A utilização de energias
renováveis é uma ação cada vez mais aplaudida e requerida na comunidade
europeia, sendo que existem metas e políticas, em termos ambientais, que só
podem ser atingidas através da sua instalação pelos diversos países europeus.
No entanto, os efeitos não têm sido apenas ambientais, no que diz respeito a
Portugal, mas também financeiros, segundo a Associação Portuguesa de Energias
Renováveis (APREN). Entre 2010 e 2016, a produção de eletricidade através de
energias renováveis resultou em poupanças de 265 milhões de euros, originando
38 milhões de euros de poupanças por ano, visto que Portugal não é rico em
combustíveis fósseis e como tal contribuiu para uma menor dependência
energética.
A eletricidade gerada
através de energias renováveis no “Mercado Ibérico de Eletricidade” (MIBEL) conduziu
a uma redução dos preços “grossistas” de eletricidade, o que é comprovado pela
diferença de preço no dia 1 de janeiro de 2016, com (44,75 euros) e sem (63,44
euros) energia renovável a ser utilizada, ou seja, evidencia a existência de
uma queda de 18,69 euros, aproximadamente. António Sá da Costa, presidente da
APREN, afirma que “as energias renováveis não foram um custo para o consumidor,
foram pelo contrário, um benefício para os mesmos”. Para além disso, o estudo
dirigido pela APREN relata que “as energias renováveis evitaram a importação de
combustíveis fósseis no valor de 5.620 milhões de euros e pouparam 475 milhões
de euros com as licenças de emissão de dióxido de carbono”.
Um dos indicadores mais
importantes, no que diz respeito à energia, é a intensidade energética, que
mede o rácio entre o consumo de energia de uma economia e o seu PIB, ou seja,
quanto maior for a intensidade energética mais eficiente será um país na sua
realocação de fundos para o setor energético. A recente tendência comprova que
a EU-15 está em declínio constante e continuado, ao invés de Portugal, que
apresenta um crescimento sustentado desde 1980, atingindo valores próximos de
uma potência económica como os EUA.
O setor dos transportes é
um dos setores mais importantes da economia portuguesa. Logo, é necessário que
exista um sistema ambiental sustentável e ecológico interligado a este setor.
Atualmente, uma grande proporção dos transportes públicos contribui para os
níveis de energia limpa atingidos por Portugal, em comparação à EU. O peso
deste setor nos valores finais do quadro abaixo representado é considerável.
A evidência de que cada
vez mais Portugal é um país que apoia e promove energias renováveis decorre do
facto que, em maio de 2016, o consumo de eletricidade foi durante 4 dias
consecutivos assegurado por fontes de energia limpa, poupando assim na
importação de carvão e petróleo e estabelecendo um recorde nacional. No
entanto, existem ainda outros exemplos, como é o caso da instalação de 18 mil
painéis fotovoltaicos nas instalações do IKEA em Paços de Ferreira, designado como
um dos maiores projetos em “coberturas para autoconsumo energético na Europa”,
permitindo evitar a emissão de 2358 toneladas de CO2.
Em comparação com a área
do euro, Portugal é dos maiores consumidores de energias renováveis, ultrapassado
apenas pela Suécia, Finlândia, Dinamarca, Estónia, Letónia e Croácia, sendo que
28% da energia consumida é de facto proveniente de fontes limpas,
aproximando-se assim da meta imposta para 2020, que ronda os 31%.
Em suma, o objetivo
comunitário europeu no futuro é o foco central nas fontes de energia limpa,
impondo-se assim várias metas aos países europeus. As expetativas são de que
mais de metade dos carros irá funcionar por via elétrica no futuro, havendo uma
enorme desvalorização do petróleo e do carvão. Embora ainda existam vários
passos a dar, Portugal é dos países que mais pretende apostar neste tipo de
energias, relembrando-se o enorme investimento na Central Solar fotovoltaica da
Amareleja, um projeto de enorme estímulo fiscal que pode ser replicado se forem
cumpridos vários requisitos, como é o caso de maiores “incentivos no IRS e uma
redução da taxa do IVA nos equipamentos solares”.
Ivo
Barros Brito
Referências
Bibliográficas:
Amador, J. (2010). Produção e consumo de energia em Portugal: Factos
estilizados. Boletim económico, 71-86.
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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