quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O imperativo da dívida

            A apresentação do Orçamento de Estado para 2013 assinala, de forma clara, um processo generalizado na direção da austeridade como única solução viável para o imbróglio das contas públicas portuguesas. Contudo, apesar de toda a retórica associada às instituições Europeias defender a necessidade de um regime de austeridade como forma de propiciar um acréscimo de competitividade que, por sua vez, revigore o tecido económico, verificamos que na realidade a posição portuguesa tem vindo a deteriorar-se, lentamente mas de forma inequívoca.
            Atualmente, Portugal observou a sua dívida pública ascender aos 117,5% do Produto Interno Bruto, ficando apenas atrás da Grécia (150,3%) e da Itália (126,1%) no total do conjunto da União Europeia. Convêm salientar que uma parte importante da dívida acumulada não resulta diretamente do impacto da crise que teve o seu início em 2008, graças à precariedade do setor imobiliário norte-americano, que se alastrou ao sistema financeiro e prontamente propagou-se pelo restante globo, mas sim a uma prática não publicitada de desorçamentação implementada por vários governos portugueses de forma a cumprirem as metas do défice para a qual contraíram inúmeros empréstimos externos. Constatamos que o intuito previamente mencionado não é apenas eticamente desonesto como prejudicial para a Economia, sendo que as quantias adquiridas através do endividamento não são investidas mas sim consumidas, e expeditamente descartadas. Com o valor da dívida a não demonstrar sinais de abrandamento, estando perigosamente perto dos 200 mil milhões de euros, e uma conjuntura de austeridade extremamente desfavorável a qualquer tipo de crescimento, chegando a encorajar a depreciação da mão-de-obra, concluímos que o pagamento fica cada vez menos exequível, principalmente nos preços e prazos acordados com a Troika.
            O fator fulcral para o futuro imediato de Portugal será a “sustentabilidade” da sua dívida, o que por sua vez é largamente dependente da dimensão da recessão que vamos experienciar, ou seja, se o acréscimo da tributação fiscal juntamente com as restantes medidas de austeridade prolongarem o período recessivo sem que haja uma estabilização dos juros aquém dos 7%, ver-se-á um crescimento explosivo do valor da dívida pública. A estimativa do Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta para os 134% como sendo a meta que indica o momento em que Portugal deixa definitivamente de ter qualquer hipótese de pagamento, um cenário que tem sido pouco publicitado.
            As condições que rodeiam a temática da dívida levantam inúmeras referências a reestruturações, algo que pode ser definido pela ótica de um incumprimento que é negociado com os próprios investidores, tendo em vista o reescalonamento da dívida pública graças ao prolongamento da maturidade dos títulos e à redução das taxas de juro. Apesar de numa primeira análise o conceito de reestruturação ser singularmente apelativo, verificamos que também acarreta algumas desvantagens, principalmente se tivermos em conta que desde que o rating de Portugal passou a ser classificado como “lixo”, o investimento estrangeiro dissipou-se rapidamente. A saída de Portugal do mercado implica que os principais credores da dívida pública sejam as entidades FMI e Banco Central Europeu, juntamente com a própria banca portuguesa, o que garante que não seria apenas o exterior com algo a perder. Talvez o maior argumento em detrimento da reestruturação da dívida seja o grau de exposição do sistema bancário Alemão e Francês às dívidas dos países europeus periféricos, razão pela qual a União Europeia adota uma posição oficial de intransigência.
            A outra alternativa seria o incumprimento (“default”), em que o Estado Português recusar-se-ia a honrar as suas obrigações, declarando insolvência, uma opção que deve ser posta de parte pelas suas consequências potencialmente catastróficas, particularmente a quebra no financiamento e a desvalorização do nível médio de vida, já sem mencionar as repercussões legais.
            Concluindo, a aposta na austeridade comprometendo o crescimento económico pode aplacar no curto-prazo as exigências dos credores mas irá certamente apenas maquilhar o perigo subjacente de não haver receita para reembolsar a dívida. Assim, penso que a única solução possível vai ter de passar por um perdão parcial da dívida, uma ação que depende implicitamente de uma mudança ao nível das mais altas instâncias europeias. É necessário deixar de haver duas Europas a ritmos distintos e em que o pretexto da união económica é utilizado para o favorecimento de um ciclo restrito. Tudo isto não iliba a passividade do governo português, sendo fulcral uma transformação da orientação da política económica e financeira.

Duarte Guilherme Araújo Guedes Machado

[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O Mercado dos Combustíveis em Portugal e o Incentivo às Gasolineiras “Low Cost”

