quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Como fazer do Minho uma região mais competitiva

A globalização é acompanhada por uma transformação económica num quadro de processos competitivos e concorrenciais onde se situam muitos dos bens e serviços criados pela região do Minho. Sendo esta região relevante, existe a necessidade do abandono progressivo de visões mais limitadas dos planos políticos, sociais e económicos, de forma, a debater os problemas. Esta emergente globalização exige uma crescente exploração de recursos endógenos e humanos, assentes no alargamento da estrutura e dinâmica empresarial.
Relativamente às condições de oferta, o Minho é composto por cerca de 1,1 milhões de habitantes e revela um envelhecimento da população e níveis de escolaridade baixos comparados com o país, com maior expressão no Ensino Superior, mas que apresenta carência de diplomados nas áreas científicas e tecnológicas. No entanto, esta região também oferece uma maior dimensão dos estabelecimentos industriais, encontrando-se numa posição favorável ao investimento estrangeiro, devido ao emprego que concentra atualmente. O Minho é um território atrativo e com potencial de valorização dos produtos locais, recursos naturais e património cultural. Os centros históricos característicos de Braga e Guimarães, o Parque Nacional da Peneda Gerês, a Serra D’Arga, o Património cultural, o vinho e a gastronomia são exemplos de fatores de diversidade e integração social, bem como a afirmação crescente das dinâmicas culturais no desenvolvimento e regeneração urbana.
Perante as dificuldades é necessário promover as suas potencialidades com o objetivo de traçar os caminhos para que o Minho seja uma região mais competitiva. Para isso é necessário uma forte especialização nos sectores da Agricultura e Pesca, principalmente no distrito de Viana do Castelo, criação de riqueza das empresas de tecnologia como indicador de fatores competitivos, aumentar a intensidade exportadora e diversificar os mercados de destino.
A passagem destas condições de oferta para uma economia polarizada pelo dinamismo da procura centra-se principalmente nas condições de suporte. Estas traduzem-se na emergência de novas dimensões de competitividade empresarial de forma a utilizarem recursos específicos para chegar a produtos segmentados e diferenciados com fim de produzirem soluções de consumo.
O Minho apresenta essas condições de suporte a nível de infraestruturas. Nomeadamente, uma boa dotação da rede de telecomunicações, o Porto de Viana do Castelo como estrutura de apoio à atividade local e às indústrias, a favorável rede de infraestruturas rodoviárias, que permite a interação prática com o universo empresarial, bem como o centro Ibérico das nanotecnologias, o Instituto Politécnico de Viana do Castelo e a Universidade do Minho como alavancas de conhecimento e articulação pragmática com as empresas, entre outras.
O desenvolvimento económico tem vindo a ganhar novas dimensões polarizadas no crescimento endógeno e que colocam no centro do processo de criação de riqueza a eficiência da organização e os recursos de conhecimentos científicos e tecnológicos avançados.
Como se pode confirmar, o Minho é uma região com facilitadores nomeadamente as instituições de ensino, as infraestruturas de suporte e os recursos. Estes levam a um modelo competitivo e a um padrão de cooperação, por isso é necessário o reforço da celeridade de resposta à implementação de novas empresas e articulação de competências de campos de intervenção.

Jéssica Letícia da Silva Abreu

[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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