Como é sabido por todos
nós, a população portuguesa e, de um modo mais geral, a população Europeia tem
vindo a envelhecer cada vez mais rapidamente. O aumento do envelhecimento está
associado a uma diminuição da taxa de mortalidade, isto é, a um aumento da
Esperança Média de Vida (EMV), a uma diminuição da taxa de natalidade e também,
no caso português, à saída de jovens para o estrangeiro.
A
EMV tem vindo a aumentar devido aos avanços científicos e tecnológicos que
fizeram, entre outras coisas, com que o Sistema Nacional de Saúde (SNS)
melhorasse e, consequentemente, que a condição de vida das populações também
ficasse melhor. Relativamente à diminuição da taxa de natalidade, a emancipação
da mulher, o facto de as mulheres quererem estudar, progredir nas carreiras e
terem uma maior concretização a nível profissional, fez com que colocassem a
maternidade num segundo plano.
Um
político português, há algum tempo, propôs como solução para a redução do
desemprego a saída de jovens para o estrangeiro (emigração), no entanto isto
será uma solução ou um problema? Os jovens, com a sua saída, fazem com que a
população ativa diminua, o que, por sua vez, faz com que as contribuições para
a Segurança Social também diminuam. O Sistema de Segurança Social é um sistema
de repartição onde é a população ativa que paga as pensões e reformas da
população envelhecida. O problema é que cada vez mais a população com idade de
reforma é maior, enquanto que a população ativa é menor. Isto significa que há
mais pessoas a usufruir de pensões da Segurança Social do que pessoas a pagar
impostos para a mesma, tornando-se o sistema insustentável.
Que
soluções se podem apontar para este problema? A nível Europeu, constata-se que
a forte aposta dos governos tem sido o aumento da natalidade, dado que em
muitos países são fornecidos subsídios às famílias para que estas tenham mais
filhos. Há ainda quem defenda que para se conseguir sustentar este sistema é
necessário estimular a vinda de jovens para o país, criar condições para que os
jovens se interessem pelo país, consigam um emprego e passem a integrar a
população ativa, contribuindo assim para a Segurança Social desse mesmo país.
Como estudante de economia, poderia
dizer que a passagem da Segurança Social para um sistema de capitalização seria
uma boa opção, tal como Fernando Alexandre sugere num artigo escrito para o
Expresso. Neste sistema, as pessoas passariam a pagar a sua própria reforma e
aquilo que contribuem seria guardado para o seu futuro. O problema é que isto
seria algo que levaria anos a ser implementado e que teria imensos prejuízos
iniciais. O que aconteceria às pessoas que estão atualmente a receber as
reformas? Elas pagaram as contribuições e estas foram canalizadas para as pensões
dos outros (atuais pensionistas) e agora com esta mudança como pagariam as suas
reformas? Assim, analisando bem os prós e contras desta medida, na minha
opinião esta não é a melhor solução devido aos elevados custos de transição
inerentes.
Segundo as Nações Unidas, Portugal será em 2050 o quarto país mais
envelhecido do mundo, com cerca de 40% da população acima dos 60
anos. A ONU estima que dentro de meio século haverá mais idosos do que jovens
não só em Portugal como em todo o mundo. Posto isto, para mim, em Portugal
dever-se-ia dar mais incentivos aos casais para ter filhos, como, por exemplo,
ter a possibilidade de se reformarem alguns anos antes do ano estipulado para a
reforma aos pais com pelo menos 3 filhos, permitir às pessoas que não sentem necessidade
de se reformar aos 66 poderem ficar a exercer outro tipo de funções nas
empresas como, por exemplo, transmissão de conhecimentos aos mais novos,
continuando assim a pertencer à população ativa.
Marisa Isabel Martins
Cabral
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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