Quando se toca no tema “Combustíveis”, seja relativamente aos preços praticados, seja quanto à nova legislação aplicada ou quanto à variação da cotação do petróleo nos mercados internacionais, em Portugal, gera-se imensa controvérsia quando surge alguma alteração neste assunto, ora por parte das companhias vendedoras de combustíveis, ora por parte dos cidadãos portugueses. Um facto é que este é um tema que afecta a maioria da população portuguesa. Sem combustíveis é como se a produção e, por sua vez, a economia parasse.
Ao longo dos anos, as críticas dos portugueses quanto aos preços dos combustíveis tornaram-se cada vez mais persistentes, porque, a cada passo, o preço dos combustíveis aumenta e essa tendência é maior do que a tendência de o preço diminuir, mesmo que a cotação do petróleo nos mercados internacionais tenha diminuído. Assim, nestes últimos tempos, a tendência de o preço dos mesmos aumentar tem-se tornado repetitiva: quase de semana para semana surge um novo aumento. Quando isto acontece e face ao baixo poder de compra dos portugueses, a tendência a que se assiste é a de procurar os postos de combustíveis com preços mais baixos, por isso é que muitos portugueses atravessam a fronteira para abastecer em Espanha, pois a diferença de 10 cêntimos por litro no preço do gasóleo e de 20 cêntimos na gasolina, conforme adiantou o Jornal de Negócios em Julho, têm bastante impacto no rendimento dos portugueses.
E a questão que se põe é: porque é que a Espanha consegue praticar preços mais baixos do que Portugal? A resposta a isto é a elevada carga fiscal praticada em Portugal sobre os combustíveis, seja o IVA, seja o ISP, visto que a 27 de Junho, como avançou o JN, a diferença do preço do gasóleo, sem impostos, era de 4 cêntimos por litro entre Portugal e Espanha e na gasolina era de 2 cêntimos, chegando, depois de impostos, a diferença a ser de 10 cêntimos e de 24 cêntimos por litro, respectivamente.
Significa isto que Portugal apresenta então impostos mais altos sobre os combustíveis, uma vez que, segundo o JN, de acordo com relatório da Autoridade da Concorrência quanto ao primeiro trimestre de 2012, “a carga fiscal que incide sobre os combustíveis em Portugal representa 43,8% do preço do gasóleo e 56,4% do da gasolina”. Dado isto, Portugal posiciona-se no nono lugar no “ranking” entre os 27 países da União Europeia com os preços da gasolina e do gasóleo mais elevados.1 Então porque Portugal não baixa a carga fiscal e se assemelha à Espanha, resgatando novamente a procura de combustíveis que fugiu para Espanha e que talvez aumentaria as receitas do Estado neste sector mais do que a prática de impostos elevados?
No entanto, nos últimos dias, com a apresentação do OE Português para 2013, as atenções viraram-se para a dinamização de redes de combustíveis “low cost”, referida nesse mesmo orçamento. É óbvio que o incentivo do Governo aos combustíveis “low cost” agrada a uns, mas não a outros, isto é, aumentar a oferta de combustíveis não aditivados e obrigar as grandes gasolineiras a ter 20% da oferta direccionada para este tipo de combustíveis levou o secretário-geral da APETRO a afirmar que há alguma reserva da coabitação da rede “low cost” com a existente rede de combustíveis, pois trata-se de “intromissão administrativa” e que, devido às questões operacionais, a baixa de preços de combustíveis pretendida pode não se verificar quando isto implica um aumento dos custos de operação, segundo adiantou à Renascença, sendo que a “APETRO aceita o conceito “low cost”, mas fora dos postos de abastecimentos já existentes”.2 O BES Investimento também se opõe, dizendo que isto é “negativo” para a Galp Energia, uma vez que vai “estrangular” as margens no negócio de venda directa ao público.3 Ora, não são as margens de lucro destas grandes gasolineiras já elevadas, em comparação com aqueles postos de combustíveis “low cost” já existentes que conseguem sobreviver no mercado? Se estes últimos não vissem resultados, numa altura em que toda a população tem tendência a procurá-los, já teriam fechado portas.
Deste modo, conforme disse o secretário de Estado da Energia ao Negócios, se o Estado impulsionar este tipo de oferta, muitos postos já fechados e abandonados, principalmente nas fronteiras, poderão reabrir. Isto poderá ser benéfico na medida em que pode aumentar a concorrência com Espanha, visto que muitos encerraram por isso mesmo.
Após esta medida avançada pelo Governo, é relevante perceber que as vendas dos postos de combustíveis “low cost”, como as gasolineiras dos hipermercados, representam 32,2% da quota de mercado e ainda conseguem praticar preços/litro 12,7 cêntimos mais baixos, em média, que os das 4 maiores redes, como a Galp que vende 30,1% dos combustíveis.3
Ora, concluindo, é evidente que aqueles que se encontram a lucrar com a prática de preços mais altos, alegando que isso se deve aos elevados impostos e ao preço do petróleo no mercado internacional não irão de todo concordar com a proposta do Governo, pois se isso ocorrer a tendência dos cidadãos será procurar nessas grandes gasolineiras as mangueiras “low cost”, nas quais os seus lucros serão muito menores e não é isso que os investidores pretendem. Mas se a Galp tem um posto que vende “low cost” em Setúbal, porque não pode ter em todo o país? Não é um bocado contraditório? Assim se vê que os interesses dos cidadãos também tem de ser assegurados e aqueles que, de facto, pretendem os tais combustíveis com aditivos não irão alterar a sua procura, só porque existem mangueiras com combustíveis não aditivados. Por outro lado, aqueles que pretendem os não aditivados terão incentivo a procurar essas mangueiras também nas grandes gasolineiras, por isso é o Estado deve actuar nesse sentido da obrigatoriedade de se ter pelo menos uma agulheta com combustível não aditivado nos maiores postos de combustíveis.

Clarisse Isabel Gomes Martins Costa

Bibliografia:

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

domingo, 28 de outubro de 2012

O turismo como catalisador da economia nacional

“Vá para fora cá dentro” ou “Descubra Portugal, um país que vale por mil”, são alguns dos slogans de campanhas de promoção do Turismo de Portugal que apelam à opção de escolher Portugal na hora de selecionar o destino de férias. O turismo é um setor fundamental da economia portuguesa, representando cerca de 10% do PIB e absorvendo perto de 11% do emprego. O nosso país recebe, a maior parte dos anos, mais turistas do que a população residente, que procuram não só o sol e as nossas praias mas também a gastronomia e a herança cultural e patrimonial. A ampla afluência de turistas associada à relevância estratégica deste setor, bem como as receitas proporcionadas e a mão-de-obra ocupada têm conduzido os agentes económicos a usar um agrupamento de medidas dinamizadoras no plano da oferta.           
Recentemente, o ministro da economia deu uma entrevista na qual afirmou que o setor do turismo tem de vender mais e melhor, tanto no mercado tradicional como nos novos, fortalecendo a qualidade e competitividade da oferta. A aposta na diversificação, mudança e a estimulação da cooperação no âmbito da economia peninsular compõem as bases que permitirão a partilha e convergência de estratégias que futuramente irão proporcionar o aumento da competitividade turística de Portugal e Espanha.
Contudo, Portugal já é uma das economias da zona euro que mais aproveita o setor turismo. Segundo dados do Eurostat para o ano passado, Portugal exportou cerca de 6 milhões de euros de turismo, ou seja, 3,6% do PIB nacional. Aqui estão englobadas não apenas as compras de bens e serviços feitas pelos turistas em território nacional, mas também as viagens pagas a transportadoras nacionais. Estes dados colocam Portugal na linha da frente dos países da Zona Euro que mais exporta turismo em percentagem do PIB, sendo apenas superado por Áustria, Eslovénia, Estónia, Letónia, Luxemburgo e Chipre. De salientar ainda, tendo em conta o setor exportador, o facto de mais de um décimo das exportações portuguesas virem do turismo, ficando apenas atrás de Espanha e Chipre.
O turismo pode funcionar como catalisador da economia, impulsionando a atratividade das regiões e a sua competitividade. A interligação entre o Estado e os agentes privados, na criação ou melhoria dos serviços (alojamento, restauração), é decisiva para aumento da competitividade dos destinos turísticos nacionais. Está já previsto no Orçamento de Estado do próximo ano a subida da contribuição, para o Turismo de Portugal, de 156 milhões de euros, o que permitirá uma maior aposta na diversificação da oferta, promovendo o turismo residencial e o turismo da saúde. A estimulação do turismo nacional através da promoção externa é uma das prioridades para 2013, e será direcionada para atividades de apoio às empresas na divulgação e comercialização da sua oferta. A criação de estratégias e planos que visem e fomentem o potencial de crescimento das regiões turísticas a melhorem a sua imagem a nível internacional é um desafio aliciante mas complexo, dado o retorno incerto dos investimentos efetuados. A coesão e ligação das políticas que afetem o desenvolvimento do turismo devem ser reforçadas, estreitando assim a cooperação de ambos os setores através de parcerias público-privadas, que podem ser uma das estratégias a adotar no futuro.
O crescimento deste setor vai apenas trazer vantagens ao nosso país, nomeadamente o aumento das receitas externas, a diminuição do défice da balança comercial, a valorização do património natural e cultural, e por fim e talvez a mais importante, a diminuição do desemprego.

