quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

¿Cuánta energía consumen tus electrodomésticos en casa?

Para responder a esta pregunta, es fundamental conocer la cantidad de consumo energético de tu hogar y además saber cómo se calcula este consumo, para así no solo tener como resultado el ahorro en tu próxima factura de la luz, sino también optimizar el uso de los recursos del planeta.


Nuestra factura de la luz se destina principalmente a la calefacción, y en segundo lugar a los electrodomésticos. Y te preguntarás, ¿cómo poder ahorrar en el consumo de energía de estos?, el primer paso, es encontrar el proveedor de luz adecuado y para ello puedes utilizar un comparador de luz, que te permitirá encontrar las mejores tarifas; luego es imprescindible saber cuánto consume cada uno de tus electrodomésticos y hacer un uso responsable, eficiente y adecuado.


El consumo energético de tu electrodomésticos varía según el modelo y la marca, es por este motivo que te recomendamos revisar la clasificación energética o la misma pegatina del electrodoméstico para que tengas un dato más exacto, sin embargo a continuación te mostramos el consumo promedio de cada uno: 



Electrodoméstico

Consumo anual

Consumo anual aproximado (€)

Nevera

650 kWh/año

84

Televisión

263 kWh/año

34

Lavadora

500 kWh/año

64

Secadora

300 kWh/año

39

Lavavajillas

300 kWh/año

39

Aire acondicionado

3000 kWh/año

385

Horno Eléctrico

231 kWh/año

30

Stand by

231 kWh/año

30

Plancha*

3000 W

Aspiradora*

1600 W

Tostadora*

1500 W

Vitrocerámica*

2000 W

Secadora de pelo*

3000 W

Microondas*

1500 W

Estufa*

2000 W

Bombillas*

40 W

*Al ser un electrodoméstico que no se usa de manera continua no se puede medir el consumo en kWh/año


¿Cómo calcular el consumo energético?: Fórmula para calcular el consumo de un electrodoméstico 


Para poder calcular cuánta energía consumimos, debemos conocer cómo contabilizar la cantidad de kilovatios (kWh) que un electrodoméstico o cualquier aparato electrónico ha consumido, y se tiene que aplicar con una fórmula, de la siguiente manera:


Energía Consumida = Potencia eléctrica (kW) x Tiempo de utilización (h)


Al tener la energía consumida en kilovatios (kWh) procederemos a calcular cuánto nos costaría utilizar este artefacto, multiplicándose con el precio de la luz, como por ejemplo:


Potencia eléctrica (1 kW) x Tiempo de utilización (5 h) x Precio de la luz (0.14791 €/kWh) = 0.74 € 


Esto quiere decir que, al usar 5 horas este artefacto eléctrico habremos gastado 0.74 € de nuestro presupuesto. Cabe destacar que, dentro de tu factura de luz se integran otro tipo de conceptos que veremos más adelante y que pueden aumentar el pago a fin de mes, por ello te recomendamos darte de alta a luz con el mejor proveedor. 


Si quieres contratar la mejor tarifa de luz para tí, te recomendamos asesorarte con uno de nuestros expertos.


¿Cuánto se gasta de electricidad en un año? 


Según las estadísticas, se sabe que, la media de consumo anual por cada hogar es de aproximadamente 3,487 kWh, de los cuales, un 25% corresponde con el consumo de electricidad. Por lo que, esto supondría un costo a cada familia cerca de unos 990 euros anuales, mientras que una vivienda unifamiliar requiere un poco más de consumo y puede llegar hasta los 3,754 kWh/año, que son cerca de 1,070 euros anuales.


A continuación podrás ver un aproximado del consumo energético por el tipo de familia y cantidad de personas que viven en una casa: 


  • Una persona, 2,198 kWh/año.

  • Dos personas, 2,450 kWh/año.

  • Tres personas, 2,703 kWh/año.

  • Cuatro personas, 2,956 kWh/año.

  • Cinco personas, 3,208 kWh/año.


La verdad es que, muchas veces, es complicado saber exactamente cuánto de electricidad gastamos diariamente, ya que los recibos de luz integran conceptos como el término de potencia contratada, alquiler del contador, impuestos sobre la electricidad, entre otros, que aumentan la tarifa que se paga al mes.


¿Qué es el consumo fantasma y cuánto aumenta la factura de luz? 


