Ao
longo dos últimos anos, as notícias acerca da expansão do setor do calçado em
Portugal são um tema recorrente. A indústria do calçado tem vindo a apresentar
um forte desenvolvimento nas últimas décadas, sendo este resultado da
integração de Portugal no espaço europeu e o consequente acesso a um mercado
maior.
Segundo a APICCAPS (Associação
Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus
Sucedâneos), no ano de 2016, a produção de pares de calçado foi de 82 milhões,
sendo que esta produção foi possível com um conjunto de 39 mil trabalhadores. O
calçado produzido em couro, tanto para homem como para mulher, representou dois
terços da produção de pares. Ainda neste ano, a produção de pares de calçado
aumentou 4, correspondendo ao valor mais elevado obtido durante a última
década.
Em Portugal, o calçado em couro
representa 90% das exportações de calçado, tendo como principais países de
destino França, Alemanha, Espanha, Holanda e Reino Unido. Por outro lado, as
importações relacionadas com o calçado centram-se, sobretudo, em materiais
têxteis e plásticos, cujos principais parceiros são a Espanha e a China. A
APICCAPS afirma também que, em 2016, o consumo de calçado em Portugal aumentou
e atingiu o seu máximo, sendo este de 57 milhões de pares.
Relativamente ao emprego e produção na
indústria do calçado, segundo a APICCAPS, estes dois componentes estão diretamente
relacionados, isto porque quando se regista um aumento no emprego regista-se um
aumento na produção, e vice-versa.
Apesar desta evolução positiva do setor
do calçado,m há que realçar que a Ásia é uma forte concorrente, uma vez que é
responsável por 87% da produção, sendo que só a China é responsável por 60% da mesma.
Após terem sido expostos vários dados
acerca da indústria do calçado, é importante ainda referir que nos últimos
tempos este setor tem sido alvo de várias notícias, sendo que as mais recentes
mencionam o facto desta ser “a indústria mais sexy da europa”. Esta notícia
confirma aquilo que se pode encontrar no sítio da APICCAPS. Segundo esta
associação, esta é a indústria mais sexy
da Europa, uma vez que o calçado português é moderno, jovem, sexy e consegue combinar a tradição com
as tecnologias de ponta e o “know-how”
com o melhor design.
Assim sendo, é de destacar que o
presidente da APICCAPS, o empresário e designer
Luís Onofre, afirma que a indústria do calçado precisa de pessoas jovens e que
é necessário mostrar aos mais novos que a indústria se renovou e que tem uma
visão mais direcionada para o futuro.
Posto isto, é de salientar que a
APICCAPS tem direcionado a sua estratégia para o mercado internacional e, por
isso, apostado em programas de apoio à participação em feiras e na formação do
capital humano que tem disponível. Ou seja, tem-se focado em trabalhadores com
melhores e mais capacidades. O número de trabalhadores qualificados aumentos de
28% para 57%.
A
meu ver, é necessário que se continue a apostar na indústria do calçado, sendo
também fundamental que a APICCAPS continue a promover a participação das
empresas portuguesas em feiras, como meio de dar a conhecer os produtos
nacionais. Estas medidas aliadas à formação contínua dos trabalhadores são
pontos fulcrais não só para atingir a meta da “formação ao longo da vida”, mas
também porque só assim conseguiremos acompanhar o mercado internacional e, desta
forma, chegar ao topo.
Ana Carolina da Silva Ferreira
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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