Hoje em dia, a questão da sustentabilidade é um assunto crucial, além de ser um dos mais debatidos e estudados no planeamento empresarial. Apesar da sua complexidade e relevância, tanto as empresas como as organizações internacionais estão cada vez mais abertas e inquietas na resposta às questões ambientais e socias.
O
intenso crescimento populacional e a produção massiva que se tem sentido desde
a Revolução Industrial influenciam as empresas a definirem estratégias e tomadas
de decisão táticas, de forma a prevenir impactes irreversíveis no meio
ambiente. Assim, a urgência de agir é cada ver maior. Tanto a sociedade como as
entidades lucrativas têm de reestruturar-se de forma a tomar decisões
socialmente responsáveis. No caso das empresas, é essencial que procurem
resultados financeiros positivos – maximização de lucro – sem tal se repercutir
penosamente no meio ambiente.
O rápido progresso tecnológico e a
acentuada evolução populacional alteraram significativamente os hábitos de
consumo humano ao longo dos anos. Atualmente, o consumismo, juntamente com os processos
produtivos altamente poluentes, intensificam problemas já sentidos, como é o
caso, da escassez dos recursos naturais e dos efeitos a nível de aquecimento
global – alterações climáticas, subida do nível do mar, extinção de espécies.
Desta forma, percebe-se que o desenvolvimento é preciso, no entanto é necessário
que o lucro não seja o único fator significativo. As empresas têm a
responsabilidade de adotar políticas mais conscientes e dar atenção a práticas
de reciclagem de materiais. Em contrapartida, o papel das empresas não é o
único representativo para o avanço sustentável. O dever do consumidor também é
fulcral para combater estas questões. Se compararmos com a lei básica económica
- quanto maior a procura, maior a oferta – se consumirmos cada vez mais, a
oferta será́ igualmente maior, o que poderá́ originar um ciclo de desperdícios
em grande escala.
Em 2019, a Comissão Europeia
apresentou o Pacto Ecológico Europeu, que inclui todos os setores da economia e
tem como objetivo definir estratégias de biodiversidade para 2030, de forma a traçar
um caminho mais amplo e real para a Europa de 2050. Todavia, a implementação de
objetivos tão significativos e de longo-prazo induz investimentos de grande
escala. Para os atuais objetivos de 2030, deduz-se um investimento anual de 260
mil milhões de euros (corresponde cerca de 1,5% do PIB de 2018). No entanto,
com a pandemia do COVID-19 o Pacto Ecológico Europeu será́ financiado por um terço
dos 1,8 biliões de euros de investimentos do Plano de Recuperação (Next
Generation) e pelo orçamento
da UE.
No caso de Portugal, sendo o nosso
país membro da UE e da ONU, está comprometido a reduzir o impacte ambiental
das suas atividades, nomeadamente, de acordo com a ONU Portugal, estamos
comprometidos a diminuir entre 30 a 40% das emissões de CO2 em relação a
2005, aumentar o peso das energias renováveis para 40% do consumo final de
energia, e ter apenas 2 dias por ano com o IQAR (índice de qualidade do ar)
“fraco” ou “mau” (até 2030).
Adicionalmente, a preocupação das
empresas portuguesas está cada vez mais a aumentar no que toca à
sustentabilidade e à responsabilidade social e ambiental. O princípio essencial
e imprescindível é o sucesso lucrativo empresarial, mas, simultaneamente, o
contributo para um futuro próspero. Empresas como a ECO, Grow in Peace (agricultura sustentável), EDP, Grupo Jerónimo Martins,
Navigator, são exemplos de entidades
que procuram processos produtivos ou matérias mais sustentáveis.
Em jeito de
conclusão, na minha opinião, as empresas, ao serem forças económicas
extremamente poderosas, contribuem fortemente para a expansão do mercado global.
A criação de pactos e planos de mudança faz com que os países, no caso os
países membros da União Europeia, adotem uma responsabilidade social e
ambiental acrescida para o cumprimento dos objetivos estabelecidos. Dessa
forma, Portugal, como membro da UE e da ONU, tem compromissos sustentáveis a
desempenhar. Isto faz com os países e as empresas não excedam o limite
considerável e, além disso, perspetivem um futuro melhor para o planeta.
Beatriz Neves Vieira Silva
[artigo de opinião
desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia”
do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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