Francisco Duarte Coelho de Moura

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Orçamento de Estado 2013 – o pesadelo dos portugueses

O Estado não conseguiu cumprir a meta do défice orçamental (4,5% do PIB) em 2012, portanto este é o principal objetivo para 2013. Após a entrega do Orçamento de Estado de 2013 à Assembleia da Republica, sabe-se que o Governo não apresentou alternativas à austeridade, ou seja, as medidas anunciadas para 2013 são semelhantes às implementadas em 2012 e continuarão a sufocar os contribuintes. O OE-2013 representa o plano de austeridade mais violento de que há memória em Portugal.
De acordo com a proposta de OE-2013, o Estado deverá reduzir os gastos com as parcerias público-privadas, deverá em concreto rever contratos, repensar a estratégia a implementar e racionalizar os investimentos das empresas públicas. Uma outra medida anunciada foi o corte na despesa com as fundações: o Governo pretende reduzir ou cessar os apoios a fundações e entidades, dessa forma poderá poupar entre 150 e 200 milhões de euros por ano (cerca de metade do financiamento concedido).
Ainda referente à despesa pública, o OE sugere que os contratados a prazo da função pública serão os principais candidatos a despedimentos no Estado, isto a par das rescisões por mútuo acordo e saída de funcionários para a reforma. No mesmo sentido, prevêem-se cortes no subsídio de desemprego, por isso o acesso a prestações sociais será dificultado e o montante diminuirá. Para os desempregados mais velhos o subsídio de desemprego deverá ser cortado e o acesso ao Rendimento Social de Inserção será mais restrito. Além disso, foi divulgada a intenção de aplicar a “contribuição extraordinária de solidariedade” que afeta pensionistas e traduz-se num corte progressivo das pensões a variar entre 3,5% a 10%.
Relativamente à receita pública temos os impostos. O IVA deverá manter-se. Será introduzida uma sobretaxa extraordinária de IRS que consiste num aumento desta taxa em 0,5 pontos percentuais comparativamente com o ano anterior. Anunciou-se a redução do número de escalões de IRS: Portugal tinha oito escalões de IRS, estes passarão a cinco (para irmos de encontro com a média da União Europeia uma vez que esta ronda os três a quatro escalões); à taxa mais alta acresce a taxa adicional de solidariedade, assim como a progressividade do imposto. Ainda referente aos impostos, o Governo propôs-se aumentar o imposto sobre o capital, o que significa um aumento na tributação de 1,5 pontos percentuais sobre dividendos, mais-valias e depósitos. Haverá, ainda, a aplicação de uma nova taxa sobre casas com valor superior a 1 milhão de euros, isto é, os imóveis cujo valor seja igual ou superior ao referido montante ficarão sujeitos a uma nova taxa em sede de imposto do selo. A esta taxa acresce o aumento do IMI e os efeitos da avaliação patrimonial em curso.
Estas são as principais medidas anunciadas. Resta saber se serão aprovadas na Assembleia da Republica. Se forem, serão uma barbaridade para os contribuintes. Para os portugueses será particularmente difícil suportar o aumento da carga fiscal, sobretudo devido ao aumento exponencial do IRS. Este é sem dúvida o maior aumento de impostos da história da democracia portuguesa e, após dois anos consecutivos de austeridade, creio que irá, em parte, eliminar a classe média da economia, despromovendo-a a classe pobre. Além disso, não é claro que esta brutalidade no aumento dos impostos garanta que os problemas financeiros do país sejam resolvidos e, consequentemente, que este seja o último aumento da carga fiscal.
As políticas propostas deveriam assemelhar-se à redução dos gastos com as PPP e fundações (poucas das boas medidas anunciadas no OE). O Governo podia ter apostado numa tentativa de renegociação da dívida, uma vez que os juros desta representam grande parte do problema português. Em suma, em vez de apostar no aumento de impostos, o OE-2013 devia incidir na redução da despesa pública.
O Governo afirmou que a recessão esperada é de 1% do PIB, todavia não penso possível crer em tal, porque as políticas anunciadas não serão por muito tempo sustentáveis. Tudo isto parece uma loucura, porém acarreta custos enormes, dos quais o Governo parece não querer saber. O povo está descontente com as medidas que têm sido tomadas e já começa a sair à rua para se manifestar. Os contribuintes deveriam ter o apoio do Estado para atravessar estes tempos tão complicados e não o invés. É o Estado quem prejudica o povo. Se o Governo continuar a promover a austeridade, penso que as manifestações começarão a ser cada vez maiores e mais frequentes, o que em nada ajuda a atual situação económica.
Por experiência recente, temos observado que austeridade conduz a mais austeridade e desgraça. Prova disso é o fraco desempenho da economia ao longo dos últimos dois anos. Assim, é de esperar que tanta política de austeridade conduza à revolta dos contribuintes agravando a recessão económica do país.

Carina Alexandra Pereira Miranda

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

A sustentabilidade de Portugal

Portugal atravessa, como todos sabemos, uma das maiores crises financeiras de sempre da nossa história, grande parte dela originada pelas más políticas de vários governos, que resultaram num endividamento externo exorbitante. Portugal habitou-se, desde muito cedo, a viver acima das suas possibilidades, gastando mais do que produz, originando uma dívida cada vez maior. Chegou a um ponto em que Portugal não tinha como auto sustentar-se, chegando a uma situação em que o país não tinha disponibilidades financeiras para cumprir com os compromissos internos básicos a curto prazo, como pagar ordenados aos funcionários públicos, reformas aos reformados, e para manter alguns serviços básicos sociais, como transportes públicos, por exemplo.
 Como consequência deste estado de falência a que Portugal chegou, em que não conseguia auto manter-se e atingindo níveis astronómicos de dívida pública, o governo viu-se obrigado a pedir um resgate externo para conseguir cumprir com os seus compromissos. Estes nossos credores, denominados por TROIKA, obrigaram Portugal a fazer ajustamentos económicos e financeiros para que pudessemos sair desta crise o mais rápido possível. Como tal, o governo tem vindo a anunciar certas medidas de austeridade, contidas no Orçamento de Estado de 2013, que caracterizará os tempos difíceis que se aproximam. Estas medidas foram criticadas praticamente por Portugal inteiro, pelo simples motivo que estas medidas (reduções de salários, de pensões, agravamento da carga fiscal, etc.) em nada ajudam Portugal a sair da situação em que se encontra. Pelo contrário, afundam ainda mais o país, o que provocou uma grande agitação social, traduzindo-se numa das maiores manifestações sociais que Portugal assistiu desde o 25 de Abril de 1974.
Pior do que ter uma grande divida externa é não ter como pagá-la. E o problema de Portugal é mesmo esse. Não produzimos suficientemente para nos conseguirmos sustentar e para podermos fazer crescer o nosso país. Como resultado, estaremos sempre dependentes de apoios externos, o que se traduzirá em austeridade constante e sem fim à vista. O nosso principal problema é exatamente o nosso modelo se sustentabilidade que não existe. Portugal não tem como sustentar-se a médio e longo prazo porque não produz, não exporta suficientemente, não temos indústria suficiente, os nossos produtos não são competitivos, não criamos riqueza suficiente, e o problema é mesmo esse.
Mais do que tudo, Portugal precisa de repensar a sua estratégia de impulsionamento económico, de arranjar maneira de pôr a economia a funcionar para criar riqueza. Só assim poderá ser novamente competitivo para proporcionar boas condições de vida em Portugal.

