territórios. Assim, é essencial utilizar ferramentas de marketing, uma vez que
estamos perante uma era tecnológica, para divulgar toda a oferta inerente e promover
a atratividade local. É crucial
continuar a promover, efetiva e eficientemente, estes eventos festivos para que
proporcionem o crescimento dos mesmos e, consequentemente, contribuam para o
sucesso das futuras edições.
Em suma, o Natal é uma época na qual o
povo português transparece felicidade e comunhão, estando intrínseco na
tradição do país celebrar esta festividade, razão pela qual é fulcral tirar o
máximo proveito de um dos momentos mais excecionais do ano e manifestar o
verdadeiro espírito natalício português nos diversos cantos do país!
Daniela Araújo Azevedo
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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