Finalmente, es importante conocer acerca del consumo fantasma de electricidad, esta es la cantidad de electricidad que están gastando los dispositivos conectados a la corriente en standby o prendidos sin utilizarse, como por ejemplo, los cargadores móviles, el LED de la televisión, una consola de playstation apagada, el decodificador de la tv, etc. Si bien el mayor consumo es el de los electrodomésticos, se recomienda tener estos consumos controlados ya que suponen alrededor de 3000 kWh al año aproximadamente. 


Si tu objetivo es tener un consumo responsable de energía, te recomendamos que no dejes ningún aparato en modo fantasma y que lo apagues de forma completa, y si es posible desconectarlo de la corriente eléctrica. Debido a que, al estar conectado sigue consumiendo kWh, y por tanto, sigue aumentando el consumo del hogar en tu hogar.


Fuente: https://www.companias-de-luz.com/noticias/consumo-de-energia-de-tus-electrodomesticos/




Sara Fernandez

Especialista en energía 

Agencia Servicios de Luz

sara.fernandez@papernest.com

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Conta bancária de serviços mínimos: forte potencial, pouca visibilidade

Ao longo dos anos, os produtos bancários sofreram alterações substanciais nos custos que acarretam para os consumidores. As mensalidades, anuidades e até mesmo as comissões exigidas pelos bancos têm-se mostrado imparáveis, alcançando novos máximos ao longo do tempo. Assim, tornou-se determinante encontrar uma solução para esta problemática, um novo produto que garanta que as pessoas com menos possibilidades também possam possuir uma conta bancária à ordem. Mas será que todos os cidadãos têm conhecimento deste serviço?

Segundo dados disponibilizados pela Lusa, até setembro de 2021, as comissões dos principais bancos tinham subido cerca de 10,8% no ano, em comparação com o período homólogo de 2020, correspondendo a 1.453,2 milhões de euros em comissões apenas referentes aos cinco principais bancos portugueses (BCP, Caixa Geral de Depósitos (CGD), Santander Totta, Novo Banco e BPI). Assim, com estas variações nos custos de manutenção das contas à ordem tradicionais, houve uma contínua busca dos consumidores por produtos de manutenção mais baratos e que, complementarmente, suprissem as suas necessidades básicas.

Uma conta de serviços mínimos é definida como uma conta à ordem que engloba os serviços bancários considerados indispensáveis, a custo reduzido. Legalmente, a comissão de manutenção de uma conta desta tipologia, no ano de 2022, não pode superar os 4,43€ - 1% do indexante dos apoios sociais para este mesmo ano -, o que não incentiva, propriamente, os bancos a publicitar e a estimular a sua adesão. Contudo, os números falam por si – o número de contas abertas deste tipo passou das 1000, no início deste milénio, para as 141 000, em 2021 -, mostrando o aumento da instrução da população acerca deste produto obrigatório em todas as unidades bancárias.

Pelo nome que acarreta, é usual pensar-se que este tipo de contas apresenta um conjunto muito reduzido de operações, no entanto, este tem vindo a sofrer sucessivas atualizações, sendo que, neste momento, apresenta uma boa panóplia de serviços, já incluindo a possibilidade de transferências interbancárias através de homebanking e, ainda, transferências limitadas através de aplicações de terceiros, nomeadamente, MB WAY. Tal melhoria tem vindo a aliciar os consumidores a optar por este tipo de serviços, contudo, a existência de barreiras ao acesso a este leva a que a maioria dos portugueses não possa abrir uma conta de serviços mínimos, nomeadamente por já possuir outra(s) conta(s) à ordem no sistema bancário.

Em termos de poupança, esta é, sem dúvida, a melhor opção no mercado, sendo que a poupança pode chegar aos 91 euros anuais, quando comparada a contas à ordem tradicionais. Em 2021, foram comparados os custos anuais de uma conta de serviços mínimos com a respetiva conta à ordem mais barata dos diferentes bancos, sendo que ficou claro que o banco mais barato e onde não há qualquer diferença de custos entre as duas tipologias de conta é o Activo Bank, sendo o custo de manutenção das duas contas igual a zero. Por outro lado, o banco mais caro é o Santander, onde a conta à ordem tradicional mais barata se situava nos 137.28€ - cerca de 86€ mais cara que a respetiva conta de serviços mínimos.

De um ponto de vista pessoal, considero que deveriam ser realizadas ações de sensibilização acerca desta opção bancária junto dos consumidores. Apesar do aumento no número de contas ativas, não há dúvida que os bancos não publicitam este produto, tentando que os clientes optem por contas tradicionais, cujas comissões são bem mais aliciantes para as estruturas bancárias. Adicionalmente, considero que rever as regras de acesso a este serviço – principalmente, a obrigação dos indivíduos não possuírem nenhuma outra conta no sistema bancário - seria importante. Uma conta de serviços mínimos é uma verdadeira alternativa a contas tradicionais, sendo que a possibilidade de adesão a estas por uma maior parcela da população é, a meu ver, o caminho mais assertivo.

