A
mobilidade de passageiros e mercadorias, em constante crescimento, fruto da
globalização, é uma das mais relevantes, se não a maior, fonte de emissão de
gases de efeito estufa, devido ao alargado/generalizado uso de combustíveis
fósseis no setor dos transportes. Esta realidade, tem vindo a preocupar a
humanidade; despertam-se consciências, difundem-se produtos/escolhas mais
sustentáveis, mais amigas do ambiente.
Os
automóveis híbridos plug in e 100% elétricos estão em voga um pouco por
todo o mundo. Portugal não é exceção… “Portugal quer também estar na linha da
frente nos automóveis elétricos”, diz Siza Vieira, o ministro da Economia.
Os
incentivos dados por empresas, governos, ou os atuais “influencers” são
formas de cativar a atenção dos consumidores, formas de manipular vontades, de
maneira a que as pessoas optem por adquirir ou trocar os seus automóveis por
uns mais sustentáveis.
Contudo,
um estudo realizado por um aluno de mestrado mostra que ainda há muita
resistência à mudança. Nem toda a gente está recetiva a trocar o seu meio de
transporte: “em Portugal existem ainda consumidores equivocados e pouco
confiantes sobre a autonomia, custo e confiabilidade dos automóveis elétricos,
o que pode favorecer a escolha de uma viatura convencional”.
Enunciando
algumas vantagens e desvantagens dos carros híbridos e elétricos, podemos
perceber se a escolha das pessoas foi feita em prol do “bolso” de cada um ou da
“consciência”.
Vantagens:
a emissão de gases de efeito de estufa é nula, ou muito reduzida; são independentes
do petróleo; têm elevada eficiência
energética; um veículo 100% eléctrico não tem
que pagar ISV e o proprietário tem direito a uma redução do IUC; e a manutenção
de um carro elétrico é mais barata do que a dos carros movidos a hidrocarbonetos,
porque não precisam tão frequentemente da manutenção do motor (mudanças
regulares de óleo, por ex.).
Desvantagens: o custo inicial do automóvel é
muito elevado; tem uma autonomia limitada, pela bateria; e a infraestrutura de
carregamento limitada, por ainda ser uma tecnologia recente e não haver ainda
muita adesão.
Não considero bem uma desvantagem, mas estes automóveis, pela
quase total ausência de ruído, ameaçam a segurança dos invisuais e dificulta a
utilização das estradas e rodovias pelos mesmos. São automóveis silenciosos,
tornando difícil aos peões cegos identificá-los no trânsito e julgar
corretamente a sua distância de modo a evitar atropelamentos e colisões.
O
Lítio é o elemento químico mais procurado na atualidade, com tantas utilidades,
como, por exemplo, a produção de baterias para os automóveis elétricos. A
procura do lítio em Portugal está a aumentar.
Portugal tem um enorme potencial para ser um “país com reservas suficientes
para uma exploração comercial economicamente viável.”
Siza Vieira afirmou também o seguinte: “Se para haver mobilidade
elétrica é necessário haver baterias, é importante que as baterias que os
automóveis europeus utilizem sejam baterias que são fabricadas no respeito
pelos mais exigentes ‘standards’ ambientais e sociais”. Dessa forma dando a
entender que apoia totalmente a ideia de que a produção destes automóveis seja
mais regular e que “Interessa a Portugal porque obviamente nós
temos um setor automóvel muito importante. Este ano vamos bater o recorde de
exportações do setor automóvel como um todo, mas também do número de veículos
produzidos em Portugal. Vamos entrar no clube dos grandes produtores
automóveis. E temos, além disso, toda uma cadeia de valor muito focada no
automóvel”.
Gostava
de concluir dizendo que partilho da mesma opinião que Siza Vieira. Reconheço que
os veículos elétricos e híbridos só trazem vantagens, tanto para a economia
portuguesa, como para a nossa mãe natureza. Só há um pequeno contra: o elevado
preço de compra, matéria onde urge intervenção estatal, nomeadamente no reforço
dos incentivos na aquisição/troca. Ainda há muita gente sem capacidade
financeira para adquirir um veículo elétrico devido ao seu alto valor de
mercado.
Ariana da Cunha Alves
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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