Greta Thunberg é uma
miúda sueca que ficou famosa por faltar às aulas. Sofre de ansiedade por ver o
mundo a transformar-se num inferno. Diz que a infância lhe foi roubada. Felizmente,
nasceu num dos países do mundo onde a qualidade de vida está entre as melhores
possíveis, o que lhe permitiu preocupar-se com questões como o das Mudanças
Climáticas. Se tivesse nascido no meio da guerra ou da miséria, como milhões de
crianças, que seria da Greta?
De momento, é o rosto
do combate às Mudanças Climáticas. Fez um discurso no World Economic Forum, em Davos, e ainda outro na Cimeira de Ação
Climática planificada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Porquê dar
tempo de antena a uma criança que claramente não sabe do que está a falar, em
vez de dar voz a alguém com mais conhecimento na matéria? Alguém que se dê ao
trabalho de separar os factos da ficção e que não regurgite o mesmo “mantra”
simplificado de como o clima no nosso planeta funciona.
Desde que Edward Bernays
aplicou as descobertas do seu tio, Sigmund Freud, na técnica científica de
moldar e manipular a Opinião Pública, que se sabe que as crianças podem ser
usadas para fins políticos. Se estiverem a chorar baba e ranho, mais impacto
têm.
Durante a Cimeira de Acção
Climática o atual secretário geral da Organização das Nações Unidas, António
Guterres, também discursou, tendo dito que a natureza está arreliada, e que nos
iludimos se pensamos que podemos enganar a natureza, porque a natureza contra-ataca
sempre. Que tinha ido à ilha de Tuvalu, onde testemunhou uma nação inteira a
lutar pela sua existência contra a subida do mar. Se a natureza pode ser
considerada um inimigo, que nos contra-ataca, é debatível. O que não é
debatível é a situação que se vive no arquipélago de Tuvalu.
Num estudo feito pela Escola
do Meio Ambiente da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, com o título “The dynamic response of reef islands to sea-level rise:
Evidence from multi-decadal analysis of
island change in the Central Pacific”,
os investigadores concluíram que, apesar da subida do nível do mar, os
resultados demonstram que a área das ilhas se manteve estável, ou aumentou
durante o período em análise. Que não há evidência de uma diminuição da área em
grande escala.
Mudanças Climáticas
sempre existiram. Há períodos em que as temperaturas médias aumentam, e há
períodos em que o contrário acontece. Isso é confirmado por evidência de Eras
Glaciares. Há milhões de anos que as temperaturas oscilam sem influência da ação
humana.
A mediatização
das Mudanças Climáticas já tem barbas. Há mais de 80 anos que se reportam
previsões de degelos. “Todos os glaciares do lado Este da Gronelândia estão a
derreter rapidamente”, foi declarado pelo Professor Hans Ahlmann, um geologista
sueco, em 1939. Depois, a narrativa mudou de direcção. Desta vez, em vez de as
temperaturas estarem a aumentar, estavam a diminuir. Em 1970, James Lodge, um
especialista em poluição, previa que por causa da poluição do ar a energia
solar poderia não chegar à Terra o que originaria uma nova Era Glaciar. Outros
especialistas corroboravam a versão de um Arrefecimento Global.
Nos anos 80, um
consenso foi formado, o do Aquecimento Global. Em 1989, Noel Brown afirma que
nações inteiras poderão desaparecer devido ao aumento de nível do mar se o
Aquecimento Global não for revertido até ao ano de 2000. As previsões de que
não existiria gelo no Ártico continuaram, sendo das mais famosas, entoada por
Al Gore no documentário Verdade
Inconveniente. A verdade inconveniente é que nenhuma das previsões se
concretizou.
O ser humano tem
por caraterística resolver problemas. Mas quando tenta perceber um problema com
várias camadas de complexidade e reduz o problema a uma causa e a um efeito,
assemelha-se aos curandeiros cuja solução para as doenças dos enfermos era
expurgação de sangue. Durante anos, o tema do Aquecimento Global mudou para
Arrefecimento Global, retornando a Aquecimento Global e hoje é batizado de
Mudanças Climatéricas. E o culpado desta situação é o ser humano, que produz
dióxido de carbono ou a flatulência das vacas que contém metano.
A narrativa é
que o dióxido de carbono é um gás com efeito de estufa, que produzido e emitido
para a nossa atmosfera provoca um efeito de aquecimento por não permitir que os
raios infra vermelhos se escapem.
Num artigo
elaborado pelo Departamento de Física e Astronomia da Universidade de Turku, os
cientistas chegam à conclusão de que a contribuição do dióxido de carbono para
o aumento da temperatura nos últimos 100 anos é de 0,1 graus Célsios e que o
impacto antropogénico é ainda menor.
Apesar de novas
descobertas, a narrativa persiste. Já Lenine sabia que uma mentira repetida
frequentemente torna-se uma verdade.
Dentro do leque
das soluções estão medidas de diminuição da emissão de gases de estufa,
impostos sobre poluição ou ideias mais arrojadas como o lançamento de
partículas na estratosfera para refletir os raios solares. Ainda há aqueles que
defendem que devíamos deixar de procriar porque a solução passa por uma
diminuição do número de seres humanos.
Concordo com a
diminuição da emissão de gases de estufa. Por princípio, ar limpo é melhor que
ar poluído. Mas a imposição de regras a nível global penaliza aqueles que sendo
pobres não podem optar por alternativas “amigas do ambiente”, pois são
substancialmente mais caras que combustíveis fosseis. Lançamento de partículas
para estratosfera acho que é uma ideia de jerico. O mundo é demasiado complexo
para deixarmos que o impacto das experiências de uns cientistas seja partilhado
por todo o mundo. Quanto àqueles que acreditam que a solução passa pela
diminuição do número de pessoas, não se fiquem pelas palavras, suicidem-se já.
Creio que esta narrativa ainda vai coabitar connosco mais umas
temporadas. Como Charles Mackay escreveu no livro Extraordinary Popular Delusions and the Madness of Crowds: “Men, it has been well said, think in herds; it will be seen that they go
mad in herds, while they only recover their senses slowly, and one by one.”
Carlos Jorge
Costa Leite
Fontes:
https://www.sciencedaily.com/releases/2019/07/190703121407.htm
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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