Os combustíveis fósseis
são, desde a Revolução Industrial, um dos principais impulsionadores da
economia. São utilizados em todos os ramos cruciais, como os transportes, onde
pessoas e mercadorias se deslocam, na indústria, para o funcionamento de
maquinaria ou até no consumo privado das famílias, no transporte individual ou
aquecimento da habitação, em alguns casos. Assim, o consumo individual gera investimento
empresarial, culminando no crescimento generalizado da economia. Este progresso
foi verificado nos últimos dois séculos, tendo o PIB mundial crescido cerca de
600%, no entanto, com elevados custos sociais e ambientais, especialmente
através da poluição causada pelo uso dos combustíveis.
Com crescentes
preocupações ambientais e diversos desenvolvimentos tecnológicos, despontaram-se
alternativas ao uso excessivo dos combustíveis. Foram implementadas restrições para
evitar a sobre-utilização destes recursos, surgiram fontes de energia “verdes”,
criaram-se meios de transporte elétricos e em sistema misto, cuja utilização de
combustíveis fósseis é mais reduzida ou até nula, alcançando um menor emprego e
dependência nestes recursos.
Devido à sua grande
procura e necessidade por parte das nações, qualquer variação no preço do barril
do petróleo (preço pelo qual o combustível é valorizado no mercado) implica uma
notável flutuação no preço dos bens. Isto acontece, por exemplo, quando o
transportador gasta mais em combustível para a deslocação. Aqui, o consumidor
final terá de reembolsar essa diferença e suportar um custo maior do bem.
O peso que a alteração
dos preços petrolíferos dispõe na economia mundial revela-se pelo surgimento de
crises económicas após uma disrupção na estrutura de preços deste ramo. Através
do exemplo anterior, notamos que se se dá uma redução do poder de compra dos
consumidores, e esta se verificar numa escala mais alargada, tal pode implicar
uma contração económica. As crises financeiras mais notáveis deram-se em 1973, quando
rivalidades orientais implicaram uma subida do preço do petróleo para o resto
do mundo, e em 1979, quando um rápido crescimento da procura por combustíveis
levou a que o preço desses aumentasse, levando os países a contrair maior
despesa.
Em efeito oposto, a
pandemia COVID-19 gerou uma oscilação no preço dos produtos petrolíferos. Numa
primeira fase, na qual a procura baixou, graças à queda do número de
deslocamentos, consequentes de medidas restritivas de confinamento e incentivos
ao teletrabalho, deu-se uma redução do preço destes recursos em cerca de 14%. Seguidamente,
com o retorno gradual das atividades, a procura destes produtos aumentou,
fazendo subir o seu valor. Através desta conjuntura, inferimos que, embora a
flutuação do preço dos combustíveis tenha impactos generalizados na economia, o
contrário também se verifica.
O facto destes recursos serem
não renováveis, ou seja, bens naturais que não são regenerados no tempo médio
de vida humana, sendo o seu consumo superior à sua extração, a utilização atual
coloca em causa a sua sustentabilidade. Porém, ao verificarmos que a sua
procura pode vir a diminuir devido à constante evolução tecnológica,
perspetiva-se um decréscimo da pressão sobre estes, o que abre a oportunidade
para a formação de reservas que possam ser utilizadas quando e se nos depararmos
com uma situação onde estes sejam necessários.
Assim, em forma de conclusão,
posso afirmar que, do meu ponto de vista, é obrigatória uma gestão eficaz dos
produtos petrolíferos, uma vez que, como podemos observar, são os “condutores” do
comportamento da economia e influenciam os ecossistemas naturais. A redução da
pressão sobre a extração dos mesmos consegue ajudar as economias a reduzir a
sua dependência destes e beneficia o meio ambiente. Do lado económico, esta
redução permite dinamizar outros setores de energia e permite à economia
mundial um desprendimento das flutuações do preço dos combustíveis.
Diogo Araújo
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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