Nuno Maria Canelhas 

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

Portugal: um país de ouro

No atual contexto de crise económica e financeira, qualquer cidadão atento, quando passa pelas ruas do nosso país, encontra o seguinte anúncio: “Compro e vendo ouro usado”.
Na realidade, este é um facto que se tem vindo a verificar com elevada frequência e, de acordo com notícias recentes, duas novas lojas de ouro abriram, por dia, no primeiro trimestre deste ano, em Portugal. Estes acontecimentos podem ser explicados graças à apreciação da cotação do ouro, cujo preço nos mercados internacionais quintuplicou na última década.
As reservas de ouro do Banco de Portugal correspondem a 382,5 toneladas e valem, atualmente, 16300 milhões de euros, o que equivale a 7,5% da dívida pública portuguesa.
De acordo com números do WGC (Organização Internacional de Empresas do Setor do Ouro) e com base em dados do FMI, as reservas de ouro de Portugal são, atualmente, as décimas quartas maiores do mundo. No entanto, como a lista do WGC inclui as reservas do FMI e do Banco Central Europeu, em todo o mundo, só onze estados têm mais ouro do que Portugal.
De facto, é em Portugal que o ouro tem mais peso no total das reservas monetárias: 91,5%, uma vez que, na generalidade dos outros países, grande parte das reservas é constituída por divisas estrangeiras. Ironia do destino (ou não), só existe mais um país em que as reservas de ouro constituem mais de 80% das reservas monetárias: a Grécia (83,3%).
Há quem pense que, se Portugal possui tão elevadas reservas em ouro, estas poderiam ser a “salvação” do nosso país. No entanto, as coisas não funcionam dessa forma. Os acordos internacionais subscritos pelo Banco de Portugal limitam a quantidade de ouro que este pode vender, por ano. Para além disso, há outras limitações legais que impedem a utilização das reservas para pagar défices orçamentais. Contudo, como foi referido anteriormente, mesmo que o ouro pudesse ser usado diretamente para o financiamento do Estado, este teria um impacto relativamente reduzido.
Recorrendo a outras comparações, as reservas de ouro valem pouco mais de um quinto do Programa de Assistência Financeira acordado com a Troika e é também pouco superior ao valor que o Governo tenciona gastar, este ano, em despesas com pessoal da Administração Pública (15310 milhões de euros).
Ainda assim, as exportações de ouro aumentaram exponencialmente nos últimos cinco anos e esse aumento não parece dar, ainda, sinais de abrandamento. Entre Janeiro e Junho deste ano, as empresas portuguesas exportaram mais de 382 milhões de euros em ouro, segundo o INE.
Como sabemos, nos últimos dois anos, as famílias portuguesas têm sofrido consecutivas medidas de austeridade que limitaram o seu rendimento disponível. Desta forma, o preço mais elevado do ouro tornou-se um forte incentivo para as famílias que atravessam dificuldades se desfazerem das jóias que possuem.
Concluindo: o ouro continua a brilhar nos mercados internacionais e Portugal não é exceção.

Susana Cristina Moreira de Sousa

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

Competitivo ou não, eis a questão

  A competitividade de uma empresa caracteriza-se por esta possuir um produto com características e preço que se adequam às preferências dos consumidores, ou seja, ter um produto para o qual haja uma procura solvente. A competitividade da empresa advém de factores como baixos custos de produção ou então da produção de um bem com grande valor para o consumidor.
Portugal actualmente, em termos económicos, vive tempos difíceis. Para nos apercebermos da realidade em que vivemos, basta olhar para indicadores como a taxa de desemprego, a dívida pública ou o PIB, indicadores cuja sua evolução não tem sido agradável. Para salvar a economia, é necessário que Portugal seja mais competitivo.
   Recentemente, foi divulgado o Relatório da Competitividade Mundial 2012-2013, do Fórum Económico Mundial, onde se revela que Portugal é o 49º país mais competitivo do mundo. Existem sempre países piores que Portugal; vão sempre existir, mas a comparação deve ser feita com países que obtêm bons resultados, porque para sermos bons temos que mostrar ambição, querer atingir níveis de desempenho proporcionais a países mundialmente influentes.
   O povo português é agarrado ao passado, e, como tal, insiste em investir em sectores nos quais outrora o país foi competitivo, por exemplo, o sector dos têxteis. Portugal era competitivo neste sector. Neste momento, só marcas que já têm o seu espaço no mercado é que conseguem ser competitivas, ao contrário de novas empresas que tentam afirmar-se no sector. Por isso, torna-se necessário investir em algo novo, o que, num país cheio de recursos, não pode ser assim tão difícil. É necessário continuar a criar meios de interacção, fóruns, websites, em que empresários interagem com gente com espírito empreendedor, pessoas com ideias que precisam de ser financiadas e que podem gerar retornos para os envolvidos e para o país. Um caso de sucesso é a empresa Techframe, empresa que produz software de gestão de propriedade industrial e intelectual. Domina o mercado nacional e tem vários clientes internacionais, tudo isto porque não houve receio de investir num sector que requer capital humano qualificado e muita inovação.
  «Não é a espécie mais forte que sobrevive, nem a mais inteligente, mas aquela que reagir melhor às mudanças». Esta frase de Charles Darwin, na minha opinião, adequa-se àquilo que é o desafio de Portugal: avançar com ideias novas, inovar sectores, meios de produção, de forma a adaptar-se às exigências dos mercados, de forma a competir com os melhores países da União Europeia e encontrar no reforço da competitividade a solução para a crise que vivemos actualmente.


