As
condições climáticas mais extremas já não são uma previsão. É necessária uma
ação para evitar que a situação se torne muito pior.
Atualidade
No
que muitos descrevem como as maiores negociações internacionais sobre mudanças
climáticas desde o Acordo de Paris de 2015, a COP24 reuniu-se este mês na
cidade de Katowice, na Polônia, as “summits”
climáticas da ONU, ou seja, a chamada COP (Conference
of the Parties), que são conferências globais no curso das quais a ação
para a política climática é negociada.
Delegados
de quase 200 países no domingo iniciaram duas semanas de negociações para
enfrentar as profundas divisões políticas na mais importante reunião da ONU
sobre o aquecimento global desde que o marco de Paris, em 2015, tratou de abandonar
os combustíveis fósseis.
As
expectativas são baixas de que as negociações em Katowice, no coração da região
de carvão da Polônia, resolvam totalmente as preocupações apresentadas nos
relatórios das últimas semanas sobre a gravidade das crescentes emissões de
gases de efeito estufa. O clima político também se transformou desde que o
acordo de Paris e a frágil unidade global que provocou o acordo foi abalada.
"Esta
é uma conferência muito, muito importante", afirmou a chefe do clima da
ONU, Patricia Espinosa. "Isso também acontece num cenário em que temos
sinais claros sobre a urgência com a qual precisamos abordar as questões da
mudança climática."
No
entanto, as divisões políticas foram claras desde o início, com o Brasil tendo
retirado sua oferta para sediar as negociações de 2019. Enquanto isso, os
Estados Unidos reiteraram a sua posição na cúpula do G-20 na Argentina.
O
recente relatório de referência do IPCC SR15 sobre o aquecimento global de 1,5 graus
Celcius deixa bem claro que são
necessárias medidas urgentes e agressivas para evitar as consequências
catastróficas da mudança climática.
1,5ºC
|
2ºC
|
Impacto
2ºC
|
|
Calor
extremo
|
14%
|
37%
|
2,6x
pior
|
Ártico
sem gelo
|
Pelo
menos uma vez em 100 anos
|
Pelo
menos uma vez em 10 anos
|
10x
pior
|
Aumento
do nível do mar
|
0,40
metros
|
0,46
metros
|
Aumento
de 0,6 metros
|
Perda
de espécies
(fauna
e flora)
|
Aprox.
4%-8%
|
Aprox.
8%-18%
|
2x-3x
pior
|
Futuro – Impacte e
medidas
De
Atenas a Melbourne, de Seul a Nova York, as grandes cidades estão-se voltando
cada vez mais para as árvores para ajudar a protegê-las das ondas de calor e
inundações e para aumentar a saúde física e mental das pessoas, dizem
autoridades urbanas e especialistas em meio ambiente.
Atenas
está a procurar plantar mais árvores para baixar as temperaturas e proteger a
capital grega de chuvas repentinas.
Milão
que está a planear plantar 3 milhões de árvores e expandir os seus espaços
verdes até 2030, presenciou um aumento de temperatura de 2 graus Celsius e um aumento de mortes
relacionadas com o calor nos últimos 20 anos, além de piorar as inundações.
Árvores
e espaços verdes reduzem os níveis de stress
e incentivam as pessoas a se exercitarem e se socializarem mais, segundo
especialistas. Mas com as populações urbanas projetadas para aumentar em 2,5
bilhões de pessoas até 2050, a procura por mais habitação e transporte está
pressionando os espaços verdes.
E
a falta de conhecimento, dados ou a capacidade de atrair fundos significa que
as cidades tendem a optar por projetos de infraestrutura "cinzentos"
sobre projetos "verdes" para cumprir o mesmo trabalho, de acordo com
um relatório da rede 100 Resilient Cities,
de Nova York. No entanto, Milão está a tentar fugir a estes projetos através do
“primeiro” edifício verde, a “Floresta Vertical”, duas torres residenciais
repletas de arvoredo, construídas como a primeira de muitas medidas para
combater o smog e as inundações.
Conclusão:
As
alterações climáticas agravadas pelo Homem são um problema premente, sem
intervenção combatente, estas irão degradar a Terra como a conhecemos em passos
galopantes. As ações necessárias apenas têm resultado no longo prazo (30-60
anos) e tem elevados custos, não só financeiros como também de estilos e modos
de vida. Porém, estudos e entendidos (tais como David Attenborough) afirmaram que
estes são os últimos anos em que a implementação de ditas ações conseguirá ter
um efeito impactante e efetivo, sem compromisso de perdas graves na vida
humana, fauna e flora mundial.
Daniel Garcia Ribeiro
Referências:
Cameron,
Layne – World Economic Forum – “How flooding causes damaging carbon to course
through ecosystems”. Disponível em:<https://www.weforum.org/agenda/2018/12/how-flooding-causes-damaging-carbon-to-course-through-ecosystems/>
Acesso em: 13 Dezembro 2018
Whiting,
Alex – World Economic Forum – “Cities
are planting more trees to fight climate change and improve healthy living”.
Disponível em:< https://www.weforum.org/agenda/2018/12/cities-are-planting-more-trees-to-curb-wild-weather-and-boost-healthy-living-ec92b137-4610-4871-a341-0c10ea1b3954/
> Acesso em: 14 dezembro 2018
Ellsmoor,
James – Forbes – “Ten Things The World Learned At The COP24 Climate Change
Negotiations”. Disponível em:<
https://www.forbes.com/sites/jamesellsmoor/2018/12/13/ten-things-the-world-learned-at-the-cop24-climate-change-negotiations/#1d04fdea1cd2>
Acesso em: 14 dezembro 2018
AFP
– The Journal – “A jungle high above the city streets - living in Milan's elite
'Vertical Forest'”. Disponível em:<
https://www.forbes.com/sites/jamesellsmoor/2018/12/13/ten-things-the-world-learned-at-the-cop24-climate-change-negotiations/#1d04fdea1cd2>
Acesso em: 14 dezembro 2018
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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