 

Marta Miranda 

[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

Crescimento Económico Europeu

O crescimento económico europeu tem vindo a definir o peso da Europa na economia global. É um facto que o seu ritmo de crescimento é mais lento que o dos Estados Unidos da América, e ainda mais lento que o da economia chinesa, no entanto, este acontecimento não é novidade. Em causa está a diferença entre os modelos económicos, as instituições, a demografia e os equilíbrios sociais. Isso explica o porquê deste fenómeno de crescimento díspar.

Até à atualidade, a economia norte-americana é uma das mais desenvolvidas do mundo, com um elevado nível de produção e do Produto Interno Bruto per capita. Mantém um crescimento médio anual de 1,8% desde 2010, ao passo que a Europa opera a metade desse valor, com um crescimento médio anual de 0,9%. Facilmente denotamos uma assimetria do crescimento destas economias, que visto a médio-prazo são apenas umas décimas de diferença, no entanto, esta disparidade tem tendência a aumentar no longo-prazo.

Em particular, o período da crise financeira de 2008 denota grande importância para explicar essa diferença de desenvolvimento. A Europa priorizou o equilíbrio em vez do crescimento, apostando na estabilidade das finanças públicas e numa política monetária bastante rigorosa, com vista a um crescimento mais rápido no futuro, no entanto, este crescimento nunca se verificou. Metade dos países da Europa registaram valores da dívida pública, em percentagem do PIB, superiores a 100%, como é o caso dos países do Sul. Estes países, que à partida teriam maior potencialidade de crescimento económico, uma vez que partem de níveis de rendimento mais baixos, acabaram por divergir do resto da União Europeia. Este pobre desempenho não só não contribuiu para o desenvolvimento europeu como agravou a média.

          Numa opinião pessoal, a dificuldade de adaptação por parte da Europa às condições de crescimento da economia é também em grande parte suportada pelas questões demográficas. Particularmente, por cada 100 jovens portugueses, há 182 idosos atualmente (23,4% da população residente — Censos 2021). Efetivamente, o envelhecimento da população implica uma redução da produtividade, o que exige um aumento da despesa pública ao nível das pensões. Já o mercado de trabalho norte-americano atrai imigrantes de todo o mundo, tendo este uma das taxas mais elevadas ao nível da imigração mundial. O seu grande dinamismo empresarial capta profissionais mais qualificados, como população de 1ª geração, capaz de vingar mais facilmente no país.

          O continente europeu assenta numa forte base de apoio social, nomeadamente ao nível da saúde e da educação. Particularmente, Portugal padece significativamente neste aspeto, sendo um dos países da UE menos educado, contudo, tem tido uma evolução bastante considerável. A Europa mantém ainda uma preocupação ética em liderar áreas como a sustentabilidade e o ambientalismo, ainda que o mundo não acompanhe este ideal, como é o caso americano que pouco ou nada investe nesse sentido, e cujo retorno económico não iguala (nem de perto nem de longe) o investimento. Daí o lento progresso.

Neste sentido, precisamos de encontrar soluções que tornem as necessidades sociais compatíveis com a eficiência económica, por via do investimento na educação e na investigação científica. Efetivamente, a UE criou o Plano de Recuperação para a Europa, que considera esta abordagem. A par da recuperação económica, o programa visa viabilizar uma recuperação sustentável e resiliente dos Estados-Membros, bem como a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos da UE, sustentando uma transição ecológica e digital das economias da UE.

Assim, do ponto de vista pessoal, penso que estes aspetos apresentam ser um método eficiente e eficaz, capazes de proporcionar um crescimento económico consistente e sustentável e efetivamente destacar a Europa.

 

Bruna Oliveira 

[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

As dificuldades atuais dos jovens trabalhadores

“Três em cada quatro jovens ganham menos de 950 euros”. Este é um dos vários títulos de notícias que têm vindo a ser publicadas nos media acerca da temática dos salários baixos e instabilidade do mercado para a faixa etária entre os 15 e 34 anos. Temos vindo a observar um aumento exponencial na formação dos jovens, na criação maciça de mão-de-obra qualificada e pronta a operar nas diversas áreas. No entanto, tal crescimento das qualificações académicas não está sempre aliado nem a remunerações justas nem a empregos estáveis. Estará Portugal a perceber as consequências desta falta de evolução e organização do mercado?