Rui Manuel Sousa Barros

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

Agências de ´Rating` – o início da crise financeira

As agências de rating surgiram com a necessidade de manter um devedor informado dos seus empréstimos durante um período de tempo, já que a população não tem meios suficientes para calcular as assimetrias de informação do mercado, que poriam em causa os seus investimentos. 
As agências avaliam a capacidade de uma empresa amortizar as suas dívidas no prazo estabelecido. Até que ponto estas avaliações são consideradas eficientes e viáveis?
 A garantia da qualidade dos rating está diretamente relacionada com a credibilidade das agências. Se as empresas continuassem a aumentar as expectativas da viabilidade destas avaliações, estas de facto iriam ser consideradas credíveis por muito mais tempo. Mas afinal como é que as agências de rating constroem a sua credibilidade?
A possibilidade de free-riding por parte de outras entidades em obter facilmente a informação reunida pelas agências conduzia uma nova emissão de informação e manutenção de investimentos antigos. As adversidades levaram à avaliação de todos os títulos e por isso a necessidade de que as agências avaliassem a maioria desses títulos no mercado.
Tal como diz João Rodrigues, investigador da Universidade de Coimbra, “ As agências de rating detêm um grande poder e são verdadeiros atores políticos. (…) Constituem uma espécie de arquitetura informacional dos mercados financeiros. Não é possível concebê-los sem elas.”
A Moody’s, Fitch e Standard têm uma grande influência numa empresa ou país na medida em que quanto melhor a avaliação de um ativo maior é a facilidade de acesso ao crédito a custos menores. Por isso, se as emissões das empresas forem consideradas de baixo risco, maior é a sua facilidade de investimento.
Antes de “rebentar” a crise financeira, as agências americanas (Moody’s, Fitch e Standard) estavam rodeadas de suspeitas quanto à eficácia de estimar a probabilidade de default, às avaliações sub-óptimas resultantes da forte intervenção do Governo, à suposta exigência de maiores pagamentos por melhores avaliações às empresas devido à obrigatoriedade da avaliação dos ativos, etc. Estes métodos de funcionamento são considerados perversos e podem gerar conflitos de interesse.
O estudo realizado pelo jornal El País confirma isso mesmo: “Existem conflitos de interesses entre os bancos e as agências de notação financeira que parecem alterar o processo de classificação. (…) As agências de rating dão classificações sistematicamente melhores aos bancos que lhes fornecem grande quantidade de negócio”
As agências de rating protegem-se através de órgãos reguladores e por isso a sua punição é inexistente. Estas usaram argumentos de que os novos produtos avaliados eram demasiado complexos e que impossibilitavam um bom julgamento, mesmo que estes tenham grande probabilidade de default.
As avaliações excessivamente otimistas levaram a que os investidores acreditassem cada vez mais nos ratings publicados, impossibilitando assim um comportamento cauteloso. As várias medidas de barreiras à entrada levaram a sérias perturbações no equilíbrio de mercado e por isso à génese de grandes problemas e ao afundamento da economia mundial.
As agências de rating contribuíram para o surgimento da crise financeira, na medida em que desempenharam um papel central na descoberta de que as empresas estavam livres de incentivos que as conduziam a comportamentos disfuncionais.

Jéssica Abreu

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

The Bulgarian Government: steps towards development

«After joining the European Union, Bulgarian government accepted many changes and is constantly trying to improve the current situation in the country.   To continue with, in order to understand the Bulgarian government better, we should explain more about it. There are 6 Parliamentary groups in Bulgaria. The main are parliamentary group of political party Gerb,  Coalation of Bulgaria, Movements for fight and freedom, Independent Members of Parliament, the Blue cCalition, and Parliamentary group of Ataka party.  At the moment the ruling power in Bulgaria is Gerb.  To continue with, Gerb is a centre-right political party established on the 13th of March 2006, and it has been the ruling party since 2009. Furthermore, the leader of Gerb is Boiko Borisov, the previous mayor of Sofia, and now Prime Minister of Bulgaria.
Moreover, during the past years under the ruling power of Gerb a lot of changes occurred in Sofia. An example is the sms parking in the city. The Blue Zone is in power since 2007, and the innovation which was adopted this year is that there is also green zone.  Blue Zone areas add up to about a third of the centre of Bulgaria’s capital city, and is more expensive than Green Zone. Moreover, citizens have the option to pay 150 leva for Blue Zone parking per a year and those living in Green Zones must pay 100 leva a year.The goal of this initiative is to reduce traffic, because if people don’t want to pay the parking for their cars they will just use the public transport. Yet another advantage is that, pollution from cars will be less.
To continue with, another move, taken by the government of Gerb is towards infrastructural improvements. These changes can be seen in the railway and water infrastructures.  To add up, under a succession of reforms, the Bulgarian rail sector has achieved some ambitious targets-stable traffic volumes and hard-won financial stability that was endorsed by investor confidence during a recent bond issurance for EUR 120 million. Furthermore, railway industry in Bulgaria has never been better positioned to move forward.
A goal for the ruling power in Bulgaria is to make the city more a better tourist destination. They want to attract more visitors from foreign countries, because that would have positive effect on the development of the whole economy. One step toward this is the release of the metro lines all over Sofia. Therefore, the metro includes a link to the central main-line railway station. The line, which has 11 stations, brings the total of Sofia’s metro rail network to 27 stations and 31 kilometers. The line can carry 130 000 passengers a day on 18 new energy-saving trains. In addition, about 476 million euro have been invested by European Union funds, and as a result that leads to a more pleasant urban life for citizens of Sofia. The new metro line will also help to modernise Sofia’s transportation system, in line with its recent economic and demographic growth, while allowing the city to further fulfil its potential.
Another change that had been accepted a few years ago was that one of the main streets in the centre of Sofia: Vitoshka was closed for vehicles. That is a wonderful idea because coffees and restaurants are full of people, others prefer to walk or relax. That enables people to feel better at the place they live, and gives them the chance to forget about the worries of everyday life, and just enjoy the little things.
To conclude, in my view, changes are the best strategy to improve living conditions and economic situation. Bulgarian politicians try to make life for citizens better in any way they can and, as we see it, there are constantly new changes applied because the place where we live shouldn’t be just our residence but also our home.

Sania Nikolova

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Cartões de crédito: o problema de muitas famílias

