A
economia da partilha veio para ficar. Cada vez mais são as plataformas digitais
que estão ao nosso dispor, possibilitando a obtenção, a previsão e a partilha
de bens e serviços que contribuem para o nosso bem-estar e melhoria do nível de
vida. Contudo, os problemas relacionados com estas aplicações existem. De uma
forma geral, as plataformas digitais devem ser vistas como benfeitoras ou claramente
o contrário?
Uma
das principais e mais polémicas aplicações que se encontra disponível com
apenas alguns cliques no nosso smartphone
é a Uber. Esta aplicação permite-nos obter transporte para o local desejado, contudo
funciona sobretudo nas cidades, não tendo uma gande cobertura nas restantes
regiões do nosso país.
Segundo
um estudo da Deloitte, realizado entre Setembro de 2017 e Janeiro de 2018, o
impacto da Uber em Lisboa revelou-se positivo para a economia, contribuindo
para a criação de oportunidades de emprego nesta cidade.
A
Uber está presente no nosso país desde 2014, colaborando para a criação de 5300
postos de emprego nesta Área Metropolitana, dando oportunidade de trabalho a
cerca de 630 desempregados. Os dados estimados apontaram para um impacto
económico total na ordem dos 90 milhões a 130 milhões, apenas nesta cidade, em
2017. Prevê-se, com base no histórico, que em 2020 atinja um impacto na
economia de 170 milhões a 235 milhões e ainda a capacidade de criação de novos
empregos.
Do
ponto de vista dos utilizadores, parceiros e motoristas, esta aplicação contribuiu
para a melhoria da mobilidade em Lisboa. Efetivamente, estes serviços digitais
facilitam a vida dos cidadãos locais e, sobretudo, turistas, permitindo que
através de alguns procedimentos consigamos ter à nossa disposição um conjunto
vasto de serviços úteis, que outrora não eram tão acessíveis.
Apesar
destas vantagens, um dos problemas associados a estas plataformas que vieram
revolucionar o mercado de transporte é a menor segurança, quando comparadas com
o sistema tradiconal. Efetivamente, o aparecimento de novos dilemas relacionados
com estas aplicações estão em cima da mesa. Manifesta-se a necessidade dos
serviços tradicionais “acompanharem” estes novos serviços digitais, sendo que setores
que persistam mais desatualizados acabam por ficar prejudicados.
Mas
não são só as plataformas digitais com o objetivo de tornar a mobilidade mais
fácil que estão presentes em Portugal. Outro caso que contribuiu para a geração
de riqueza no nosso país e incremento do setor turístico é a aplicação
conhecida por Airbnb, que permite a qualquer pessoa a possibilidade de encontrar
e oferecer estadias, experiências e restauração em vários países. Surgiu com o
objetivo de tornar a procura de alojamento mais acessível e rápida.
Segundo
dados divulgados pela Airbnb, em 2018, Portugal recebeu 3,4 milhões de turistas
graças à plataforma digital de reservas de alojamento, gerando mais de 2 mil
milhões de euros. O nosso país foi o 10º maior mercado desta aplicação em todo
o globo, ultrapassando a Alemanha e a China.
Esta
plataforma revelou que “84% dos anfitriões portugueses que no ano passado
receberam hóspedes através da Airbnb são proprietários da casa”. Isto significa
que o rendimento extra obtido permite-lhes melhorar o seu nível de vida,
ajudando-os a pagar hipotécas e despesas, por exemplo.
Salienta-se
que algumas plataformas empregam trabalhadores de forma direta, enquanto outras
aplicações permitem que qualquer indivíduo use a sua marca e obtenha um bónus nas
suas remunerações. Deste modo, contribuem para o crescimento do PIB português,
assim como a divulgação do nosso país.
A
economia da partilha tem cada vez mais relevância, proporcionando a diminuição
dos custos de transação e do tempo dispendido, tal como a redução do número de
intermediários. Por outro lado, esta economia essencialmente online, ocasionalmente, pode originar problemas
de ineficiência na economia e desafios propensos a provocar alterações que
afastam os diversos mercados de um sistema competitivo justo.
Mas
será que ainda há margem para expansão destas aplicações? E quanto ao turismo
derivado das plataformas digitais, ainda poderá ter acréscimos significativos?
No meu ponto de vista, a economia da partilha veio para ficar e, decerto, este
mercado online veio para prosperar. Apesar
das questões complicadas que possam surgir, uma coisa é certa: o mercado
digital tem potencial para crescer nos próximos anos e é com esta nova
realidade que temos de aprender a viver.
Filipa
França da Silva
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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