Através de dados conseguidos no estudo “Os jovens em Portugal, hoje”, liderado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, foi possível determinar que metade dos jovens apresenta trabalho pago, enquanto os restantes não. Dentro da metade remunerada, que corresponderá a 1,1 milhões de jovens, é onde se enfatiza os salários baixos praticados no mercado, assim como a instabilidade dos empregos. Cerca de três quartos dos jovens – 72%, se quisermos analisar em valores concretos – não recebem mais de 950 euros líquidos por mês, sendo que a maior parcela de jovens (30%) acaba mesmo por apenas auferir entre 601 e 767 euros líquidos mensais. Se já não fossem suficientes os salários reduzidos praticados no mercado de trabalho, mais de metade (51%) encontra-se em situações de emprego precário e onde o vínculo contratual é instável.

Esta conjuntura salarial afeta diretamente a qualidade de vida dos jovens, limitando as opções viáveis que estes podem suportar. Neste mesmo estudo, ficou comprovado que apenas 19% dos jovens vive confortavelmente com o que ganha e, complementarmente, 40% não se sente realizado no seu emprego, o que deixa no ar uma preocupação imensa sobre o futuro da geração ativa mais jovem.

Um dos projetos que é mais adiado pelos jovens nestas condições é a saída de casa dos pais – em média, os jovens tendem a sair de casa dos pais pelos 30 anos, valor este superior à média europeia (27 anos), o que, consequentemente, coloca Portugal como o quinto país onde os jovens saem mais tardiamente de casa. Esta situação pode ser justificada, em parte, pelo fraco conforto financeiro atual dos indivíduos na faixa etária entre os 15 e 34 anos, o que os impede de aderir a novos projetos pessoais e profissionais, levando ao seu adiamento por tempo indeterminado.

Por outro lado, a insatisfação e visão negativista desta faixa etária em relação ao mercado de trabalho português pode ser vista como um incentivo à emigração. Apesar de não haver dados muito alarmantes sobre esta possível tendência – é evidenciado que os jovens aceitam muito mais facilmente a ideia da mobilidade em Portugal, em comparação com a ideia de se deslocarem para o estrangeiro – ainda, é atingido o patamar dos 30%, valor este de que transparece a quantidade de jovens que se mostrou totalmente disponível para emigrar.

Assim, tendo em conta a problemática evidenciada, considero que o mercado de trabalho português não incentiva os jovens a escolher Portugal como país impulsionador da sua carreira profissional. Portugal investe cada vez mais na educação da sua população, contudo, a fraca consistência do mercado não gera os incentivos necessários para que a mão-de-obra qualificada, cuja educação foi parcialmente sustentada pelo Estado, encare o mercado de trabalho português com positivismo.

A meu ver, rever os salários praticados no mercado, assim como a estabilidade dos empregos, que, atualmente, se mostra difícil de se conseguir para os que iniciam a sua vida adulta, seria importante. A revisão de regras já existentes acerca das diversas situações salariais, levando a uma distribuição mais justa dos indivíduos em termos do respetivo salário e à tentativa de aumento da média salarial portuguesa, seriam determinantes na solução deste problema.


Marta Miranda

[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

O plano “Reativar Turismo|Construir Futuro”

       O turismo foi um dos setores que mais evoluiu ao longo dos tempos, sendo, atualmente, reconhecido com um dos setores prioritários para o desenvolvimento do país, principalmente no que se reporta à produção de riqueza e emprego. Com isto, podemos afirmar que economia portuguesa é muito dependente do setor turístico e este é um dos que mais influencia o PIB português.

Com a chegada do COVID-19 ao nosso país, o setor foi o que mais sofreu, o que, consequentemente, provocou graves consequências na economia portuguesa, o que fez com que o Governo sentisse a necessidade de criar uma estratégia para a recuperação deste setor. Com este propósito, aprovou-se o plano “Reativar Turismo|Construir Futuro”, o qual pretende responder às necessidades imediatas do setor, apoiar a fase de retoma que se acompanhará e potencializar ainda mais o valor do turismo na economia nacional. Ou seja, “pretende ser um guião orientador para o setor turístico, público e privado, cujas ações estão totalmente integradas com os objetivos do Plano de Recuperação e Resiliência e da Estratégia Portugal 2030, assegurando assim uma estratégia concertada para a retoma da economia nacional” (Turismo de Portugal, 2021).

