segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

O plano “Reativar Turismo|Construir Futuro”

       O turismo foi um dos setores que mais evoluiu ao longo dos tempos, sendo, atualmente, reconhecido com um dos setores prioritários para o desenvolvimento do país, principalmente no que se reporta à produção de riqueza e emprego. Com isto, podemos afirmar que economia portuguesa é muito dependente do setor turístico e este é um dos que mais influencia o PIB português.

Com a chegada do COVID-19 ao nosso país, o setor foi o que mais sofreu, o que, consequentemente, provocou graves consequências na economia portuguesa, o que fez com que o Governo sentisse a necessidade de criar uma estratégia para a recuperação deste setor. Com este propósito, aprovou-se o plano “Reativar Turismo|Construir Futuro”, o qual pretende responder às necessidades imediatas do setor, apoiar a fase de retoma que se acompanhará e potencializar ainda mais o valor do turismo na economia nacional. Ou seja, “pretende ser um guião orientador para o setor turístico, público e privado, cujas ações estão totalmente integradas com os objetivos do Plano de Recuperação e Resiliência e da Estratégia Portugal 2030, assegurando assim uma estratégia concertada para a retoma da economia nacional” (Turismo de Portugal, 2021).

O mesmo incide em quatro pilares: apoiar empresas, fomentar segurança, gerar negócio e construir futuro. Estes são compostos por ações particulares que, a curto, médio e longo prazos, possibilitarão renovar o setor e posicioná-lo num nível superior de geração de valor e, ao mesmo tempo, cooperar de forma clara para o crescimento do PIB e para uma distribuição mais justa da riqueza.

O primeiro tenciona ajudar as empresas, tanto a nível financeiro, com o uso de instrumentos flexíveis e adaptados às exigências do momento, como ao nível da estratégia operacional, mantendo a cadeia de valor disponível e preparada para retomar a atividade. Já o pilar de fomentar a segurança incentiva ações de segurança no setor turístico, preparando as empresas para responderem às novas necessidades dos turistas. Quanto à geração de negócio, este, como o nome indica, tem como objetivo gerar negócio a curto ou médio/longo prazos através da promoção dos mercados, devolução da conectividade e facilitação da compra. Por último temos o pilar construir futuro, o qual possui projetos que permitem a aceleração da construção de um turismo mais inteligente, responsável e sustentável.

Tudo isto é criado para atingir um objetivo, ultrapassar, em 2027, os 27 mil milhões de euros de receitas turísticas, a partir de uma gestão sustentável, através da diversificação de mercados e segmentos e de uma gestão cuidada da riqueza e do bem-estar em todo o território, tendo um orçamento previsto de, aproximadamente, 6 mil milhões de euros.

Para mim, esta estratégia adotada pelo Governo está bem idealizada, uma vez que, para além de ajudar o setor a alcançar os valores da época pré-Covid, ainda promove uma evolução muito significativa do mesmo, principalmente a nível tecnológico. O único entrave que vejo no plano é o facto da Covid-19 ainda não ter acabado e ser imprevisível, o que pode causar uma menor efetividade do mesmo. No entanto, pode-se reduzir esta consequência através da revisão do mesmo, por exemplo, em 2024, e de uma possível adaptação. Para além disso, acho que devia ser mais publicitado e ter uma explicação mais detalhada sobre as várias medidas adotadas, para que todos os indivíduos que possam estar envolvidos neste tenham uma melhor compreensão do mesmo. Indico isto pois, apesar de agora haver mais informação, numa fase inicial esta era muito reduzida e era difícil saber, especificamente, como é que iam ser aplicados os vários pontos do plano.

Só queria então concluir dizendo que, apesar do setor turístico e da economia terem sido bastante afetados com a pandemia, a mesma também nos fez evoluir e reconhecer novos métodos e estratégias, como o caso do plano “Reativar Turismo|Construir Futuro”, que nos pode elevar para um novo patamar.

 

Bárbara Labajos

[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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