Ser-se empreendedor, em Portugal, na actual conjuntura económica (o que quer que isto signifique) é difícil. Ser-se empreendedora é um desafio ainda maior e apenas com uma dose de coragem e uma outra de loucura é que se dá o primeiro passo.
O Empreendedorismo é o principal factor promotor do desenvolvimento económico e social de um país. O Empreendedorismo feminino é a criação e desenvolvimento de empresas geridas por mulheres. As mulheres empreendedoras têm actualmente o apoio no desenvolvimento dos seus negócios de projectos de organizações como a ANPME (Entidade Promotora do Empreendedorismo em Portugal), a FAME (Programa de Formação e Consultadoria de Apoio à Criação de Empresas) e o Projecto EVA (Empreendedorismo Feminino de Valor Acrescentado), ao qual darei mais importância ao longo do artigo.
Actualmente, as mulheres continuam a ter mais dificuldade que os homens em encontrar financiamento e apoios para o desenvolvimento dos seus projectos. Podemos pensar que ao longo dos anos Portugal tem feito melhorias nesse campo. É uma ideia falaciosa. Segundo o relatório do Fórum Económico Social, no que diz respeito à discriminação por género, ocupamos a 47ª posição, descendo 12 lugares relativamente à posição anterior.
De forma a colmatar estas falhas no mercado, como a fraca percentagem das mulheres nas iniciativas de criação de empresas, em geral, e nas empresas baseadas em conhecimento intensivo e tecnologia, e a necessidade de potenciar o empreendedorismo inovador e qualificado para o desenvolvimento da economia regional, nasceu o projecto EVA, desenvolvido pela Tecminho (interface da Universidade do Minho).
O projecto teve a duração de aproximadamente 3 anos, e atingiu objectivos como desenvolver competências nas mulheres qualificadas para a exploração de ideias de negócio e a gestão de empresas, apoiar as empreendedoras na fase de arranque das empresas, e promover a partilha de informação entre as mesmas, contribuindo assim para a criação de sinergias e desenvolvimento de parcerias que conduzam à sustentabilidade das empresas.
O EVA funcionou em 3 fases: formação (frequentada por 15 mulheres); apoio à criação e arranque do negócio (6 promotoras tiveram um apoio de 5.030,64€); e criar uma rede de empresas, com vista a facilitar a troca de informação sobre o negócio e possibilidade de expansão do mesmo.
Foram criadas 6 empresas: Sound Tailors, Alnutri, Braga POP Hostel, Carla Luz Design, Gaveta d’ Encantos e Metro Cúbico Digital.
Helena Gomes, responsável pelo projecto Braga POP Hostel, deu-me o seu testemunho, do qual nos foi possível saber que o projecto EVA a deixou muito bem preparada. Helena diz que acredita que seja mais difícil para uma mulher ser empreendedora em Portugal, mas que muitas vezes o principal problema está na cabeça das mesmas, pois ainda acreditam que têm de ser mães e donas de casa.
As portuguesas têm de trabalhar e estudar mais para chegar ao mesmo nível salarial que um homem, e se quiserem criar o seu negócio ainda têm que se esforçar mais por financiamento. A minha geração espera sair da universidade e ver estes preconceitos resolvidos, ou então que existam mais projectos EVA para sermos nós próprias a combatê-los.
Portugal ainda tem de mudar a sua mentalidade!
Helena Ferreira
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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