terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Carros Elétricos – uma solução ambiental em crescimento

Os carros elétricos são um tema muito atual, tanto a nível do nosso país como a nível mundial, pois estes podem ser vistos como uma solução necessária para a população, uma vez que todos os cidadãos beneficiariam com a consequente diminuição drástica da poluição do ar. Os veículos elétricos diferenciam-se dos veículos usuais pelo facto de utilizarem um sistema de propulsão elétrica e não a solução comum de motor de combustão interna. Deste modo, os primeiros não emitem ruído nem poluem o ambiente. Atentos a esta realidade, os grandes fabricantes de automóveis têm desenvolvido diversas tecnologias alternativas, permitindo disponibilizar no mercado cada vez mais automóveis elétricos.
Em Portugal, foram vendidos quase mil carros elétricos até ao final de agosto deste ano, tendo sido atingida a quota de apoio do Fundo Ambiental em apenas oito meses, pelo que, do meu ponto de vista, talvez seja necessário aumentar o valor desta mesma quota de apoio para o próximo ano. Na verdade, 2017 marca a diferença no mercado nacional destes automóveis, que passam a ter um volume anual de vendas muito significativo e sem precedentes. Entre os anos de 2010 e 2017, verificou-se a venda de 2319 veículos elétricos ligeiros em Portugal e até julho deste corrente ano o número já ascendia os 921 carros, o que corresponde a mais 129,7% do que nos primeiros sete meses do ano de 2016. O mercado português de veículos elétricos começa, assim, a ter uma manifestação significativa, o que demostra que a sociedade poderá estar cada vez mais alertada e preocupada com o ambiente e as suas possíveis soluções.
Também a indústria de automóveis aposta em maior escala na produção de veículos automóveis elétricos. Deste modo, prevê-se que, entre 2025 e 2030, os carros elétricos tornem-se mais competitivos face aos de combustão interna, correspondendo a 54% das vendas de novos carros até 2040. Na minha opinião, a principal razão poderá derivar da queda acelerada do preço dos carros elétricos, estimulada pela descida do preço das suas baterias. Assim sendo, será mais fácil combater as alterações climáticas com uso maioritariamente de carros elétricos.
A meu ver, é possível salientar alguns obstáculos que impedem o aumento da venda de viaturas deste tipo, nomeadamente: a falta de incentivos e de mais informação útil para os futuros compradores, assim como as limitações de autonomia que ainda existem.
Relativamente aos incentivos, já há alguma preocupação de melhoramento dos mesmos, pois no próximo ano haverá apoio para quem comprar um automóvel elétrico, uma vez que receberá um cheque de 2250 euros. Porém, este apoio poderá não chegar a todos, na medida em que neste corrente ano o incentivo limitou-se apenas às primeiras mil unidades vendidas (limite este que foi atingido no final de agosto), assim como a isenção do imposto único de circulação (IUC) e o facto de os consumidores poderem ser remunerados pelo abate ou entrega do seu veículo antigo.
Uma outra forma de incentivo seria criar uma nova taxa para os veículos movidos a combustíveis fósseis. No que concerne às empresas, há a possibilidade de isenção na tributação autónoma e da dedução do imposto sobre o valor acrescentado (IVA), o que poderá levar a que Portugal acompanhe o crescimento das vendas destes automóveis que já se verifica a nível europeu.
Efetivamente, estas medidas podem ajudar nas escolhas dos portugueses face aos automóveis elétricos. Também os governos dos vários países estão a incentivar cidadãos e construtoras automóveis a trocar os motores de combustão por motores elétricos, de forma a conseguirem cumprir as suas metas para a redução da emissão dos gases de efeito de estufa e da poluição nas cidades.
A mudança para o carro elétrico tem sido acelerada por fatores ambientais e pelo desenvolvimento da tecnologia de mobilidade autónoma e de energia renovável. No entanto, a nível de consumo de energia, importará ser crescentemente eficiente, pelo que os carros elétricos terão de consumir muito menos para conseguir percorrer a mesma distância que os modelos que usam combustíveis fósseis. Isto implica que, se a energia elétrica for proveniente de fontes renováveis, o impacto em termos de emissões de gases de efeito de estufa, considerando o ciclo de vida dos automóveis elétricos, será seis vezes e meia menor em comparação com os veículos comuns.
Concluindo, os carros elétricos já são uma mais-valia no combate à poluição e consequentes alterações climáticas prejudiciais para toda a sociedade. De facto, com os incentivos existentes, verificou-se um aumento muito significativo das vendas destes automóveis a nível nacional, prevendo-se que este aumento seja progressivo para os próximos anos.


Inês Isabel Carvalho Garcia Pinto Pereira

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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