quinta-feira, 27 de setembro de 2012

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Portugal: A Galinha dos Ovos de Ouro para os Licenciados

A poucos dias da abertura do período para as instituições de ensino superior portuguesas darem início a mais um ano lectivo (situação que decorre entre 15 de Setembro a 15 de Outubro), torna-se interessante esclarecer-se alguns mitos e realidades em torno da questão do custo-benefício de ser-se estudante universitário, em Portugal.O objectivo do presente relatório é elucidar o leitor de: qual o custo anual de cada aluno no ensino superior; qual o valor máximo e mínimo das propinas pagas pelo estudante e como se calculam; qual a percentagem de bolseiros em Portugal e as despesas com eles relacionadas; como evoluiu a procura pelo ensino superior, em Portugal; qual o benefício de se possuir licenciatura no mercado de trabalho português.
Custo anual de cada aluno no ensino superior
Com dados relativos ao ano lectivo 2010/2011, um estudo levado a cabo pelo Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, conclui que, em média, tirar um curso no ensino superior custa aos bolsos individuais cerca de seis mil euros, por ano. Enquanto que os estudantes do ensino público gastam, em média, com a educação e custos de vida (despesas pessoais; despesas médicas; telefone e/ou telemóvel; transporte; alimentação; alojamento) 5.841 euros por ano, para os alunos do ensino privado, o custo anual, dos seus estudos, no ensino superior, é de 9.349 euros. Conclui-se, ainda que, em média, são os alunos dos cursos de artes, humanidades e línguas os que apresentam as despesas anuais mais elevadas e, por outro lado, os discentes de engenharia, os que apresentam as despesas mais reduzidas.
Propinas
Segundo o relatório da Comissão Europeia, para o ano lectivo 2011/2012, em Portugal, um aluno do primeiro ciclo ou do segundo ciclo com uma profissão específica pagaria uma propina anual sediada entre 630,50 euros (1,3 vezes o salário mínimo nacional) e 999,71 (valor que é actualizado anualmente de acordo com a inflação).
Nos restantes casos (aluno do segundo ciclo em outro curso) a sua propina compreender-se-ia entre 1.500 euros a 9.500 euros.

Bolsas
Estima-se que 130.657.929 euros foi o total das despesas suportadas pelo Estado com bolseiros do ensino superior, em 2011, sendo 86% deste montante destinado a indivíduos do ensino público e os restantes 14% a estudantes do ensino privado.
Deste modo, em 2011, 18,9% dos alunos matriculados no ensino público eram bolseiros, sendo que este valor no ensino privado, correspondia a 11,1%. No total 17,1% dos discentes no ensino superior eram bolseiros, sendo este valor relativo o mais baixo desde 2005, o que poderá traduzir uma tentativa do Estado Português na redução das suas despesas.

Número de discentes no ensino superior
Em 2011, Portugal regista um total de 396.268 alunos matriculados no ensino superior, alcançando, desta forma, o segundo valor mais alto desde 1991.
Desses 396.268 alunos, 78% estavam matriculados num sistema de ensino público e os restantes 22% no ensino privado.
O aumento do número de alunos no ensino superior poderá, eventualmente, ser justificado, quer pela actual conjuntura económica em que, se por um lado, em termos de faixa etária, a taxa de desemprego jovem (idade inferior a 25 anos) é de 30,1%, em 2011 (3 vezes mais do que em 1990), por outro, em termos de escolaridade, a taxa de desemprego de licenciados evidencia-se a mais baixa de todas com 9,2%; quer pela exarcebado privilégio económico de se possuir ensino superior, em Portugal.

"Prémio" por se ser licenciado em Portugal
Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), o salário dos portugueses com ensino superior são, em média, 69% mais altos do que  remuneração de quem se ficou pelo secundário.
Se nos homens o "prémio" deste aumento de graduação traduz-se num ganho de 300 mil euros ao longo da sua vida activa, no caso das mulheres esta diferença é de 165 mil euros.
Portugal torna-se, assim, no país da OCDE em que possuir licenciatura se torna mais compensador.
Todavia, esta vantagem entre os licenciados portugueses já foi bastante mais significativa, designadamente, em 1999, em que possuir um nível de educação terciário corresponderia a um acréscimo salarial de 78%.
Conclusão
Se em 1988, Lucas defendia que o crescimento da economia era sustentado pelo crescimento do capital humano, hoje em dia, embora não totalmente verdadeira (não num sentido isolado), esta afirmação vai tomando cada vez mais consistência.
Investir na qualificação pode ser mesmo uma forma de combater a crise, uma vez que um aumento educacional se traduz, não só num aumento de capital humano e, consequentemente, potencialmente mais produtividade, mas também num aumento das receitas do Estado, designadamente através do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS) que incidirá sobre rendimentos cada vez mais elevados.
É certo que Portugal têm dado largos passos na promoção do aumento do nível de instrução dos seus habitantes, no entanto, quando comparado com os seus restantes parceiros europeus ainda tem um longo caminho a percorrer. Vamos esperar que esta "corrida à capoeira" seja realmente reflectida num próximo horizonte vindouro, deixando figurar apenas, no passado e para efeitos de estatística, os humildes 7,7 anos de escolaridade que, em média, actualmente, um indivíduo português possui.