O mesmo incide em quatro pilares: apoiar empresas, fomentar segurança, gerar negócio e construir futuro. Estes são compostos por ações particulares que, a curto, médio e longo prazos, possibilitarão renovar o setor e posicioná-lo num nível superior de geração de valor e, ao mesmo tempo, cooperar de forma clara para o crescimento do PIB e para uma distribuição mais justa da riqueza.

O primeiro tenciona ajudar as empresas, tanto a nível financeiro, com o uso de instrumentos flexíveis e adaptados às exigências do momento, como ao nível da estratégia operacional, mantendo a cadeia de valor disponível e preparada para retomar a atividade. Já o pilar de fomentar a segurança incentiva ações de segurança no setor turístico, preparando as empresas para responderem às novas necessidades dos turistas. Quanto à geração de negócio, este, como o nome indica, tem como objetivo gerar negócio a curto ou médio/longo prazos através da promoção dos mercados, devolução da conectividade e facilitação da compra. Por último temos o pilar construir futuro, o qual possui projetos que permitem a aceleração da construção de um turismo mais inteligente, responsável e sustentável.

Tudo isto é criado para atingir um objetivo, ultrapassar, em 2027, os 27 mil milhões de euros de receitas turísticas, a partir de uma gestão sustentável, através da diversificação de mercados e segmentos e de uma gestão cuidada da riqueza e do bem-estar em todo o território, tendo um orçamento previsto de, aproximadamente, 6 mil milhões de euros.

Para mim, esta estratégia adotada pelo Governo está bem idealizada, uma vez que, para além de ajudar o setor a alcançar os valores da época pré-Covid, ainda promove uma evolução muito significativa do mesmo, principalmente a nível tecnológico. O único entrave que vejo no plano é o facto da Covid-19 ainda não ter acabado e ser imprevisível, o que pode causar uma menor efetividade do mesmo. No entanto, pode-se reduzir esta consequência através da revisão do mesmo, por exemplo, em 2024, e de uma possível adaptação. Para além disso, acho que devia ser mais publicitado e ter uma explicação mais detalhada sobre as várias medidas adotadas, para que todos os indivíduos que possam estar envolvidos neste tenham uma melhor compreensão do mesmo. Indico isto pois, apesar de agora haver mais informação, numa fase inicial esta era muito reduzida e era difícil saber, especificamente, como é que iam ser aplicados os vários pontos do plano.

Só queria então concluir dizendo que, apesar do setor turístico e da economia terem sido bastante afetados com a pandemia, a mesma também nos fez evoluir e reconhecer novos métodos e estratégias, como o caso do plano “Reativar Turismo|Construir Futuro”, que nos pode elevar para um novo patamar.

 

Bárbara Labajos

[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

Crise do Gás Natural - Nas mãos da Rússia? À espera do resgate dos EUA?

Cavernas de sal reformadas, aquíferos e depósitos de combustível que armazenam o gás natural da Europa nunca estiveram tão vazios como neste do Inverno. Apenas quatro meses depois dos EUA virem a público dizer que a Europa não estava a fazer o suficiente para se preparar para a estação escura e fria que se avizinhava, o “velho” continente está a lutar contra uma crise de abastecimento que tem causado preços de referência do gás mais do quádruplo dos níveis do ano passado, comprimindo as empresas e as famílias. A crise deixou a União Europeia à mercê do tempo e das “artimanhas” do Presidente russo Vladimir Putin, ambas notoriamente difíceis de prever.

Figura 

Figura 1- Preços do gás natural europeu 2021

                                   Fonte- EUROSTATA

A Europa está no meio de uma transição energética, encerrando centrais elétricas alimentadas a carvão e aumentando a sua dependência das energias renováveis. O vento e a energia solar são mais limpos mas, por vezes inconstantes, como ilustrado pela súbita queda na energia gerada por turbinas que o continente registou no ano passado.

A crescente influência de Moscovo sobre os seus vizinhos tornou-se evidente no final dos últimos tempos. Um Inverno invulgarmente frio e longo esgotou os stocks de gás da Europa precisamente quando as suas economias estavam a reemergir da recessão induzida pela pandemia.

Um recente choque nas importações de GNL dos EUA proporcionou algum alívio, mas é, na melhor das hipóteses, temporário. A França precisa de desligar vários dos seus reatores para manutenção e reparações, resultando numa redução de 30% na capacidade nuclear no início de Janeiro deste ano, enquanto a Alemanha está a avançar com planos para encerrar todas as suas centrais nucleares. Com os dois meses mais frios de Inverno ainda pela frente, o receio é de que a Europa possa ficar sem gás. Dado isto, estaremos nós nas mãos da Rússia?

