O turismo é o principal
impulsionador da economia portuguesa, tendo vindo a crescer substancialmente
nos últimos anos e em todas as regiões do território nacional.
Segundo o Observador,
até junho deste ano o número de turistas cresceu mais de 6% e as receitas 7%
face ao mesmo período do ano passado, sendo em 2019 esperados mais de 24
milhões de visitantes. Portugal está projetado no mundo, tendo já conquistado
novos mercados como os EUA, o Canadá e o Brasil.
A partir da crise
financeira internacional, as pessoas começaram a ver no turismo não só uma
forma de lazer, mas cada vez mais uma oportunidade de negócio e, desse modo,
decidiram dedicar-se totalmente a esta atividade, o que permitiu divulgar e dinamizar
o território português, contribuindo para o rápido crescimento e recuperação da
economia, bem como para o equilíbrio da balança comercial de Portugal.
O desenvolvimento das
cidades, nomeadamente das áreas metropolitanas, implicaria melhores condições
ao nível dos transportes, da segurança e do ambiente. Contudo, não é isso que
se verifica, tendo a evolução do setor turístico provocado alterações na
morfologia das cidades. Observa-se então a presença de exaustão em Lisboa e no Porto
e, com o aumento do número de visitantes, regista-se uma elevação no preço dos
bens e serviços, assim como no congestionamento do trânsito, na poluição e na
falta de zonas verdes.
Na minha opinião, o objetivo
atual consiste na construção de mais espaços destinados ao acolhimento dos
turistas, em particular, através da utilização dos prédios rústicos, e ao comércio
moderno, em vez de oferecerem apoio a quem comercializa ainda por via
tradicional, uma vez que isso é que constitui a essência de uma cidade.
Uma das possíveis
soluções é colocar o aeroporto de Beja como complemento ao aeroporto Humberto
Delgado, o que possibilita a diminuição da sobrecarga deste e contribui para a
dinamização do interior. Assim, as pessoas, em vez de se deslocarem
imediatamente para a azáfama de Lisboa, são convidadas a usufruírem da natureza
do Alentejo. Para isso, é necessário preparar a receção dos turistas, o que
penso que neste momento a região Alentejana não está apta a fazer, bem como as
infraestruturas que a ligam à capital. Desta forma, o que inicialmente aparenta
ser uma alternativa viável, constitui um entrave ao desenvolvimento do
aeroporto de Beja. Mesmo assim, é necessário considerar a sua concretização o
mais rápido possível.
Nas restantes regiões em
que não há a possibilidade de conduzir as pessoas para um local em que não haja
tanta afluência, as soluções passam mesmo por sensibilizar todos os cidadãos
de que temos que preservar as cidades para que possamos continuar a abrir as nossas
portas ao mundo. Caso contrário, será iniciativa das pessoas que veem do
estrangeiro não visitar o nosso país pela imensa deterioração dos centros
urbanos.
Embora já tenham sido implementadas
algumas medidas, como a taxa turística, é necessário fazer mais de modo a
atingir um turismo mais sustentável em todas as suas vertentes e transformar
Portugal num país não só para visitar mas para investir e, principalmente, para
viver.
Assim sendo, é possível afirmar
que “o turismo pode exercer impactes que não são contabilizados no decorrer do
seu desenvolvimento e causar transformações socio-espaciais”.
Diana Gaspar
[artigo de opinião
produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do
3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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