             A crise económica e financeira está a levar muitos portugueses ao descontrolo, ou seja, a procurar uma solução no endividamento. Muitas famílias deparam-se com créditos que contraíram e que agora não têm possibilidade de liquidar, surgindo o problema dos juros (ou seja, o “mal dos males”).
            Uma forma de endividamento é através dos cartões de crédito. Estes oferecem um método de pagamento conveniente e seguro, para além de serem uma forma de obter um empréstimo pessoal de curta duração. A grande vantagem deste tipo de cartões é que, quando acordado com o banco, a pessoa pode estipular uma data para entrega do valor creditado a 100%, evitando, por isso, o pagamento dos juros. No entanto, quando não se consegue liquidar totalmente o valor do crédito pode surgir um grave problema e, quanto menor a prestação, maiores são os juros.
            Uma outra vantagem dos cartões de crédito é que permitem fazer compras em todo o Mundo, uma vez que são o método de pagamento mais aceite, inclusivamente na internet, em sites portugueses e estrangeiros. O problema surge quando este se torna o método de pagamento mais habitual. A tendência é para que as pessoas não se apercebam do dinheiro que estão a gastar, ficando endividadas, sem que houvesse necessidade para tal.
            Um estudo realizado pela MasterCard mostra que se um individuo utilizar apenas notas e moedas, durante um mês, vai ter uma noção mais precisa dos seus hábitos de compra e do valor do dinheiro. No final de um mês, se este comparar os gastos aquando da utilização do cartão de crédito, posteriormente irá reparar que poupou cerca de 15% e, apesar de não ser necessariamente uma pessoa mais feliz, será uma pessoa mais rica.
            Em 2010, o cartão de crédito chegou a 32,4% da população, no entanto, apenas 62,3% dos consumidores admitiram utilizá-lo regularmente, um número que tem vindo a diminuir desde 2008 – altura em que 74,7% afirmava recorrer ao cartão de crédito para efetuar pagamentos. O recurso menos frequente deve-se, em parte, a uma maior racionalidade, tanto por parte dos consumidores como por parte das políticas bancárias. Apesar disto, o número de créditos malparados continua a aumentar de dia para dia, uma vez que as pessoas vêem o seu rendimento diminuir e as despesas a aumentar, não conseguindo pagar a prestação da dívida que contraíram e até, pelo contrário, vêem a divida a aumentar em consequência dos juros. Infelizmente, esta é uma realidade de muitas famílias portuguesas, que hoje em dia davam tudo para voltar atrás nas suas decisões.
            Um outro problema que surge, para além do endividamento, é ter o nome no Banco de Portugal. Este utiliza a Central de Responsabilidades de Crédito (CRC) como instrumento que permite verificar muito simplesmente se uma pessoa já contraiu algum crédito, e se tem a capacidade de pagar um novo crédito. Assim sendo, uma pessoa com um histórico no Banco Central pode não voltar a conseguir financiar-se um dia em que não tenha outra solução, uma vez que fica proibido de utilizar os cartões de crédito.
            Concluindo, o essencial quando uma pessoa começa a sentir dificuldades financeiras, é não deixar que a situação piore, ou seja, nunca fazer um crédito para pagar uma dívida pré-existente. Assim sendo, numa situação de aperto, o que se deve fazer é consolidar os empréstimos e tentar renegociar os prazos de reembolso. Não existem milagres para a falta de dinheiro e um crédito para acabar com outro crédito está muito longe de ser a solução correta!

Flávia Sofia Almeida da Silva

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

(Re)começar Portugal?

No passado dia 3 de Outubro, o Ministro das Finanças, Vítor Gaspar, veio a público anunciar mais um “pacote” de medidas de austeridade. No decorrer do anúncio, Vítor Gaspar disse que apesar de Portugal estar no bom caminho para a recuperação económica necessita, ainda assim, de antecipar as medidas previstas para 2013 com o objectivo de cumprir os limites do défice (revistos no início de Setembro de 2012) acordados para o ano de 2012 com a Comissão Europeia (CE), o Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI), isto é, a Troika que todos nós conhecemos.
Desde que a Troika e o Governo acordaram um plano de resgate estrutural, os sacrifícios foram sempre impostos aos cidadãos portugueses em primeira instância.
Os portugueses têm sido confrontados com a obrigação de ajustar os seus níveis de consumo e, como é claro neste ponto, as medidas de austeridade estão a diminuir em grande escala o nosso poder de compra tornando, assim, óbvio o abrandamento das importações. Impõe-se, por sua vez, a manutenção ou até mesmo o aumento do nível das exportações para que as indústrias consigam resistir à crise. O tecido empresarial português sente-se, mais do que nunca, obrigado a aumentar a concorrência, assim como a inovar os seus processos produtivos. Pode verificar-se, portanto, que as medidas beneficiaram o mercado português, isto é, aumentou-se a concorrência e a melhoria dos processos produtivos, o que por sua vez leva a uma diminuição dos custos e preços de venda ao público.
Sendo assim, porque continua o povo português em condições tão precárias se as medidas beneficiam o país?
As medidas até poderiam beneficiar o país se a carga fiscal não incidisse no preço de venda dos produtos, assim como nos rendimentos dos trabalhadores (que perderam direitos adquiridos ao longo dos anos com muito sacrifício, o que acho inaceitável). Isto porque se as empresas diminuem os custos e aumentam os impostos sobre os produtos, os preços não poderão diminuir; com sorte, os preços irão manter-se.
Dentro do previsto, Portugal está a cumprir com as metas traçadas... Até o próprio governo acredita num potencial regresso de Portugal aos mercados de emissão de dívida em Junho de 2014, momento em que a Troika abandona o país. Não se consegue compreender o porquê de mais medidas de austeridade se tudo corre de feição.
Não falando dos compadrios que sempre irão existir, exige-se que o governo reduza os seus gastos e que não aumente as receitas à custa dos trabalhadores que trabalham diariamente e que não conseguem usufruir da totalidade do seu salário.
A Segurança Social é algo que também começa a dar que pensar às famílias portuguesas. Actualmente, o número de desempregados está a atravessar um crescimento exponencial, passando dos 8% em 2007 (ano em que a crise financeira começou) para os 16% previstos em 2012, isto representa um aumento de 100% do desemprego em Portugal nos últimos 5 anos. Desta forma, conjugando os valores dos subsídios atribuídos aos desempregados, aos funcionários públicos (que representam 21% dos gastos totais do estado) e dos aposentados, como será possível aguentarmos?
Como será possível um país resistir com tantas famílias a depender do Governo?
Pois bem, acho que chegamos ao ponto de viragem. Portugal está completamente do avesso e ninguém tem coragem de tomar uma medida. Os Deputados da Assembleia da República, que deveriam defender os interesses dos cidadãos nacionais, preocupam-se apenas com o seu bem-estar indo jogar golf com tudo pago pelo Governo. O Presidente da República refugia-se no seu poder para não destituir um Governo que já não consegue fazer mais nada. Quanto ao Primeiro-Ministro não tem pulso nas suas decisões e passa o tempo em avanços e recuos relativamente às medidas a aplicar.
Assim sendo, posso concluir que Portugal deveria parar para pensar. As coisas estão mal e não o podemos negar. Se assim é, porque é que não se constrói um país de novo em vez de se tentar remediar o que está mal?

Fátima Raquel Sampaio

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Segundo o FMI, a austeridade tem um efeito pior do que previsto

O FMI decobriu que a austeridade tem um efeito pior do que previsto nas economias europeias. Constatou que o que tinha preconizado nem sempre estava adequado às situações, e isso devido a uma subestimação dos multiplicadores fiscais.

Segundo Keynes, a austeridade orçamental (redução das despesas públicas) ou fiscal (aumento dos impostos) é negativa para o crescimento. E as medidas contrárias (redução dos impostos ou aumento das despesas) favorecem-no.
A relação entre a intervenção orçamental e fiscal do Estado e o crescimento é chamado o “multiplicador”.

