A
competitividade empresarial refere-se à competição entre 2 ou mais empresas,
inseridas num mesmo setor, onde são disputados os melhores volumes de
vendas/produção ou prestações de serviços, visando servir os consumidores. Como
consequência, verifica-se que este cenário incentiva a inovação e conduz a um
estímulo ao crescimento da economia.
Face à significativa evolução
tecnológica, penso que a produtividade pode e deve apresentar-se como alavanca
desta competitividade, funcionando como condição essencial à atualização e
transição para um modelo empresarial baseado na inovação e conhecimento. É,
então, através dos valores da produtividade que Portugal poderá estimular o
setor empresarial e respetiva competitividade, alcançando um nível de
desenvolvimento superior.
Ora, analisando as melhores
estratégias que poderão permitir atingir este desenvolvimento tecnológico no
setor produtivo das organizações portuguesas, realço a necessidade de aliviar as
empresas dos custos decorrentes da incorporação de novas tecnologias nas
cadeias de produção – custos estes que indiscutivelmente apresentam um dos
fatores de perda de competitividade. Simultaneamente, é necessário estimular o
investimento indispensável à incorporação da inovação tecnológica acima
mencionada. Tal poderá ser concretizado através da promoção de uma fiscalidade
orientada para o investimento, e a procura e defesa de medidas e soluções a
favor da capitalização das empresas portuguesas, facilitando, de igual modo, o
acesso a financiamento. A meu ver, todas estas medidas poderão cultivar um
ambiente negocial propício à inovação bem como a concentração de recursos na
criação de valor. Adicionalmente, a melhoria da produtividade e,
consecutivamente, da competitividade poderão, igualmente, resultar da defesa de
um enquadramento socio-laboral favorável.
Neste sentido, como forma de promover
a vertente competitiva das empresas, deverão ser tomadas medidas que permitam a
homogeneização das condições sentidas por todos os agentes empresariais,
nomeadamente a discriminação positiva das PME, o reforço do investimento no
interior do país e a correção de eventuais distorções e vantagens sentidas
pelas empresas de maior dimensão. Num contexto externo, a redução gradual da
taxa de IRC (e derramas) para níveis competitivos como os vigentes na generalidade
das economias europeias poderá, de igual modo, favorecer o caso português.
Seguidamente, um ambiente de negócios
favorável à inovação e competitividade implica ainda o reforço da ligação entre
meios empresarias e científicos, como forma de pôr em prática as competências
já adquiridas (por Portugal) ao serviço da estratégia de inovação das empresas.
Mais uma vez, acho bastante importante a promoção de um contexto negocial que
liberte as organizações, em particular as PME, dos excessivos custos
administrativos, bem como dos custos que consomem grande parte da capacidade de
financiamento e recursos, dificultando, consequentemente, o estímulo da
atividade produtiva – desencorajando o aproveitamento de oportunidades e o
surgimento de novas iniciativas empresariais.
É, então, possível concluir que o bom
desempenho do setor empresarial em Portugal depende diretamente da
competitividade verificada entre as várias empresas portuguesas - fator
potenciador de um crescimento empresarial sustentado e mais equilibrado -
conduzindo, consequentemente, a aumentos de quota de mercado a nível global, à
criação de novas oportunidades de emprego, bem como à conciliação de acréscimos
salariais e rendibilidade.
Francisca Maria Soares Ferreira
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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