sábado, 30 de maio de 2009

Haverá compatibilidade entre estudar e trabalhar?

A população desempregada em Portugal está prestes a «atingir o valor simbólico» de meio-milhão de desempregados. A taxa de desemprego atingiu os 8,9% no primeiro trimestre do corrente ano, o que representa um agravamento de 1,3% face a igual período de 2008. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a subida do desemprego verificou-se em todo os grupos etários, e sobretudo nos indivíduos de sexo masculino. Esta taxa de desemprego é considerada a 7ª pior entre os 28 países da OCDE.
Em termos médios europeus, o desemprego desce à medida da progressão da qualificação escolar da mão-de-obra; em Portugal verifica-se o fenómeno inverso em idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos, sendo o desemprego significativamente alto para os detentores de qualificações escolares superiores. Nuno de Almeida Alves, no Observatório das Desigualdades - estrutura independente constituída no quadro do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (CIES-ISCTE), considera que esta taxa de desemprego, nesta faixa etária, deve ser relativizada visto que se trata de um conjunto de indivíduos recentemente saídos das universidades, na maioria dos casos sem qualquer experiência profissional, e cujos primeiros anos de actividade se desenvolvem em postos de trabalho precários, demorando algum tempo até encontrarem uma relativa estabilidade laboral.
No entanto, Avelino de Jesus, Director do ISG - Instituto Superior de Gestão, considera que é necessário articular o aparelho produtivo, com o educativo, de modo a lançar no mercado diplomados com algum treino para o mundo do mercado de trabalho. E dessa forma reduzir a taxa de desemprego nas pessoas mais qualificadas, visto que, muitas das vezes, o factor determinante para essas pessoas se encontrarem no desemprego é mesmo não lhes ser dada uma primeira oportunidade, uma vez que não detêm experiência profissional. Deveremos seguir modelos como os europeus, no sentido de fomentar a necessidade dos jovens portugueses a entrarem no mercado de trabalho enquanto estudam, para dessa forma alterar-se este paradigma de desemprego. Por exemplo, no ano de 2006, em Portugal apenas 11% dos estudantes do ensino superior, entre os 20 e os 24 anos, estudavam e trabalhavam, contra a média de 37% da OCDE, 60% da Dinamarca e 69% da Holanda. Valores muito díspares do de Portugal. No caso concreto da Noruega, o ensino é gratuito, todos recebem uma bolsa de estudo e cerca de metade, porém, trabalha. O Director do ISG considera ainda que, esta situação representa o comportamento típico e verdadeiramente moderno, na Europa trabalhadora e de elevadas produtividades.
Deve ser esse o caminho que Portugal deve tomar, o caminho de uma maior conciliação estudos/trabalho para que a inserção na vida activa seja de forma mais suave, mas mais eficaz.

Luísa Silva

[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Gestão (1º ciclo) da EEG/UMinho]

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Fusão entre FIAT e Chrysler: uma saída para a crise

Nos últimos meses o mundo vêm presenciando uma enorme crise econômica na qual diversas estratégias estão sendo tomadas pelos governos e pelas empresas para evitar a falência e a quebra de grandes companhias mundias. Desse modo, podemos citar o aumento das fusões entre essas, estratégia muito utilizada como forma de entrada em novos mercados internacionais, mas que também pode ser uma saída para os problemas de capital que se multiplicam com o aumento da recessão econômica.

Nesse sentido, foi anunciada no dia 20 de Janeiro desse ano a fusão entre a italiana FIAT e a americana Chrysler, do setor automobilístico, sendo que ficou acordado que a primeira receberia 35% das ações da Chrysler, ficando responsável pela reestruturação e reforma das fábricas desta nos Estados Unidos, e podendo, futuramente, aumentar a sua parcela de ações para 55%.

A Chrysler já vinha enfrentando problemas há algum tempo, especialmente porque não estava preparada para se adaptar ao aumento do petróleo em 2007 e 2008, possuindo ainda uma frota pouco econômica, e sofrendo com a concorrência japonesa, que já estava bem mais evoluída no desenvolvimento de modelos híbridos.

Devemos destacar dois aspectos importantes diretamente relacionados a essa decisão, sendo que, inicialmente, percebe-se o risco existente hoje decorrente da dependência de petróleo, e, numa segunda instância, coloca-se em questão o modo como os governos e a sociedade em si são afetados com a fusão de duas grandes empresas como essas.
Assim, com o anúncio da FIAT, surge a questão: como uma notícia como essa afeta o mercado e a economia mundial?

Com a fusão de duas enormes empresas, por um lado, a economia se fortalece na medida em que se evita a falência de uma gigante do setor automobilístico como a Chrysler, o que consequentemente iria afetar bolsas de valores e desequilibrar ainda mais a economia mundial nessa situação de crise. Porém, por outro lado, a cada nova fusão de grandes empresas, questiona-se a perda do poder estatal, na medida em que a empresa toma proporções tão grandes que ultrapassa a escala estatal.

Talvez possa sim se ver aumentado o poder das grandes empresas e a forma como elas alteram as características do Sistema Internacional, mas ainda pode ser cedo para se afirmar que o poder do Estado passa a ser menor que o das grandes companhias multinacionais, na medida em que, numa situação de crise como a que se está presenciando hoje, a atuação do governo tem se tornado extremamente necessária como meio para se resolver os problemas.

