quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A economia portuguesa no contexto atual

         O ano transato ficou marcado pelo pedido de assistência financeira internacional e pelo assinalável ajustamento dos desequilíbrios macroeconómicos previamente acumulados pela economia portuguesa, que deverá permanecer durante os próximos anos sob a alçada do Programa de Assistência Económica e Financeira. A deterioração das condições de acesso aos mercados de financiamento internacionais tornou inadiável o recurso a assistência financeira externa.
         Neste contexto, a economia nacional registou uma forte contração da atividade económica, apesar do ligeiro aumento das exportações e consequentemente de uma redução particularmente acentuada do emprego e de um aumento da taxa de desemprego para níveis máximos históricos, acima de 16% (dados do 3º trimestre de 2012). Assim sendo, é vital sublinhar que a correção dos desequilíbrios macroeconómicos não é um fim em si mesmo, mas é indispensável para criar bases para um crescimento equilibrado e sustentado, a única fonte de aumento do bem-estar económico no longo prazo.
         A recuperação da atividade económica global na sequência da grande recessão de 2009 tem sido moderada (previsão de crescimento económico negativo de cerca de 3% no final de 2012), em comparação com anteriores períodos recessivos. Este fraco dinamismo decorre da conjugação de vários fatores, nomeadamente o fato de recessões originadas por crises financeiras e bancárias serem tipicamente caracterizadas por recuperações lentas da atividade económica. Como Portugal está inserido numa união económica e financeira, é importante também realçar a situação dos seus parceiros europeus. Deste modo, observa-se um elevado grau de heterogeneidade no crescimento económico dos países europeus, pelo que se estão a atingir máximos de heterogeneidade desde a unificação monetária. Ao longo de 2011, em resultado da turbulência financeira associada à crise da dívida soberana na área do euro, a atividade económica registou um abrandamento.
         Neste momento toda a gente se pergunta: Qual será a solução mais eficaz para fazer crescer a economia da “Ocidental praia lusitana”? Não serão estes esforços e esta austeridade desmesurada, isto é, “mais do que prometia a força humana”? Não será também uma contra-receita de crescimento económico positivo? Continuamos todos à procura de respostas…

Ângelo Rafael Correia da Silva

[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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