Ao longo das últimas décadas, a economia do mar tem vindo a ganhar uma importância crescente na sociedade e deverá continuar a manter ou até reforçar a sua significância no futuro. Em Portugal, o Mar desempenha um papel fundamental no seu sucesso, uma vez que permitiu à população prosperar e desenvolver ao nível económico, logístico e tecnológico.
Em
resultado do crescente aumento da população mundial, do aumento do nível de bem-estar,
e da evolução no âmbito de diversas áreas, verifica-se uma crescente
necessidade de obtenção dos recursos provenientes dos oceanos. O oceano não só
é vital para o bem-estar do ser humano como, também, apresenta oportunidades
significativas para o crescimento económico, emprego e desenvolvimento. Neste
sentido, a Economia do Mar abrange diversas atividades que contribuem para o
seu funcionamento, nomeadamente a pesca, a aquicultura, as indústrias de
processamento, transporte marítimo de carga e passageiros, as instalações
portuárias e a logística, as infraestruturas e obras marítimas, entre outros.
Em
Portugal, esta dimensão, sendo um dos pilares da economia, representou 5,1% do
produto interno bruto (PIB) e 5% das exportações nacionais, em 2018. Entre o
período de 2016-18, o efeito direto das atividades da economia do mar foi de
3,9% do valor acrescentado bruto (VAB) e de 4% no emprego (2016-2017) a nível
nacional. Além disso, registou ainda nesse período um crescimento na ordem dos
18,5% no VAB e de 8,3% no emprego. Nesta perspetiva, a expetativa para anos
seguintes seria claramente promissora, na medida em que esperava-se em 2020 que
140 mil pessoas fossem empregues, mais 42 mil postos de trabalho do que em
2017. Além disso, estimava-se que o valor acrescentado bruto (VAB) fosse de 4,8
mil milhões de euros, valor superior ao ano de 2017, que foi de 2,7 mil milhões
de euros.
Evidentemente,
estes valores não foram possíveis de alcançar em resultado da crise em que a
pandemia nos mergulhou. Do meu ponto de vista, embora esta Economia tenha
sofrido um abalo ao nível económico, acredito que seja possível verificar uma melhoria
significativa e rápida, dado que o país depende fortemente deste setor.
Embora a economia do mar
proporcione um bom progresso económico em Portugal, é necessário termos em
atenção o meio ambiente e tudo o que este representa – habitats ricos em biodiversidade - uma vez que uma exploração
excessiva dos oceanos irá provocar impactes negativos e, possivelmente,
irreversíveis nos ecossistemas, nomeadamente, destruição da biodiversidade, poluição
da cadeia alimentar, escassez de água potável, doenças, entre outros. Portugal,
desta forma, elaborou um plano estratégico para responder ao desafio, ou seja,
assegurar a sustentabilidade ambiental dos recursos marinhos em conformidade
com o potencial económico do país.
Em suma, podemos
constatar assim que os oceanos, mares e zonas costeiras são parte integrante e
essencial do ecossistema e, como tal, relevantes para a sua sustentabilidade. É
inegável a importância que os oceanos têm ao nível ambiental mas também
económico e, por isso, deve ser possível o funcionamento simultâneo de ambos. Por
fim, acredito que a Economia do Mar tem uma grande predisposição em melhorar
economicamente nos próximos anos.
Filipa
Dias Barbosa
[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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