“A pobreza envolve mais do que a falta de recursos e de rendimento que garantam meios de subsistência sustentáveis. A pobreza manifesta-se através da fome e da malnutrição, do acesso limitado à educação e a outros serviços básicos, à discriminação e à exclusão social, bem como à falta de participação na tomada de decisões” (ONU).
Segundo
dados do Banco Mundial, atualmente existem cerca de 760 milhões de pessoas em
todo o mundo em situação de pobreza. É considerado viver em pobreza todo aquele
individuo que vive com menos de 1,90$/dia (1,69€/dia). Estas pessoas
representam cerca de 10,5% da população mundial.
Através da análise da figura abaixo, observamos que, em 2019, a maior parte da pobreza mundial situava-se nos países em desenvolvimento, nomeadamente a África Subsariana e o Sul Asiático. Conforme os dados, o país com a maior percentagem de população a viver em pobreza extrema é o Sudão do Sul, onde 80,71% da população se encontrava nesta situação.
Figura 1-
Percentagem da população em pobreza extrema
Fonte - Our World in Data
Como
podemos perceber pela definição de pobreza da ONU, um dos problemas associados
a esta é a fome - falta de meios para se alimentar; subnutrição.
Para
medimos o nível de fome mundial, muitas vezes utiliza-se o “Global Hunger Index”
(GHI), este índice utiliza quatro indicadores: subnutrição; subnutrição aguda;
subnutrição crónica e mortalidade infantil.
Através
da análise da figura abaixo, entendemos que maior parte da fome mundial se
encontra na Africa Subsariana e no Sul Asiático. Em 2019, apenas a República
Centro Africana se encontrava na categoria “extremamente alarmante”, enquanto
que os outros se situavam no “alarmante” e “sério”.
Figura 2- Índice
de Fome Global
Fonte - Our World in Data
Conseguimos
também perceber a seriedade destes problemas uma vez que estes fazem parte dos
“Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” da ONU, até 2030. Existem dentro do
plano medidas como: erradicar a pobreza extrema; aumentar a resiliência dos
mais pobres e diminuir a vulnerabilidade destes a fenómenos externos, quer
sejam, sociais, económicos ou ambientais; garantir a mobilização de meios de
variadas fontes para que os países em desenvolvimento possam implementar
programas e políticas para acabar com a pobreza em todas as suas dimensões; acabar
com a fome e garantir o acesso de todos a uma alimentação nutritiva e saudável
durante todo o ano; acabar com todas as formas de desnutrição; adotar medidas
para garantir o funcionamento dos mercados de matérias-primas e facilitar o
acesso à informação do mercado; e prevenir as restrições ao comércio mundial.
Apesar
de existirem melhoras no panorama mundial no que diz respeito a estes
problemas, a realidade é que há previsões que apontam para que em 2030
existirão cerca de 500 milhões de pessoas em situação de pobreza extrema.
“Tal
como a escravatura e o apartheid, a
pobreza não é natural. É feita pelo homem e pode ser superada e erradicada pela
ação dos seres humanos. A superação da pobreza não é um gesto de caridade. É um
ato de justiça. É a proteção de um direito humano fundamental, o direito à
dignidade e a uma vida decente. Enquanto a pobreza persistir, não há uma verdadeira
liberdade” (Nelson Mandela, 2005).
Na
minha opinião, devíamos seguir estas palavras, porque apesar da existência de
vários programas, só nós como sociedade é que temos a capacidade de mudar o
mundo, o que faz com tenhamos que agir e não ficarmos só com promessas ou
objetivos, pois sem a nossa entreajuda e cooperação estes objetivos nunca serão
atingidos. Logo, todos aqueles países que possuem os meios para ajudar os mais
desfavorecidos deveriam impor-se e ajudar na mudança pois estes são problemas
mundiais.
Ana Margarida Queirós da Costa
Referências das Figuras:
https://ourworldindata.org/hunger-and-undernourishment
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