Os comerciantes já se estão a preparar-se para o pior, com os preços do gás a subir cerca de 40% durante os últimos meses. Alguns dizem que a crise pode durar até 2025, quando a próxima vaga de projetos de GNL nos Estados Unidos começar a abastecer o mercado mundial. Serão os Estados Unidos a salvação para estabilizar os mercados energéticos?


Maria Helena Mendes

[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

A Evolução do Turismo Português

     A evolução do turismo nos últimos anos esteve intrinsecamente ligado ao desenvolvimento mundial. O consumo e as tendências dos consumidores cada vez mais informados evoluíram para uma procura de experiências personalizadas, que permitam diferenciar-se da população em geral. O mundo está a mudar e o turismo está a mudar o mundo. A globalização assente numa competitividade sustentável será um dos pilares do futuro turístico a nível mundial. O presente artigo pretende efetuar uma breve abordagem histórica à evolução do Turismo e aos aspetos conceptuais que perspetivam as tendências de evolução turística.

Começamos em 1934, onde António Ferro, diretor do Secretariado Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo (SNI) da época, apresentou um projeto de difusão da imagem do país, demonstrando as fronteiras de uma nova visão multidisciplinar com base no turismo. Contudo, apenas em 1944 Ferro consegue mesmo colocar em prática o seu projeto, conciliando a cultura e o turismo, de forma a promover um conceito de “diferença” para a imagem do país. O ano de 1964 foi um ano importante para Portugal, tendo este atingindo pela primeira vez um milhão de entradas de estrangeiros no país.

Com a revolução de abril de 1974, o país enfrenta anos agitados, levando o VI Governo provisório a declarar o turismo “como atividade privada e prioritária”. Contudo, as quedas de 50% das entradas de estrangeiros no país foram desanimadoras para o setor. Só em 1986, com a construção do Instituto de Promoção Turística e do Plano Nacional do Turismo, o país recupera a sua reputação internacionalmente, mostrando uma nova imagem e novas áreas promocionais.

Com a entrada do seculo XXI, o turismo apresentou um crescimento muito acentuado, nomeadamente em algumas zonas do país, como o Algarve, a Madeira e Lisboa. Nos últimos 9 anos, o país registou uma taxa de crescimento médio anual de 7,2% nas dormidas, assim com um acréscimo de 10,8 mil milhões de euros nas receitas. Sendo assim, verificamos a existência de um comportamento pró-ativo por parte do país e das pessoas ligadas ao turismo como forma de capitalização de novas oportunidades de negócio.

Contudo, com a entrada do ano 2020, o setor do turismo registou o pior ano desde que há registo, tudo graças ao aparecimento da pandemia Covid-19. Com as restrições impostas na deslocação de pessoas entre fronteiras e em linha com outros destinos mundiais, o setor do turismo nacional registou decréscimos significativos da procura. Apenas foram registados 25,9 milhões de dormidas em 2020 (12,3 milhões de dormidas de estrangeiros e 13,6 milhões de dormidas de nacionais).

Os principais mercados emissores para Portugal foram, respetivamente, o Reino Unido com 2,0 milhões (9,4 milhões, em 2019), a Alemanha com 1,8 milhões (5,9 milhões, em 2019) e a Espanha com 1,7 milhões (5,2 milhões, em 2019).

Fonte: Turismo de Portugal - Plano de Ação “Reativar o Turismo | Construir o Futuro”

Os decréscimos refletiram-se também nas receitas, com uma redução de -135,9%, correspondente a 10,5 mil milhões de euros.

Em 2020, as receitas do turismo apenas representavam 7,7 mil milhões de euros. Neste indicador, os principais mercados emissores para Portugal foram a França (1,5 mil milhões €), o Reino Unido (1,2 mil milhões €) e a Espanha (1,0 mil milhões €).

Em relação ao futuro, o governo arquitetou o Plano de Ação “Reativar o Turismo | Construir o Futuro”, um plano para estimular a economia e a atividade turística, que permitirá superar os objetivos e as metas de sustentabilidade económica, ambiental e social definidas na Estratégia de Turismo 2027.


