Guimarães,
apesar de ser uma cidade carregada de história e de idade, não se mostra presa
no passado, mas sim voltada para o futuro ou, melhor dizendo, para um futuro
mais verde. Foi considerado o município mais sustentável de 2018, alcançando a
melhor pontuação no programa ECOXXI, uma iniciativa da Associação Bandeira Azul
da Europa (ABAE), destinada a premiar as boas práticas e políticas ambientais
dos municípios portugueses.
A cidade berço possuí a ambição de tornar o
seu concelho mais verde, como prova disso foi a sua candidatura a Capital Verde
Europeia 2020, distinção máxima da Comissão Europeia para cidades com mais de
100 mil habitantes. Guimarães alcançou o 5º lugar entre as 13 cidades
candidatas ao prémio, resultado este muito positivo para o município, apesar de
não ter ganho. A par da sua candidatura, são vários os projetos que fazem com
que este caminho em direção à sustentabilidade se alcance mais rapidamente.
Um
exemplo de sucesso são as Hortas Pedagógicas: existem 525 talhões, num total de
6,4 hectares de terreno no coração da cidade, com lista de espera, as quais,
permitem às pessoas que vivem em ambiente urbano usufruir de terreno agrícola e
realizar o próprio cultivo. Atualmente,
existem mais de 20 brigadas verdes com mais de 2000 soldados ambientais e as
emissões de CO2 foram reduzidas em 20%. Estas brigadas verdes consistem na
reunião dos soldados ambientais nas respetivas freguesias todos os fins de
semana para realizarem alguma iniciativa pelo ambiente.
No
centro histórico, os papa-chicletes e
os ecopontas, desenvolvidos numa
parceria do município com a Universidade do Minho, são os locais onde os
cidadãos deitam as chicletes e as pontas de cigarro. No futuro, vão servir para
fazer mobiliário urbano, como bancos de jardim. Além disto, está a ser
construída a rede de 20 quilómetros de ciclovias ecológicas que, no futuro, se
vai estender às principais vilas do concelho. Esta rede de ciclovias visa
incentivar os vimaranenses a aumentar as suas deslocações com recurso a
bicicletas, diminuindo o número de carros em circulação.
De
salientar que, com a candidatura a Capital Verde, a Câmara de Guimarães decidiu
construir um edifício que fosse exemplo de sustentabilidade ambiental,
energética e, consequentemente, económica. Assim, surgiu em 2017 a Academia de
Ginástica de Guimarães, um edifício autossustentável e próximo do “carbono zero”,
que serve para a formação de atletas de ginástica e que já conta com quase mil
praticantes em menos de um ano.
Na
minha opinião, é cada vez mais urgente mudar a consciência da nossa população
relativamente aos problemas ambientais, tendo as medidas políticas um papel
primordial nesta causa. Guimarães é um exemplo de um município que reconhece
que são as pessoas que vão criar um desenvolvimento sustentável no futuro, e
não as autoridades da cidade. No entanto, parte destas autoridades a iniciativa
e o exemplo a seguir para que as pessoas construam um futuro sustentável.
Deste
modo, estas iniciativas deverão servir como modelo para outras cidades e, desta
forma, introduzir mais hábitos e projetos, que visam a sustentabilidade
ambiental no nosso país, para todos juntos contribuirmos para um futuro mais
verde.
Ana Cláudia da Silva
Pereira
[artigo
de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e
Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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