sábado, 21 de dezembro de 2019

Famalicão: uma potência portuguesa?

Vila Nova de Famalicão é uma cidade portuguesa, localizada a Norte do país, com uma área de 201,59 km² e cerca de 140.000 habitantes. Ao longo dos anos foi desenvolvendo a sua indústria e este ano está nomeada para Município do Ano 2019 – na categoria Norte. O projeto que originou esta nomeação foi “Famalicão Visão 25 - Comunidade do Futuro”, um projeto que visa projetar a Vila como uma comunidade tecno-industrial global, com um grande território verde e multifuncional, focando-se em alguns setores, como o agroalimentar e o têxtil.
         Apesar de este ser o projeto nomeado para o prémio, não é o único existente em Famalicão. Ao longo dos últimos anos o concelho tem-se tornado cada vez mais dinâmico. O exemplo disso mesmo é o projeto “Made in Famalicão”, que tem como objetivo promover o desenvolvimento tecnológico. Este projeto tem três eixos bem definidos: Famalicão Made INcubar, Famalicão Made INvestir e Famalicão Made INcentivar. A ação, à qual está associada a assinatura ‘Um Concelho com Marca’, pretende reforçar a ligação de Famalicão a um bom município para viver e investir, procurando intensificar a atratividade do município na captação de novos investimentos nacionais e estrangeiros e também estimular o empreendedorismo empresarial já existente.
         Este município vai além-fronteiras, sendo considerado o município mais exportador do Norte do país. 25% dos bens transacionados internacionalmente têm como destino a Alemanha, e em segundo lugar encontra-se a Espanha, com 14,5% das exportações. O exigente mercado Europeu é o destino de mais de 50% das exportações do concelho famalicense, que se destaca pelo valor acrescentado bruto das suas indústrias transformadoras, que entre 2013 e 2016, cresceu mais de 25 por cento. Manuel Caldeira Cabral reconheceu publicamente que “o concelho famalicense deu um contributo decisivo para o processo de recuperação económica nacional, com um crescimento de exportações que tem sido sistemático e onde se destacam igualmente os novos investimentos.”
         Contudo, Famalicão é mais que apenas um local para investidores. O município tem diversos programas de apoio às famílias, que são transversais às diferentes faixas etárias. Medidas como o alargamento da atribuição de manuais escolares aos alunos do concelho e a promoção do desporto de reabilitação para as pessoas que  sofrem alguma patologia neurológica, músculo-esquelética, respiratória ou oncológica foram algumas das medidas implementadas para o apoio das famílias do concelho.
         Para além disso, a nível mais financeiro e como apoio à economia das famílias, a taxa de IMI foi fixada no mínimo legal (0,35%), existe ainda um IMI familiar, que atribui um desconto no pagamento do imposto de 40 euros para as famílias com dois filhos e de 70 euros para as famílias com três ou mais dependentes.
         Em suma, Famalicão é mesmo uma potência portuguesa. Tem contribuído para o crescimento do país e para o bem-estar da população. Para todos aqueles que têm o privilégio de viver em Famalicão, tem sido ótimo acompanhar este crescimento do concelho e o reconhecimento que tem recebido, tanto por entidades governamentais como de empresas estrangeiras que confiam e importam muitas matérias-primas portuguesas para incluir no seu processo produtivo.
Famalicão deve servir de exemplo para todos os restantes concelhos do país, para que Portugal se possa tornar num país mais produtivo e mais competitivo nos mercados internacionais. Para os restantes municípios, é necessário relembrar que o crescimento está ao alcance de todos. São necessárias políticas que impulsionem o mercado, mas o retorno dessas mesmas políticas é visível e beneficia o país como um todo. Para Famalicão é importante lembrar que o caminho continua e que o crescimento deve continuar a ser trabalhado e desenvolvido, alargando a outros setores e indústrias.
Portugal é um país com muitos recursos, ao nível do capital mas também ao nível da mão-de-obra. Se cada concelho utilizar os recursos da melhor forma, Portugal irá crescer exponencialmente, beneficiando cada um de nós.

Rita Mesquita


[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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