O
comércio tradicional é baseado na proximidade entre cliente e vendedor. O cliente
tem a possibilidade de ver o artigo que deseja comprar, experimentar se for o
caso e até, por vezes, regatear o preço. Hoje em dia, este tipo de comércio já é
escasso. As novas tecnologias tornam o que é tradicional em algo pouco
apelativo, tornando o comércio tão simples quanto um clique no artigo que
pretendem comprar.
As
desvantagens de um comércio que não exige sair do sofá podem se basear na
qualidade do produto não ser a expectável, o tamanho não ser o mais adequado,
ou até mesmo o produto nunca chegar a casa e o dinheiro já estar no destino.
Para além disso, o comércio local tem-se ressentido com este avanço
tecnológico. Em alguns casos, há um acompanhamento deste desenvolvimento
criando websites e vendendo os seus
produtos online. No entanto, nem
sempre existe esta opção, ou seja, nem sempre as pessoas se conseguem adaptar,
principalmente as pessoas de mais idade, e, nesses casos, manter o negócio
torna-se algo insustentável.
Os
portugueses vão aderindo à moda e, segundo dados apresentados pelo jornal
económico, 34% da população afirma que tenciona fazer compras online nos próximos 12 meses. Parte das
suas compras são feitas em sites de
marcas, mas nos últimos anos também a rede social Facebook tem vindo a ganhar espaço no que concerne à venda pela
internet. Os produtos adquiridos são, na sua maioria, de sites nacionais, sendo este fator um contributo para o
desenvolvimento da economia. Na realidade, o número de portugueses que realiza
compras online aumentou para mais do
dobro nos últimos setes anos, contudo, este aumento não é suficiente para
Portugal se encontrar acima da média da União Europeia.
Todavia,
o comércio 24h não se prende apenas com as grandes empresas, mas é também uma
oportunidade para as pessoas venderem os produtos que não utilizam, de forma
rápida e sem muito esforço. Sites
como Amazon, Ebay, OLX e Aliexpress são exemplos de plataformas
que permitem às pessoas adicionarem o produto que querem vender e pessoas do
outro lado do planeta comprarem. O desenvolvimento da tecnologia gerou maior
competitividade entre as empresas, tornando a competição de preços ainda mais
visível. Promoções caso a compra seja feita online
ou e o não pagamento dos portes de envio são fatores que pesam na decisão do
consumidor.
As
vantagens deste tipo de compras são visíveis: a comodidade, o facto de ninguém
saber o que está a ser comprado, a variedade existente nas lojas online é mais elevada que a das lojas
físicas, a possibilidade de criar filtros para a pesquisa ser mais eficiente e
como, já foi referido, as promoções para produtos online. Contudo, também existem desvantagens: o tempo de espera,
porque a compra em si é rápida, mas o produto demora a chegar até à casa das
pessoas, as trocas são mais difíceis e, para além disto, o método de pagamento
nem sempre agrada a todos, dado que na maioria das plataformas os cartões de
créditos são os utilizados.
Em
suma, é inquestionável dizer que o comércio vai se desenvolvendo e adaptando
aos avanços tecnológicos. Para as gerações mais jovens, isto já é inato e não
acarreta muitas complicações, parece algo natural e de fácil adaptação. Para as
gerações mais antigas, a história já não é a mesma; ainda há um longo caminho a
percorrer para a mudança. Acredito que, apesar de tudo, o comércio tradicional
não morra completamente e que continuarão a existir pessoas em todas as
gerações que prefiram o contacto humano às teclas de um computador.
Rita
Sofia Mesquita
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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