Até hoje, o FMI considerava que para as economias avançadas, este multiplicador era de 0,5, mas estima agora que esta avaliação estava errada e que este estaria situado entre 0,9 e 1,7. Portanto, se um Estado aumenta os seus impostos ou reduz suas despesas no equivalente a 1% do PIB, o impacto no crescimento situar-se-á entre 0,9 e 1,7 pontos, dependendo da conjuntura.

Se este estudo do FMI estiver correcto, o facto de se realizar  uma política de austeridade em período de crise é completamente absurdo. Reduzir o défice orçamental na base de um multiplicador de 0,5 pode ser uma opção eficaz, mas se na realidade este multiplicador for de 1,7 uma política de austeridade só pode ser ineficaz. Por exemplo, com um multiplicador de 0,5, um aumento de 10€ nos impostos (ou de redução nas despesas) equivale a uma perda de 5€ para o crescimento. Portanto, com um multiplicador de 1,7 esta perda seria superior aos ganhos feitos com esse aumento e a redução do défice seria nula. Isto provocaria recessão, e teria consequências dramáticas em termos de desemprego. Isto verifica-se neste momento na Espanha. Apesar dos esforços orçamentais feitos, o défice público continua por volta dos 8% e a taxa de desemprego já atingiu os 25%.

Laure-Sophie Freitas

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

Queda drástica no consumo

O Consumismo em Portugal tem-se vindo a verificar como uma atitude de consumir produtos ou serviços de forma pouco ponderada, devido à influência exercida pela publicidade nos indivíduos, isto é, o consumo pelo consumo domina o quotidiano da maior parte das famílias portuguesas que adquirem, em períodos de crise, bens de que não necessitam só porque outros os têm.
Contudo, os portugueses estão a consumir menos e não apenas porque vêem o seu rendimento a diminuir. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), nos primeiros seis meses do ano, o consumo das famílias diminui 3,4% e o rendimento bruto disponível diminui 1,4%, em comparação com igual período de 2011. Então, com estes dados, verificamos que a queda do consumo português foi duas vezes superior à queda do rendimento. Assim, parte deste rendimento não gasto serviu para aumentar a poupança das famílias, que aumentou 1,8%, em comparação com o mesmo período do ano passado. E, no caso português, a poupança não é uma prática recorrente para a maioria dos indivíduos e assim poderíamos dizer que estes acontecimentos seriam bons indicadores para o Governo, uma vez que um dos principais objectivos do programa de ajustamento português era reduzir o consumo e o endividamento das famílias.
No entanto, esta redução drástica no consumo deitou abaixo as previsões oficiais e surpreendeu o governo, já que este dizia “que os portugueses têm vivido acima das suas possibilidades”, acabando por prejudicar claramente a receita fiscal. O primeiro ministro Pedro Passos Coelho admitiu em entrevista a RTP que “ A poupança cresceu ao longo deste ano a uma dimensão que não esperávamos” e ainda referiu que “o que se passou é que muita gente, por receio ou por precaução, tinha dinheiro para gastar e não gastou. As pessoas podiam ter comprado automóveis! Tem um efeito positivo. Saiu menos dinheiro do país. Mas as receitas fiscais baixaram”. O ajustamento do consumo das famílias tem sido um dos principais factores por trás do aperto do mercado internacional interno. O consumo privado, em Portugal, vale, aproximadamente, 67% da criação de riqueza e, no acumulado de 2011 e 2012, caiu quase 10%.
A quebra no consumo foi generalizada, porém aplicou-se essencialmente aos bens duradouros (exemplo: compra de casa, automóveis), com uma descida homóloga de 22,3% no segundo trimestre do ano, enquanto que o consumo de bens não-duradouros diminui 5,2% (fonte dos dados: INE).
Em suma, sendo Portugal um país onde há muitos consumidores inconscientes, com esta crise o Governo tinha de resolver o problema de alguma forma. Contudo, o consumo não devia ter caído tão drasticamente como aconteceu pois, como referiu Adam Smith, “O consumo é a única finalidade e o único propósito de toda produção”, ou seja, para a economia se desenvolver e crescer é preciso produzir mas, para produzir, é preciso consumir.

Cristiana Manuela da Silva Coelho

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

Romania’s External Debt

During the financial crisis, many of the national economies have seek financial support from their governments or from foreign creditors, which means an increase in expenses, loans and, in most of the cases, the increase of national debt.
The external debt of a country is the sum of money a state is indebted to pay creditors from another country and it doesn’t only include their governmental debt, but also the one that corporations and people have towards entities outside their resident country. Romania’s external debt is about 36% of its GDP, with an external debt of 98.240 billion euros at the end of July, having decreased 185 million euros since the end of 2011.
The governor of the National Romanian Bank (NRB), Mugur Isarescu, declared that the external debt of Romania is due, mainly, to the useless indebting of the population by taking credits and leasing cars. The NRB governor mentioned that the population should realize that they are responsible for Romania’s external debt. For our country, it is important that the contracted external loans are used for the development of economy and public services substructure and for the achievement of an long-term economic growth, and not for expenditures, because this way the state can create the necessary monetary resources needed for gradually paying the debt.
In the economic balance, a special place is occupied by the financial equilibrium, a part of witch is the public financial balance, represented by the agreement between the state’s financial needs (public expenditures) and it’s financial sources (public incomes). This equilibrium cannot be reduced only to a simple  comparison and equality of income and expenditures, because it is the result of different factors underlying the establishment and use of financial resources and it is made in certain social and economic conditions.
The public financial imbalance is the result of high public resources demand, comparing to the funds that can be established by the state itself, this gap representing the budget deficit. The public budget deficit, resulting from the budget imbalance, comes upon one state’s investment capacity, the reason why we can’t cover it neither with monetary emissions nor by using the public credit. The public debt is strongly related to the financial intervention of the state in economy, which deals with: creating public capital, stimulating investment, increasing the labor force occupation, etc.
The external debt occurs because of some specific characteristics of the countries. In countries that are still growing, mainly, investments are superior to economies, because the need of technological equipment is very big, whilst the economies of different economic agents (population, enterprises, state) don’t prove themselves worthy of it.  Because of the fact that public credit means using internal economies (both private and the ones of the enterprises) or contracting external debts, the solution found is that of contracting external debts.
The need to contract external credits under the condition of insufficient internal financial funds is generated by the necessity of supporting some developing programs, investments, through which the development of national economy, the economic growth and the improvements in the wealth of the population are being realized.
The payment balance is of great significance to one country’s economy. If this balance is negative, it is being underlined the fact that the respective economy consumes and invests more than it produces. To finance the consume and the supplementary investments it is needed to seek help in external credits. These do not contribute to the economic growth, as they are used to finance unproductive activities or to counterbalance the excessive capital exports. In fact, in this case, the respective loans could even aggravate the pressure that is being exercised on the budget operations of public administration and on the payment balance. As so, an inefficient using of foreign capital entrances can lead, in the end, to the debt crisis.
Economically speaking, it is very important that external loans are used, mainly, to finance investment expenses, because this is the way that economical progress and growth is realized.
In the first six months of this year, Romania’s total external debt raises up to 99.040 billions euro. At the end of 2011, Romania’s external debt was 98.425 billion euros, according to RNB (Romania National Bank). Medium and long term debt is 79.6% of the total external debt of Romania in the period mentioned before, while the short-term debt is 20.4%. At the end of July, the short-term debt of Romania summed up 20.051 billion euros, having decreased by 12.2% since the end of 2011, when it was 22.828 billion euros. The medium and long term debt reached, in July 31st 2012, 78.189 billion euros, increasing by 3.4% since the end of 2011, when it was 75.597 billion euros.
The direct public debt, which includes external loans contracted directly by the Minister of Finance and the local authorities, increased in the first seven months in comparison to the end of 2011, up to 21.017 billion euros compared to 19.571 billion euros, while the external debt that is publicly guaranteed decreased to 1.388 billion euros , down from 1.509 billion euros. The external debt not guaranteed publicly raised to 37.562 billion euros, having before been of 35.796 billion euros at the end of 2011. The deposits of nonresidents constituted on a long and medium term in Romania decreased to 7.625 billion euros, down from 8.490 billion euros at 31st December 2011.
The loans from the International Monetary Fund (IMF) – based on the stand-by agreement with Romania, excluding the amount received from the Minister of Public Finance (MPF) from the IMF – summed up to 10.597 billion euros by the end of July, in comparison to 10.231 billion euros at the end of last year, according to the central bank.
The external debt service rate on medium and long term was of 27.5 % in the period between January and July 2012, compared to 28.3% in 2011. The coverage was 7.5 months of goods and services import at 31st of July 2012, compared with the one registered at 31st December 2011.