Além disso, um dos pontos principais da reestruturação das fábricas da Chrysler pela FIAT é o desenvolvimento do setor de tecnologias menos poluentes e com economia de combustível, o que pode levar não só ao aumento das vendas, mas a diminuição da sensibilidade a variação dos preços do petróleo, sendo que esse foi um dos fatores que levou ao declínio das finanças da Chrysler, e leva, pode-se afirmar, a enormes problemas mundiais, pois a cada aumento do preço dos barris de petróleo, percebe-se a enorme dependência mundial de uma fonte de energia concentrada 62% no Oriente Médio, uma região instável e susceptível a aumentos desordenados no preço do pretróleo, seja decorrente de uma crise ou mesmo de uma decisão da OPEP, que controla a maior parte da produção mundial de petróleo.

Assim, seria melhor considerar a fusão de grandes empresas como algo positivo, não que diminui o poder estatal, mas que aumenta o potencial da economia mundial, e, no caso especificado, ainda dá um passo adiante na diminuição da dependência energética mundial.


Lais Beltrão Silva

[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Gestão (1º ciclo) da EEG/UMinho]

Bibliografia:
Notícias Uol.
Acessado em 27 de Abril de 2009.

Revista Auto Esporte.
Acessado em 27 de Abril de 2009.

Notícias Terra.
Acessado em 27 de Abril de 2009.

A Crise Econômica (e Social) Mundial : Medidas de Recuperação Governamentais

No último dia primeiro de Maio, feriado mundial do Dia Internacional do Trabalho, o que se viu não foram comemorações, mas sim diversos protestos de pessoas que foram as ruas pedindo por uma atuação mais assídua do governo na resolução da crise, especialmente para a tomada de medidas que melhorem a situação atual do mercado de trabalho, que vem sofrendo retrações profundas neste ano de 2009.

As notícias são alarmantes: na Alemanha, em Dezembro, o número de desempregrados registrou um aumento de 114 mil pessoas, chegando a 3.1 milhões, enquanto na Espanha o número chega a 4.010.700 milhões, sendo que houve um aumento de 108% em apenas um ano. E esses são dados de somente dois países, sendo que as estatísticas estão piorando em todo o mundo, pois com o aumento da recessão econômica e a falência de um número cada vez maior de empresas, acentua-se o índice de desempregados e os problemas sociais nos diversos Estados.

Se torna então de extrema prioridade a adoção de medidas que incidam diretamente no mercado de trabalho e mantenham um pouco mais estáveis os índices de desemprego. Desse modo, chefes dos governos se reúnem para discutir acerca de soluções para a crise econômica- e podemos dizer, social - mundial, como ocorreu na reunião do G-20, no dia 1 de Abril desse ano.

Assim, no encontro que que se passou em Londres, foi aprovado um programa de 1,1 bilhão de dólares para restaurar o crédito, o crescimento e o emprego na economia mundial. Porém, o que se percebe é que mesmo com o aumento de medidas governamentais, o capital injetado na economia acaba beneficiando em sua maior parte os bancos e outras agências financeiras , como o FMI, e muitas vezes não afeta em si a população que tem perdido os seus empregos numa velocidade alarmante a cada dia.

Desse modo, é necessária uma atuação mais firme dos governos e mesmo dos Organismos Internacionais para se tentar alterar a situação mundial preocupando-se com o lado social da crise, pois os protestos só tendem a piorar caso a situação continue no ritmo que hoje se apresenta.

O diretor da Organização Internacional do Trabalho vêm se pronunciando e pedindo uma maior atenção a proteção dos trabalhadores, sendo que em seu pronunciamento no dia 26 de Abril no Comitê de Desenvolvimento - fórum conjunto do FMI e do BIRD – ele alertou para o aprofundamento da crise do emprego enquanto que existe uma defasagem da recuperação do mercado de trabalho em relação ao PIB, em decorrência da pouca atenção dada aos trabalhadores em relação as medidas de recuperação dos mercados financeiros.

Agora, esperamos que os governos se unam, e, com a ajuda das Organizações Internacionais, adotem medidas para a melhora da situação social da crise, diminuindo a ocorrência de protestos e aumentando o apoio por parte da população, afinal, em uma crise econômica de tão grande amplitude como essa, as diversas partes precisam ser beneficiadas, para que a recuperação realmente seja efetiva.

Lais Beltrão Silva

[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Gestão (1º ciclo) da EEG/UMinho]

Bibliografia:

Opinião e Notícia:
Acessado em 4 de Maio de 2009.

Opinião e Notícia:
Acessado em 4 de Maio de 2009.

BBC Brasil:
Disponível em
Acessado em 4 de Maio de 2009.

Parlamento Europeu:
Disponível em http://www.europarl.europa.eu/news/expert/ infopress_page/008-42164-322-11-47-901-20081117IPR42160-17-11-2008-2008-true/default_pt.htm.
Acessado em 4 de Maio de 2009.

Globo Notícias:
Disponível em http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL995608-5602,00.html>.
Acessado em 4 de Maio de 2009.

Último Segundo–Notícias do Jornal Eletrônico Portal IG.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

terça-feira, 5 de maio de 2009