Fonte: Turismo de Portugal - Plano de Ação “Reativar o Turismo | Construir o Futuro”

O plano consiste em 4 pilares de atuação (apoiar empresas, fomentar segurança, gerar negócio e construir o futuro) e é composto por ações especificas que, a curto, médio e longo prazos, permitirão transformar o setor e posicioná-lo num patamar superior, contribuindo de forma expressiva para o crescimento do PIB. Este plano deverá permitir ultrapassar os 27 mil milhões € de receitas turísticas e os 80 milhões de dormidas em 2027, de uma forma sustentável, ao longo do território.

Por fim, na minha opinião, ter um bom turismo possui os dois lado das moedas. A verdade consiste na forma como este serviço cresce na esfera económica de cada pais. Em Portugal, apesar de o turismo representar uma grande parcela do PIB português, isto faz com que esteja muito dependente das economias exteriores para o seu crescimento, proporcionando assim uma maior facilidade de decréscimo face a uma crise mundial. Sendo assim, Portugal deve usufruir da oportunidade dada pelo Programa de Recuperação e Resiliência para combater esta desigualdade, empenhando-se em criar maiores facilidades para os outros setores.


Paulo Henrique da Costa Gonçalves

[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

domingo, 9 de janeiro de 2022

Os problemas na competitividade da economia portuguesa

       Uma economia competitiva é aquela que regista um crescimento elevado e sustentado da produtividade. A competitividade de um país depende da sua capacidade para colocar no mercado produtos e serviços que atendam aos padrões de qualidade dos mercados, assim como proporcionem rendimentos face aos recursos utilizados ou consumidos na sua produção. Esta maior competitividade global colocou maiores desafios às empresas, bem como aos profissionais que contribuem para o seu desenvolvimento. A flexibilidade, melhoria contínua e a criatividade devem ser orientadas e focadas para a resolução de problemas reais e importantes na sociedade. Atualmente, governos, empresas e indivíduos enfrentam elevados níveis de incerteza à medida que a tecnologia e as forças geopolíticas remodelam a ordem económica e política.

Fonte: Global Competitiveness Report 2020

Analisando o caso de Portugal, verifica-se que, apesar de ser um país desenvolvido, este ainda possui muitas deficiências na sua competitividade com o mercado exterior.

Uma destas deficiências é representada pelo mercado de trabalho.  Portugal ocupa péssimas posições do ranking global no que respeita às práticas de contratação e despedimento, mobilidade dos trabalhadores, taxa de imposto sobre o trabalho, flexibilidade na determinação do salário, produtividade e burocracia. Isto impede que Portugal consiga resolver os seus problemas de produtividade, pois muitas vezes não existem incentivos para aumentar a capacidade produtiva das empresas.

Para além disto, o sistema financeiro também é um dos pilares onde a economia portuguesa apresenta graves problemas. A instabilidade do sistema financeiro nacional, assim como crédito não-produtivo e a falta de financiamento das PMEs são exemplo destas dificuldades. Da mesma forma, são de salientar as distorções provocadas pelos impostos e pela ausência de subsídios, que proporcionam a falta de concorrência das empresas portuguesas nos mercados internacionais. Devido à crise de 2008, Portugal também continua a apresentar uma pontuação bastante desfavorável na dinâmica da dívida pública, sendo um dos países com maior divida em função do seu PIB.

Ao nível de escolaridade, Portugal demorou a entrar no comboio dos países desenvolvidos. O nosso país ainda possui um número médio de anos de escolaridade da população bastante baixo, o que impossibilita o desenvolvimento de novas qualidades por parte da população ativa, como por exemplo dotações digitais. Para além disso, o baixo investimento na formação dentro das empresas levou a que este problema se agravasse e a que a qualidade produtiva portuguesa diminuísse.

          Em relação ao setor empresarial português, os novos gestores possuem muita dificuldade em lidar com decisões associadas ao risco, o que pode levar a diferentes caminhos no desenvolvimento das suas marcas. A falta de incentivos para o crescimento de empresas inovadoras e adoção de ideias disruptivas, assim como o elevado tempo e custo no início de um negócio, contribuem para o colapso das empresas portuguesas frente ao mercado internacional. Por este motivo, Portugal ainda possui essencialmente uma baixa taxa de abertura ao comércio mundial, o que é medida pelo rácio das importações e exportações no PIB nacional.

Contudo, é importante salientar os progressos feitos por Portugal para reduzir estes problemas. Portugal a partir da revolução de abril investiu em grande massa na redução do analfabetismo da população e criou melhores condições para os trabalhadores. Com a entrada na CEE, que por sua vez disponibilizou recursos, o governo tornou-se num dos grandes financiadores das empresas, o que ajudou em muito o desenvolvimento do país face a outros.

