Atualmente, o futebol é um dos fenómenos sociais mais importantes para a população portuguesa, dado que tem a capacidade de mobilizar quase a totalidade de uma comunidade e as suas instituições. Sendo o desporto favorito do país, irá evidentemente ocupar um lugar central nos órgãos de comunicação. Esta modalidade interfere, ainda, com outras áreas à sua volta, que são inevitavelmente indissociáveis do seu ambiente, nomeadamente ao nível económico, social, cultural, demográfico, espacial, político, etc.
O futebol consiste num enorme negócio que tem como
principal finalidade a obtenção do lucro, contribuindo desta forma para o
progresso da economia mundial e, particularmente, nacional. Apesar de ser na
sua generalidade o desporto preferido dos portugueses, será que desempenha um papel
fundamental na economia em Portugal? A meu ver, a resposta imediata para esta
questão é sim.
Existem diversos dados que provam a importância
deste desporto, por exemplo, na época de 2016-17 e 2018-19. Primeiramente, na
época de 2016-17, o futebol profissional contribuiu para o PIB nacional em
aproximadamente 456,1 milhões de euros, representando 0,25% do PIB. Para além
disso, a Primeira Liga, nessa temporada, foi responsável por mais de 97% do
peso do futebol na economia portuguesa, com um total de 443,3 milhões de euros.
No que se refere à época de 2018-19, de acordo com Ana Marcela, verificou-se na
indústria do futebol receitas superiores a 847 milhões de euros, contribuindo
desta forma com 549 milhões de euros para o PIB nacional - correspondendo a uma
subida de 39,2% face à época desportiva anterior. Neste sentido, e tal como
podemos verificar através dos dados anteriormente referidos, a indústria do
futebol obtém um lucro avultado, que vai aumentando a cada época que passa.
Todavia, a
suspensão dos jogos, o adiamento de competições e a disputa de jogos à porta
fechada, em resultado da situação pandémica, provocou um impacto economicamente
negativo no futebol em Portugal. O surgimento da covid-19 provocou uma quebra
de receitas que ascende os 276 milhões de euros, segundo o jornal “Público”. No que diz respeito às receitas de
transferências de jogadores, estima-se uma redução de 250 a 300 milhões
para 150 milhões de euros. Embora a área do futebol tenha sofrido um abalo
inevitável, acredito que com a diminuição das restrições - e para grande
felicidade dos portugueses - seja possível observar novamente um rápido
progresso económico neste domínio, que claramente não seria possível noutro
desporto qualquer em Portugal.
É necessário
também acrescentar que, do meu ponto de vista, o funcionamento do futebol não
depende apenas da realização dos jogos mas também: da disposição dos adeptos
para se deslocarem para assistir a um evento; do marketing que é feito com o
intuito de os incentivar a ir ver; no seu rendimento disponível; entre outros.
Além disso, considero que este desporto contribui para a internacionalização da
economia nacional, para a afirmação da imagem externa do país e para a difusão
da cultura portuguesa.
Em suma, o futebol é sem dúvida um fenómeno de elevada
repercussão no panorama económico, contudo Portugal pode e deve beneficiar dos
eventos desportivos na medida em que esses eventos impulsionam não só o setor
do turismo como também a imagem do país.
Filipa Dias
Barbosa
[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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