segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Mudanças climáticas: intervenções, atualidade e futuro

As condições climáticas mais extremas já não são uma previsão. É necessária uma ação para evitar que a situação se torne muito pior.
Atualidade
No que muitos descrevem como as maiores negociações internacionais sobre mudanças climáticas desde o Acordo de Paris de 2015, a COP24 reuniu-se este mês na cidade de Katowice, na Polônia, as “summits” climáticas da ONU, ou seja, a chamada COP (Conference of the Parties), que são conferências globais no curso das quais a ação para a política climática é negociada.
Delegados de quase 200 países no domingo iniciaram duas semanas de negociações para enfrentar as profundas divisões políticas na mais importante reunião da ONU sobre o aquecimento global desde que o marco de Paris, em 2015, tratou de abandonar os combustíveis fósseis.
As expectativas são baixas de que as negociações em Katowice, no coração da região de carvão da Polônia, resolvam totalmente as preocupações apresentadas nos relatórios das últimas semanas sobre a gravidade das crescentes emissões de gases de efeito estufa. O clima político também se transformou desde que o acordo de Paris e a frágil unidade global que provocou o acordo foi abalada.
"Esta é uma conferência muito, muito importante", afirmou a chefe do clima da ONU, Patricia Espinosa. "Isso também acontece num cenário em que temos sinais claros sobre a urgência com a qual precisamos abordar as questões da mudança climática."
No entanto, as divisões políticas foram claras desde o início, com o Brasil tendo retirado sua oferta para sediar as negociações de 2019. Enquanto isso, os Estados Unidos reiteraram a sua posição na cúpula do G-20 na Argentina.
O recente relatório de referência do IPCC SR15 sobre o aquecimento global de 1,5 graus Celcius deixa bem claro que são necessárias medidas urgentes e agressivas para evitar as consequências catastróficas da mudança climática.

1,5ºC
              2ºC
Impacto 2ºC
Calor extremo
14%
37%
2,6x
pior
Ártico sem gelo
Pelo menos uma vez em 100 anos
Pelo menos uma vez em 10 anos
10x
pior
Aumento do nível do mar
0,40
metros
0,46 metros
Aumento de 0,6 metros
Perda de espécies
(fauna e flora)
Aprox.
4%-8%
Aprox.
 8%-18%
2x-3x pior
Futuro – Impacte e medidas
De Atenas a Melbourne, de Seul a Nova York, as grandes cidades estão-se voltando cada vez mais para as árvores para ajudar a protegê-las das ondas de calor e inundações e para aumentar a saúde física e mental das pessoas, dizem autoridades urbanas e especialistas em meio ambiente.
Atenas está a procurar plantar mais árvores para baixar as temperaturas e proteger a capital grega de chuvas repentinas.
Milão que está a planear plantar 3 milhões de árvores e expandir os seus espaços verdes até 2030, presenciou um aumento de temperatura de 2 graus Celsius e um aumento de mortes relacionadas com o calor nos últimos 20 anos, além de piorar as inundações.
Árvores e espaços verdes reduzem os níveis de stress e incentivam as pessoas a se exercitarem e se socializarem mais, segundo especialistas. Mas com as populações urbanas projetadas para aumentar em 2,5 bilhões de pessoas até 2050, a procura por mais habitação e transporte está pressionando os espaços verdes.
E a falta de conhecimento, dados ou a capacidade de atrair fundos significa que as cidades tendem a optar por projetos de infraestrutura "cinzentos" sobre projetos "verdes" para cumprir o mesmo trabalho, de acordo com um relatório da rede 100 Resilient Cities, de Nova York. No entanto, Milão está a tentar fugir a estes projetos através do “primeiro” edifício verde, a “Floresta Vertical”, duas torres residenciais repletas de arvoredo, construídas como a primeira de muitas medidas para combater o smog e as inundações.
Conclusão:
As alterações climáticas agravadas pelo Homem são um problema premente, sem intervenção combatente, estas irão degradar a Terra como a conhecemos em passos galopantes. As ações necessárias apenas têm resultado no longo prazo (30-60 anos) e tem elevados custos, não só financeiros como também de estilos e modos de vida. Porém, estudos e entendidos (tais como David Attenborough) afirmaram que estes são os últimos anos em que a implementação de ditas ações conseguirá ter um efeito impactante e efetivo, sem compromisso de perdas graves na vida humana, fauna e flora mundial.

Daniel Garcia Ribeiro

Referências:
Cameron, Layne – World Economic Forum – “How flooding causes damaging carbon to course through ecosystems”. Disponível em:<https://www.weforum.org/agenda/2018/12/how-flooding-causes-damaging-carbon-to-course-through-ecosystems/> Acesso em: 13 Dezembro 2018
Whiting, Alex – World Economic Forum – “Cities are planting more trees to fight climate change and improve healthy living”. Disponível em:< https://www.weforum.org/agenda/2018/12/cities-are-planting-more-trees-to-curb-wild-weather-and-boost-healthy-living-ec92b137-4610-4871-a341-0c10ea1b3954/ > Acesso em: 14 dezembro 2018
Ellsmoor, James – Forbes – “Ten Things The World Learned At The COP24 Climate Change Negotiations”. Disponível em:< https://www.forbes.com/sites/jamesellsmoor/2018/12/13/ten-things-the-world-learned-at-the-cop24-climate-change-negotiations/#1d04fdea1cd2> Acesso em: 14 dezembro 2018
AFP – The Journal – “A jungle high above the city streets - living in Milan's elite 'Vertical Forest'”. Disponível em:< https://www.forbes.com/sites/jamesellsmoor/2018/12/13/ten-things-the-world-learned-at-the-cop24-climate-change-negotiations/#1d04fdea1cd2> Acesso em: 14 dezembro 2018

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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