Radu Sarpe

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

Unemployment alert

Unfortunately for the new member states, especially Romania and Bulgaria, the year 2007 wasn’t just the year of the last extension of the EU, but it also meant the start of the global crisis. Although the crisis affected in different ways, it affected all EU states, the financial and the real economy areas, both the rich and the poor states of the EU.
In a Europe that took pride in its market’s social economy, the concern regarding the evolutions on the labor market got bigger. On the 28th of September the authorities in Bruxelles made public all the data referring to the level of unemployment in the EU states and how the data changed in the first semester of 2012. Obviously, the fact that most of the important European economies have literally reached their lowest point regarding the economic and financial points of views in 2012, were of no help at all to the labor market. The total number of unemployed people in all the 27 member states of the EU has reached a level never seen before: 25.3 million people. The unemployment rate in the Euro Zone has reached, judging from the bulletins of the European Committee, a new top level (11.4%). Furthermore, the tendencies are considered to be worthy of concern, regarding that in 17 out of 27 member states the unemployment rate has increased. Methodologically speaking, that determining of the unemployment rate by Eurostat is done, starting the definition recommended by ILO (International Labor Organization). According to this definition, an unemployed person is any person between 15 and 74 years old who doesn’t have a job, is available for employment in the next 2 weeks and has actively looked for a workplace in the last 4 weeks. The unemployment rate is determined as a percentage ratio between the number of unemployed people and the active population. Eurostat judges active population as the employed people together with unemployed people.
What is the cause of this? There are a lot of them. The economical growth rate, along with a high work productivity, is not anymore capable of creating new work places, so as to assure a full occupation. The technical progress, on the short term, is the cause of unemployment, more or less, strongly related to the financial ability of countries to assimilate everything scientific research comes up with. The economical crisis, to which we can refer to as decreases or stagnations in the economical activity, is increasing the number of unemployed people, and their integration, in the boom period, can be at a low rate. The changes in the structure of economic sectors, under the impact of diversity in the goods request, of the economical crisis, inevitably lead, on the long run, to a decrease in the request of a job.
In Romania, unemployment has its roots, partially, in the changes in the structure of the national economy, in what concerns the efficiency rate, in order to adapt to a competitive environment. The immigration of a part of the active population in order to seek employment in different countries will increase the offer of labor force inside those states. Emigration has an opposite effect, that of decreasing the labor force in the resident country.
The consequences of unemployment are:
- Nationally speaking, the exclusion of some part of the labor force influences the dynamic of the GDP, meaning that the training, the qualifying of the unemployed necessitated expenses from both the person and the society, expenses which are not to be recovered in the case of long term unemployment.
               -Judging from the person-family point of view, the labor force weakens and it becomes harder to find a job. A great role is the one that the moral and mental status has, which affects the person becoming unemployed in a larger amount than he is affected by the economical side.
In comparison with the rest of the EU states, Romania is in a pretty good position – 7th place out of 27 countries and an unemployment rate of just 7.1%, more than 3 times less than the European maximum rate, something that should bring happiness to the country. Our concern is due to understanding the fact that imbalance on the labor market in Romania has different ways of behaving. It can be reflected in structural aspects (the unemployed people working in the agricultural area, the great number of pensioners, the great number of emigrants), which makes unemployment in Romania to be much harder to deal with. The number of unemployed people (aged from 15 to 74 years old), estimated for June 2012 is of 735.000 people, decreasing in comparison to the month before ( 744.000) and increasing compared to the same month from the year before (725.000). The unemployment rate among males is of 8.6%, while the one among females is of 6.4%. For adults (25-74 years old), the unemployment rate was estimated at 6.1% in June 2012 (7% of which were men, while 4.9% were women). The number of unemployed people aged between 25 and 74 years old accounts 73.1% of the total number of unemployed people estimated for June 2012.
There are some measures that should be taken in order to deal with unemployment in the EU states. Firstly, coming up with solutions for creating new work places by giving grants to the ones that do, by replacing taxes related to labor force with environmental taxes. Secondly, the exploitation of the huge potential of creating work places represented by the green economy, an area where 20 mil jobs should be created by 2020. Thirdly, the improvement of the health labor work. One last solution could be  supporting highly qualified labor force in the IT domain and the boost to acquire digital skills within the labor force. In Romania, unemployment rate can be decreased by increasing investments and creating modern structures within this area, rational fares and increasing the revenues of the economic agents and of the country itself.
These measures need financial support. Lately, EU announced that it will allocate 2.7 billion euro out of the structural funds to help fight unemployment, after it had already allocated 7.3 billion euro. This money prioritizes in fighting against unemployment within youngsters, which has reached unimaginable rate. The great imbalance in the youth labor force is due not only to the lack of jobs, but also the lack of professional training, which is the main cause why economic agents have doubts whether to hire young people or not. Among youngsters, unemployed also occurs because of their tendency to look for better paid jobs, which slows them from actively integrating. The unemployment among youth people in the EU reached 22.5% in July, and in Romania it has a rate of 25%.
Yet, what happens with the ones not registered? Or with the huge number of those not receiving unemployment benefits anymore? In other words, if we counted them as well, one way or another, the unemployment rate would be much bigger.

Maria-Alexandra Iftene 

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]