terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Coesão Económica na União Europeia

          Na semana anterior, os membros do Parlamento Europeu, da Comissão Europeia e do Conselho Europeu chegaram a um consenso sobre o rumo do Plano Juncker e decidiram aumentar o Fundo Europeu para Investimento Estratégico para os 500 mil milhões de euros. À luz desta notícia, decidi dar a minha opinião sobre o assunto enquanto concilio alguns conceitos abordados nos meus estudos.
         No tratado de Maastricht, em 1991, foi implementado um dos grandes pilares da União Europeia: a criação de uma união monetária. A moeda única não só nos permite excluir da equação os custos de conversão mas também os riscos cambiais. Mas existe uma problemática associada a estes benefícios que será a dificuldade por parte do Banco Central Europeu conduzir uma política monetária adequada a todos os países na presença de choques assimétricos (diferentes de país para país). Para acabar com este problema é necessário que exista uma convergência a nível económico, para se chegar a uma área monetária ótima, uma área onde uma moeda única é solução deveras mais eficiente, onde as oportunidades proporcionadas pela moeda sejam superiores aos custos provenientes da perda de independência.
         É por estas razões que iniciativas como o Plano Juncker são essenciais. No caso de Portugal, já foram financiados mais de 1,209 mil milhões de euros, o que financiou 15 projetos nas áreas das infraestruturas e inovação e 7 acordos com intermediários financeiros que beneficiaram 1314 pequenas e médias empresas e “startups”. Além disto, os fundos são direcionados para áreas da economia com pouco apoio, como é o caso do ambiente, a energia e os transportes. Ao fazer isto, não só se tornam mais atrativos os setores ao investimento como também se eliminam barreiras ao desenvolvimento.  
         Este crescimento não é superficial, é intrínseco, e pode ser o “empurrão” que Portugal precisa para voltar ao caminho da prosperidade e talvez, até, a coesão que traz pode levar a que a Europa volte ao caminho certo. Não existem “desculpas” para Portugal ficar atrás dos seus companheiros europeus com tantas oportunidades para crescer.
        
Adriano Lopes

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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