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Nestes 32 anos de
integração, pode-se destacar três períodos distintos na história de Portugal: o
primeiro de 1986 a 1999, seguido de um desde 2000 a 2008 e o mais recente, que
teve início em 2009 e vai até à atualidade.
Em cerca de seis anos, de
1986 a 1992, viveu-se o melhor período económico em toda a história da
democracia portuguesa, sendo que este foi um período de caraterísticas muito
particulares e possivelmente irrepetíveis. É importante salientar que o melhor
período se registou nos primeiros quatro anos, no qual o PIB registava taxas
superiores aos 5% por ano.
São diversos os motivos
que explicam este elevado crescimento, nomeadamente a descida abrupta do preço
do petróleo, entre 1984 e 1986, e o facto de que a adesão à CEE abriu as portas
de Portugal ao enorme mercado europeu, o que aumentou bastante as exportações e
a influência do país. Este desenvolvimento causou a formação de uma expectativa
de crescimento junto do mercado de investidores que levou a um aumento do investimento
direto estrangeiro. Ao mesmo tempo, começavam a chegar os primeiros fundos
comunitários para investimento em infraestruturas e requalificação de
mão-de-obra a Portugal, o que ajudou bastante a impulsionar a economia.
Nos anos que seguiram, o
país entrou num período inflacionário e, consequentemente, adotou-se uma política
cambial e monetária restritiva, terminando com o crescimento do país e
originando uma grave crise económica. No entanto, um conjunto de circunstâncias
muito positivas, embora temporárias, como a abertura ao exterior e adoção de
novas ideias e tecnologias, permitiram o regresso desse crescimento de 1995 até
ao final da década.
No período de 2000 a 2008,
é incontestável que Portugal apresentou uma longa estagnação, que veio a
abrandar todo o progresso que se vinha alcançado. Pensava-se que era só uma
correção cíclica e que os valores iam voltar aos seus precedentes, mas na
realidade Portugal está cada vez mais longe das principais economias europeias.
As causas desta estagnação
da economia portuguesa não são óbvias, mas existem algumas hipóteses que se
destacam, como a falta de investimento e a má gestão empresarial, uma política
orçamental incorreta, o elevado aumento da aceleração da divida pública e a
incapacidade de saber gerir os enormes fluxos de capital que a economia
portuguesa recebeu de uma forma eficiente. De facto, a má gestão interna de
diversos fundos comunitários não possibilitou chegar ao nível de convergência
que Portugal poderia ter, tal como diz Rui Machete: "A má governação não permitiu aproveitar as potencialidades da
Europa" (2015).
A partir de 2009,
Portugal continuou a apresentar uma contração económica, onde grandes níveis de
austeridade levaram a cortes consecutivos nas pensões e nos salários e a
aumentos dos impostos, com o intuito de diminuir a dívida. No entanto, hoje
depois de muitos sacrifícios, a economia portuguesa está claramente num período
de mudança. Os períodos mais negros da crise financeira aparentam estar no passado
e a economia apresenta melhorias, estando finalmente a crescer.
Depois de uma breve
análise do período de Portugal na União Europeia, surgem as seguintes perguntas:
Será que para Portugal teria sido mais melhor se não tivesse aderido à CEE? Se
voltássemos atrás, deveríamos evitar a adesão ou faríamos o mesmo? Estas são
algumas das muitas questões que se podiam levantar, mas que ninguém tem a
certeza absoluta da resposta. No entanto, o ex-presidente da fundação Francisco
Manuel dos Santos não tem dúvidas: “Valeu a pena. A pertença à União Europeia
foi certamente a força mais potente no estímulo ao desenvolvimento da
civilização, da decência pública, da cultura e da liberdade”.
Pedro
Nuno Vilela
Bibliografia:
AMARAL, Luciano, Economia
Portuguesa, as últimas décadas, Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos,
2010
ALEXANDRE, Fernando et
al, A economia Portuguesa na união Europeia: 1986- 2010, Coimbra: Actual, 2015
JORNALDENEGOCIOS,http://www.jornaldenegocios.pt/weekend/detalhe/machete_a_ma_governacao_nao_permitiu_aproveitar_as_potencialidades_da_europa,
14/12/2017
PORDATA,https://www.pordata.pt/Portugal/Taxa+de+crescimento+real+do+PIB-2298,
14/12/2017
OBSERVATÓRIO,http://observatorio-lisboa.eapn.pt/ficheiro/Tr%C3%AAsd%C3%A9cadas-de-Portugal-europeu.pdf,
14/12/2017
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