É certo que o mundo como o conhecemos
hoje depende em grande parte de uma navegação cada vez mais digital. O acesso à
constante informação relaciona-se com a enorme rapidez dos avanços tecnológicos
e a adaptação por parte de qualquer empresa passa a ser inevitável.
As tendências de consumo e produção
sofreram ao longo dos anos inúmeras alterações nos diversos mercados, obrigando
ao repensamento das estratégias empresariais e respetivos modelos de negócios,
numa lógica de criação de valor. Assim,
surge o conceito e-Commerce, que integra todas as compras
feitas online.
O estudo Natal 2018 realizado
pela Deloitte tem como objetivo primordial aavaliação
da perceção dos consumidores e dos respetivos hábitos de consumo em Portugal e
na Europa. Segundo este estudo, os Portugueses estão dispostos a
gastar uma média de 314 euros, valor este que se encontra 7,1% abaixo
dos gastos estimados em 2017, sendo que mostra
uma redução significativa do nível de confiança perante o estado atual da
economia.
Ao longo dos anos, a época Natalícia tem
sido direcionada para uma vertente mais digital. Neste sentido, aponta-se o
incentivo ao consumo decorrente das promoções registadas na Black
Friday e Cyber Monday, momento em que o volume de
compras e de encomendas online atinge o pico máximo do
ano. Assim, foi possível observar um acréscimo nas receitas registadas
em 2018 face ao ano de 2017 referente às vendas online, onde a
subida relacionada com a poupança de tempo e preço foi particularmente
expressiva.
Assim, apesar do país se encontrar
abaixo da média europeia nas compras efetuadas via internet, esta prática,
impulsionada pela massificação da tecnologia e por um aumento da oferta por
parte das empresas, reflete um
constante crescimento. Atingida em 2017 uma percentagem referente às
compras online de 36%, num valor total de 4,73 mil milhões de
euros, o e-Commerce em Portugal não atingiu ainda o máximo das suas
potencialidades.
Contudo, o aumento das
vendas online não implica uma quebra das mesmas no comércio
tradicional, já que a este setor corresponde um maior número de compras,
nomeadamente na época natalícia, onde a tradição e o espírito se instala nas
diversas ruas por todo o país.
No entanto, a
conveniência de uma compra a qualquer hora e em qualquer lugar, bem como o overcrowding associado
a esta quadra festiva, pode levar à escolha de uma compra online e
mudar assim as tendências dos padrões de consumo a um ritmo cada vez mais
acelerado. Como aspetos negativos deste consumo virtual, aponta-se a falta de
segurança ou a possível insatisfação perante as compras efetuadas.
Como tal, na minha opinião, o marketing
digital tem como principal foco e respetiva consequência uma adesão
crescente por parte do consumidor. Desta forma, tanto a tecnologia como a
inovação caraterizam-se como elementos diferenciadores, sendo necessário o
desenvolvimento das políticas de marketing por parte das diversas empresas.
Apesar do digital se
encontrar em constante crescimento, o comércio físico tem ainda um papel muito
relevante na comunicação e nas próprias caraterísticas e rotinas dos
portugueses.
Em suma, verifica-se um consumo que parece
ser indissociável do Natal, sendo esta uma altura de excelência do comércio.
Deste modo,apesar da digitalização do comércio tradicional
apresentar-se hoje como uma realidade, deve continuar a
existir um investimento ao nível do comércio local. Mas, perante a
transformação do comportamento dos consumidores, o comércio eletrónico ganha
uma dimensão que não deve de todo ser ignorada, tendo esta área um potencial de
expansão acrescido. Deste modo, perante estas mudanças significativas deve
existir uma adaptação da própria postura das empresas ao nível da inovação e
criatividade, já que agora passam a enfrentar novos desafios.
Maria
João Gonçalves
Referências:
- Deloitte – Estudo de Natal 2018
- Ecommerce
& MKT
- Eco - Economia Online
- Expresso
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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