A Black Friday
surgiu nos Estados Unidos como uma oportunidade para o comércio tradicional
aumentar a sua faturação através da concessão de descontos, na sua maioria das
vezes, consideráveis. No seguimento desta ação pioneira, muitos países
implementaram também este ritual, ao qual Portugal não podia também escapar.
Como seria de esperar, a adesão inicial à Black Friday em Portugal foi massiva.
Porém, os portugueses têm o hábito de deturpar os conceitos de forma a que sejam
tidos em conta maioritariamente os seus próprios interesses. Especificando, ao
longo dos anos, vimos casos em que os comerciantes usam a Black Friday para seu exclusivo proveito, não tendo em atenção o
lado do consumidor.
Os consumidores, uma vez que não têm a informação
completa, na tentativa de comprarem os produtos que necessitam com desconto
significativo, acabam por utilizar o dia em questão para adquirir grande parte
dos produtos que necessitam. Nesse sentido, são muitas vezes iludidos pelas
falsas alegações do conceito generalizado e internacional deste dia.
No entanto, alguns consumidores já começam a ter a noção
clara de que, em algumas situações, a Black
Friday não passa de uma artimanha. Entre eles há a crença de que nas
semanas anteriores à Black Friday os
preços são inflacionados de forma a que no dia do veredicto, os descontos sejam
maiores e mais atrativos com o intuito de influenciar a compra. A questão que
se coloca é: não existirá uma potencial situação de fraude contra o consumidor
?
Na minha opinião, a resposta tanto pode ser um sim como
um não. O ponto fulcral de qualquer compra realizada na Black Friday é o consumidor se manter informado de forma a
conseguir perceber se o desconto e preço apresentados são válidos ou se está a
ser vítima de fraude. Neste sentido, a Deco já apresentou um site que permite fazer a comparação de
preços de alguns produtos em diversos sites nos 30 dias anteriores à Black Friday. Isto é mais uma ótima
iniciativa a favor dos consumidores e do processo de decisão de compra
informado e justo.
É agora necessário alertar cada vez mais os consumidores
para a possível ilusão da Black Friday
e, aliado a isto, para a existência de possíveis mecanismos de combate à fraude
e seu respectivo uso.
Rita Isabel Afonso Leite
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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