Finalizando, na minha opinião as empresas necessitam de ter uma visão mais abrangente do mercado, estando dispostas a apostar numa presença global, na criação e desenvolvimento de produtos e serviços inovadores, na criação de marcas credíveis, em canais de distribuição adequados e na elevada presença digital. Portugal possui infraestruturas rodoviárias, acessos e conectividade entre estradas e autoestradas de qualidade que podem facilitar o escoamento desta produção. As abordagens tradicionais no sentido de assegurar o crescimento já não são suficientes para mitigar as pressões competitivas e concorrenciais. Por isso, todos os esforços de redução de custos devem estar completamente interligados com o conceito de crescimento. Sendo assim, Portugal tem de apostar mais em prevenir os seus erros em vez de remediá-los.

 

Paulo Henrique da Costa Gonçalves

[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

O papel da Educação no desenvolvimento económico

            Evitar situações de pobreza e de marginalização é um objetivo do qual a sociedade civil não se pode alhear, e para o qual todos devemos estar sensibilizados e mobilizados. Uma das formas possíveis de atuação é através do apoio a projetos concretos com manifesta capacidade empreendedora e de realização. Isto deve ser estimulado com o apoio das escolas que, enquanto entidades de referência na missão educativa, tornam-se essenciais nestas iniciativas de inclusão social.

No início dos anos 70, no livro Small is Beautiful, Ernst Schumacher defendia: “O desenvolvimento não começa com os recursos materiais, o desenvolvimento começa com as pessoas e a sua educação, organização e disciplina. Sem estes três pilares, todos os recursos permanecem inúteis”.

O ritmo e o nível de crescimento económico de um país ou de uma região resultam, efetivamente, da interação de um conjunto complexo de fatores, em que se destacam, por um lado, a educação (incluindo a formação profissional, a investigação e o desenvolvimento tecnológico) e, por outro, os comportamentos, valores dos agentes económicos e da sociedade em que estão inseridos, ou seja, a organização e a disciplina a que Schumacher se referia.

A capacidade dos diferentes países para tirarem partido do acesso à informação e do conhecimento está limitada pelas diferenças de capacidade local para usar essas tecnologias ou transformar o conhecimento codificado. Ela depende do conhecimento tácito e de outros elementos de competência que, por definição, são difíceis de transferir. O que conta já não é só o conhecimento de que se dispõe ou a informação que está disponível mas, também, e sobretudo, a capacidade de aprender. É necessário ter trabalhadores com novos atributos: maior educação, maiores qualificações e maior capacidade de adaptação aos novos requisitos decorrentes das novas tecnologias.

A capacidade para aceder às redes e a competência para delas extrair a informação relevante e para a utilizar em termos económicos são os fatores críticos do desempenho dos trabalhadores e dos níveis de remuneração. Isto significa que, sem formação profissional e sem renovação das organizações, a introdução de novas tecnologias pode resultar em enormes perdas de eficiência. A recente utilização do conceito “economia do conhecimento” constitui uma forma de reconhecer que o conhecimento e a capacidade de aprendizagem das pessoas, das empresas e dos sistemas nacionais são os fatores‐chave do desenvolvimento económico.

Ao confrontar tais ideias com a realidade portuguesa, é possível perceber porque é tão difícil para nós alcançar qualquer tipo de crescimento económico a longo-prazo. A falta de investimento em educação combinada com a má gestão do setor cria muito pouco incentivo para o desenvolvimento de indivíduos intelectualmente notáveis.

É fundamental reconhecer que as escolas são os atores principais na missão educativa, mas têm de ser coadjuvadas pelo Estado e pelos vários setores da sociedade civil. As empresas, enquanto principais recetores dos trabalhadores qualificados, deverão intensificar a articulação com o sistema educativo e de formação profissional, manifestando as suas necessidades de conhecimentos e aptidões.

Ao Estado e às comunidades locais compete reforçar, de forma articulada, aqueles três subsistemas – educação, formação profissional e investigação − através das políticas públicas, instituições e infraestruturas. Diante do exposto, é notável que o progresso tecnológico tem um enorme peso no crescimento económico. O progresso tecnológico só pode ser alcançado por mentes criativas e curiosas, tornando-se, portanto, de grande importância refletir sobre a importância de fomentar estes valores entre os estudantes do presente e os investigadores do futuro. Sendo a educação uma das principais formas de estimular a criatividade, é extremamente importante investir nas instituições de ensino, pois elas definem o nosso futuro.

 

Ângela Ferreira

[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]