terça-feira, 25 de setembro de 2018

A Competitividade e o Retalho Alimentar em Portugal

Nos dias de hoje, a competitividade está bastante enraizada e presente nas sociedades, tanto a nível individual, empresarial e, principalmente, entre países. Sendo um indicador de extrema importância para avaliar o desempenho das economias, todos os anos é elaborado um indicador chamado Global Competitiveness Index, que avalia o grau de competitividade das economias, baseado num conjunto específico de 12 determinantes.
Ao longo destes anos, Portugal tem vivido várias oscilações no que diz respeito ao nível de competitividade. Atualmente, segundo a edição de 2017/2018 do Ranking Mundial de Competitividade, Portugal posiciona-se na 42ª posição entre 137 economias, subindo quatro posições, relativamente ao ano anterior. A meu ver, tal resultado é devido, principalmente, ao crescente nível de educação do país, proporcionando mão-de-obra mais qualificada, perspetivas e ideias mais eficientes e inovadoras, uma melhoria ao nível das infraestruturas, entre outros.
Nas últimas décadas, assistimos a um rápido crescimento de vários setores e mercados, atingindo-se altos níveis de competitividade. Ora, em Portugal é evidente tal competitividade no Retalho Alimentar, uma vez que se torna um dos setores mais atrativos para investimento, pois, segundo o INE, 60,3% da despesa anual média das famílias recaem na habitação, alimentação e transportes. A verdade é que várias são as empresas instaladas neste setor, competindo todos os dias para atingirem o máximo de vendas possível. Há, portanto, a necessidade de fortes jogos estratégicos de concorrência e constantes adaptações para atender às necessidades da população.
Apesar de, na minha perspetiva, o setor do Retalho Alimentar estar completamente saturado, ainda há quem não o ache. Neste momento, Portugal aguarda por uma promissora entrada de um grande retalhista com origem em Espanha e que opta pelo nosso país para se aventurar no mundo da internacionalização, a cadeia de supermercados Mercadona. Mas, afinal, o que faz este retalhista escolher Portugal, perante a elevada diversidade e competitividade já existente neste setor? Na minha perspetiva, esta entrada irá apenas comprometer este setor extremamente competitivo se for introduzido algo inovador aos olhos da população e só irão resistir se forem mais competitivos, e, portanto, capazes de captar quota de mercado a empresas concorrentes. Assim, a chave para o sucesso será a diferenciação, a inovação e a captação da confiança dos clientes como forma de se destacarem. Isto faz com que haja a promoção de um desenvolvimento mais eficaz de soluções alimentares inovadoras, reforçando a competitividade.
De salientar que, o relatório do “World Economic Forum” chama-nos a atenção para os fatores mais problemáticos para a atividade empresarial em cada país. Segundo este relatório, o fator que se destaca em Portugal é a burocracia governamental ineficiente, seguindo-se as taxas de imposto, a regulamentação de trabalho restritiva, a instabilidade política, o acesso ao financiamento, entre outros.
Independentemente de em Portugal se verificar um nível de competitividade já bastante elevado em alguns dos mercados, ainda estamos muito longe de alcançar o topo do ranking. Torna-se, assim, necessário o aumento da competitividade entre as empresas, devendo estas apostar na inovação, qualidade, marketing e mão-de-obra qualificada, tendo em vista a internacionalização. Para que tal seja possível, é necessária a implementação de incentivos ao conhecimento, desenvolvimento e investigação. Assim, neste momento, existe um acordo de parceria adotado entre Portugal e a Comissão Europeia, o Portugal 2020, “no qual se definem os princípios de programação que consagram a política de desenvolvimento económico, social e territorial para promover, em Portugal, entre 2014 e 2020”, sendo a competitividade e internacionalização uma das temáticas abordadas.

Márcia Alexandra Matos Fonseca Lima 

Bibliografia:
·         Instituto Nacional de Estatistica
·         World Economic Forum

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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