Ao longo das décadas, pudemos testemunhar um aumento gradual e crescente dos impactes ambientais gerados pelo ser humano no seu próprio planeta. Esta degradação aparece sob diferentes formas: poluição, consumo excessivo de recursos, entre outros… Para além dos problemas desencadeados na própria saúde e vida do ser humano, existe outra vertente de grande importância. A verdade é que as pessoas ignoram ou tendem a querer ignorar que as suas próprias ações podem ter repercussões inquietantes no meio que os rodeia e, sobretudo, na vida de outros seres. Por isso, é importante que se comece a pensar: que planeta iremos nós deixar às gerações futuras?
No século XX, assistimos a um crescimento
significativo do desenvolvimento económico e da esperança média de vida, ainda
que com certas assimetrias geográficas e entre classes sociais relevantes. Mas
então, isto não era uma boa notícia? Infelizmente, a resposta para esta
pergunta pode ser bastante paradoxal. Isto é, sim, pois presenciamos a evolução
e melhoria clara das condições de vida da maioria da população, mas, por outro
lado, não, pois este súbito upgrade implicou um custo profundamente
elevado para o planeta…
Sendo que o ser humano se distingue
pela sua inteligência, os atos do mesmo deveriam ser diferentes, isto é, agir
de forma a preservar o seu meio e o dos demais seres vivos. No entanto, o que fez
o ser humano? Apoderou-se e modificou, de forma desmedida, um espaço que não
lhe pertence por completo… A humanidade apenas representa 0,01% do peso total
de todos os ser vivos mas o seu impacte na biosfera e nos seus ecossistemas, sejam
eles terrestres ou marinhos, é cada vez mais dramático e irreversível.
No Global
Risks Report, sem surpresas, referia-se que a perda de biodiversidade
poderia gerar um risco cada vez mais sério, quer em termos de impacte quer em
termos de probabilidade de ocorrência, nos negócios, nas economias e na
humanidade, nos próximos dez anos. Porém, é notório que a mentalidade da
população em geral tem vindo a evoluir. A implementação de ações e medidas em
favor da causa ambiental trouxe, sim, alguns benefícios, mas estão, ainda,
muito aquém do que é necessário.
Em suma, penso que será óbvio para
todos o caráter imperativo da situação em que nos encontramos. Assim, a
imposição de medidas e metas internacionais com vista à sustentabilidade ambiental
e transição climática são imprescindíveis para a preservação do planeta no
longo prazo. É dever de cada um de nós, seres humanos, fazer todos os possíveis
para diminuir o volume de impacte gerado, porque no final de contas todos aspiramos
à existência de um mundo melhor e mais são para as futuras gerações.
Julie Cima Mejanes
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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