Sandra Ferreira

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]  

Portugal, um país de rendimentos desiguais

Hoje em dia, é muita a discussão gerada em torno da frase: “os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres”. Ao contrário daquilo que se pensa, Portugal, de 2009 para 2010 reduziu a desigualdade na distribuição dos rendimentos da população, indo de encontro à teoria económica, que prevê que os rendimentos tendem a distribuir-se uniformemente pela população quando aplicadas as politicas económicas corretas. Contudo, devido à má gestão dos dinheiros públicos, Portugal enfrenta uma época de austeridade, que tende a agravar o número de pessoas em risco de pobreza.
Apesar de haver a evidência de uma melhoria na distribuição dos rendimentos, isso não significa que a distribuição não seja muito desigual, como é possível comprovar com dados obtidos de fontes fidedignas.
Em Portugal, os 20% mais pobres detinham, em 2009, 7.2% do rendimento nacional, enquanto que os 20% mais ricos detinham 43.2%. Em 2010, o cenário melhorou um pouco, passando os 20% mais pobres a deter 7.5% do rendimento nacional e os 20% mais ricos a deterem 41.5% do rendimento nacional. A assimetria diminui, no entanto, não deixa de ser um fenómeno bem presente.
Através do rácio s80/s20 também podemos verificar que os ricos continuam ricos, mas não tanto mais ricos que os pobres como já foram, isto porque este rácio desde 2003 que tem uma trajectória descendente. Em 2003, os 20% mais ricos auferiam de rendimentos 7.4 vezes superiores aos rendimentos auferidos pelos 20% mais pobres, esta diferença diminuiu e em 2010 já era de 5.6 vezes.
Nos dias de hoje, com a austeridade a que os portugueses têm sido submetidos, a percentagem de pessoas em risco de pobreza tende a aumentar.
Com dados de 2010, verificava-se que em Portugal 25.3% da população estava em risco de pobreza, quando a população é apenas masculina, esta percentagem baixa para 24.8%, mas quando é feminina aumenta para 25.8%. Dada a elevada taxa de desemprego dos jovens, é na faixa etária dos 18 aos 24 anos que se verifica a maior percentagem de pessoas em risco de pobreza, 26.1%.
Em Portugal, cada individuo tem que suportar uma elevada carga de impostos, tanto no consumo como no rendimento, quando estes impostos têm que ser suportados recebendo apenas o salário mínimo, é necessário racionalizar muito bem todo o rendimento, pois estar empregado não significa que se está livre de correr o risco de pobreza.
Com dados de 2010, é possível afirmar que a melhor forma de evitar o risco de pobreza é obter o melhor nível de escolaridade possível, isto porque, em pessoas empregadas e com o ensino básico, a percentagem destas que corre risco de pobreza é de 12.7%, quando o nível de escolaridade é o ensino secundário, esta percentagem desce para 4.6% e quando o nível de escolaridade é o ensino superior, esta percentagem torna-se muito reduzida, sendo de apenas 1.4%.
Para combater a desigualdade de rendimentos, a solução passa pelo governo optar sempre pelos impostos progressivos, como por exemplo o IRS. No entanto, para que este imposto surta efeito, é necessário, dificultar a fuga ao imposto por parte dos indivíduos com rendimentos elevados mas que apenas declaram parte desses rendimentos, não pagando o imposto que deviam, enquanto que os pobres declaram tudo aquilo que têm e podem declarar e vêem o imposto incidir sobre todo o seu rendimento. Conseguindo reduzir a fuga aos impostos, que é tarefa difícil, o governo atenua a desigualdade de rendimentos.
A desigualdade de rendimentos e a pobreza, serão fenómenos sempre presentes em Portugal, no entanto, com um governo que saiba implementar as políticas corretas, estes fenómenos são passiveis de serem atenuados.

Rui Manuel Sousa Barros

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]  

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

"O jogo dos empreendedores"

Visita-nos em www.entrexplorer.com e vem jogar o jogo dos empreendedores!!!

Testa a tua ideia de negócio e constrói o teu Plano de Negócios!!!»

(reprodução de mensagem promocional de jogo de introdução ao empreendorismo - em fase de teste, ainda - que me caiu entretanto na página pessoal do Facebook)

segunda-feira, 17 de setembro de 2012