Num mundo em constante
mudança, determinados momentos marcaram a evolução e o crescimento tecnológico
para chegar à realidade que atualmente conhecemos. De extrema importância nesse
processo foram, na minha opinião, as revoluções industriais. A primeira deu-se
no século XVIII, com a transição de diversos processos de produção, que
passaram a ser realizados com recurso a máquinas em vez de métodos artesanais.
Atualmente, estamos a passar pela quarta revolução
industrial, a Inteligência Artificial (IA). Define-se como IA o ramo da ciência
da computação responsável pela elaboração de dispositivos que simulem a
capacidade humana de raciocinar, perceber, tomar decisões e resolver problemas.
Em suma, a IA não é mais do que uma forma de inteligência similar à humana
exibida por mecanismos de software.
Os chatbots de
aplicações, como o Messenger do
Facebook, os robôs que ajudam nos aeroportos, as máquinas que permitem
encomendar ou receber comida nos restaurantes sem a interação com humanos ou os
carros que se conduzem sozinhos, tudo isto são exemplos de Inteligência
Artificial. Apesar de todos as consequências positivas que este avanço
tecnológico, a meu ver, traz, quais serão os impactos de longo prazo no mercado
de trabalho? De acordo com uma previsão do Fórum Económico Mundial, a IA será
responsável pelo desaparecimento de cinco milhões de postos de trabalho até
2020, num grupo de 15 países desenvolvidos e emergentes. Contudo, um estudo da consultora
Gartner, Predicts 2018:AI and the Future
of Work, conclui que a IA irá criar mais empregos do que aqueles que
destruirá no médio prazo, tendo, nesta perspetiva, efeitos mais positivos no mercado
de trabalho do que negativos.
Na minha opinião, é fácil perceber quais as vantagens
associadas à IA, na medida em que podem tornar os processos de produção e
automação, especialmente se forem repetitivos, mais rápidos e eficientes, bem
como menos propensos ao erro. Podem, também, se usados para isso, ser instrumentos
de auxílio ao ser humano em vez de substituição direta, possibilitando, desta
forma, a especialização dos humanos onde estes são realmente necessários.
Tomemos como exemplo uma loja. Enquanto que empregos de caixa podem ser
facilmente substituídos, com os vendedores isso não acontecerá com tanta
facilidade, uma vez que muitas pessoas preferem o contacto humano no
atendimento.
Porém, nem tudo é positivo. Para além da perda de milhões de
postos de trabalho (de acordo com o Fórum Económico Mundial), a IA pode, a meu
ver, ter também um impacto negativo ao nível dos relacionamentos das pessoas e
na forma como estas interagem com a sociedade. Estas consequências são
imprevisíveis, uma vez que ainda não se sabe ao certo de que forma a IA irá
interferir neste aspeto da vida das pessoas. O risco de superação da
inteligência humana também é um fator preocupante relativamente à IA, dado que,
nessa circunstância, a incerteza é grande. Stephen Hawking defende, desde há
algum tempo, que a IA pode mesmo acabar com a humanidade da forma que a
conhecemos.
Assim, penso que a inteligência artificial é uma ferramenta
que, se usada da melhor forma, pode ter um impacto positivo de grandes
dimensões na economia, uma vez que pode ser a grande responsável pelo aumento
da produtividade das empresas. Contudo, pode levar a consideráveis perdas de
postos de trabalho, o que pode ter consequências nefastas no mercado de
trabalho.
Liliana
Gestosa
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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